Esgotado após encarar a sétima enchente do ano em Campo Bom, o coordenador da Defesa Civil local expressou um sentimento que é geral entre os integrantes do órgão protagonista em situações como a que o Estado tem vivido ultimamente.
Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial
“Vivemos a fase de torcer para que não chova nas cabeceiras do rio”, declarou Paulo Silveira, na manhã desta quinta-feira (23), ao anunciar que até o meio-dia todos os moradores desabrigados estariam de volta aos seus lares após novo período abrigados no ginásio municipal devido a cheia do Rio dos Sinos.
Segundo ele, o problema não são as chuvas localizadas, como a que caiu na quarta-feira (22) em todo o Vale do Sinos. “O que nos impacta é quando chove muito, dias a fio, na parte alta do rio (cabeceiras), em regiões mais próximas à nascente, como no Vale do Paranhana”, explica.
Os prognósticos, entretanto, não são favoráveis à torcida de Silveira. De acordo com a MetSul Meteorologia, há projeção de chuva para os próximos dez dias, com volumes de chuva elevados em diversas áreas do Brasil, especialmente entre o norte gaúcho e o Estado do Paraná, onde pode chover de 100 mm a 150 mm no acumulado dos dias.
A notícia boa, ainda conforme a MetSul, é que no restante do Estado os volumes de chuva não devem ser muito altos. A previsão não chega a preocupar, e só a confirmação dos prognósticos é que poderão ligar o sinal de alerta. “Ainda é cedo para ter uma posição a respeito”, pontua o chefe da Defesa Civil de Novo Hamburgo, Arci Fetter Júnior.
Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial
O coordenador da Defesa Civil de Taquara faz uma análise diferente. Embora a chuva que atingiu a região nesta quarta não tenha potencializado os transtornos, Alessandro Santos entende que qualquer indicativo de chuva gera preocupação. “Se precisar iremos remover as pessoas novamente”, adianta. Em Taquara, todas as pessoas que estavam em abrigos devido a cheia do Rio dos Sinos retornaram para casa na manhã desta quinta.
No Vale do Caí, Defesa Civil monitora, com preocupação, previsão do tempo
No Vale do Caí, região duramente afetada com a enchente do último final de semana, os dias são de aflição com a previsão do tempo indicando chuva para os próximos 10 dias.
Em Montenegro, embora o Rio Caí tenha voltado a fluir na calha desde quarta, o coordenador da Defesa Civil afirma que a nova previsão de chuva assusta. “Estamos sempre monitorando [o tempo], e agindo com muita precaução”, garante Clóvis Eduardo Pereira. No começo da tarde desta quinta, o nível do rio estava em 6 metros, abaixo da cota de inundação.
Em São Sebastião do Caí, o nível do rio chegou a subir 42 centímetros com a chuva de quarta-feira, chegando a 8,06 metros, contudo, voltou apresentar tendência de queda na medição realizada às 13 horas desta quinta-feira, quando atingiu 7,90 metros. No município, o rio transborda quando atinge 10,5 metros.
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