Se entre junho e setembro de 2023 o assunto predominante dos gaúchos foi o clima chuvoso e suas consequências, há 199 anos não foi tão diferente assim. Naquele tempo não havia registro meteorológico oficial no Rio Grande do Sul e o que se sabe sobre o assunto é o que aparece em livros e jornais da época. O Grupo Sinos vasculhou arquivos para recontar um pouco da história da chuva no RS. Em 1767 o mau tempo interferiu na disputa entre portugueses e espanhóis no Sul do Estado.
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Os primeiros imigrantes alemães chegaram a São Leopoldo em 25 de julho de 1824. Era um tempo de “chuvas diluvianas”, segundo texto publicado na edição de 11 de agosto daquele ano no jornal carioca “O Spectador Brasileiro”. O Rio de Janeiro era a capital do País e notícias dos principais Estados eram contadas pelos jornais, muitas vezes com dias de atraso.
“Parece que enquanto nos queixamos da falta de chuva, os habitantes do Rio Grande têm, este ano, que gemer da sua abundância. Os estragos que têm causado na Província cinco meses de chuvas contínuas e, para assim dizer, diluviannas, são desgraçadamente consideráveis”, dizia o texto veiculado pelo Spectador Brasileiro, sem dar detalhes. O jornal esclarecia que aquelas notícias do RS eram “até o dia 2 deste mês”.
O jornal contava que “continua a reinar naquela interessante província o melhor espírito e a mais sincera adesão ao sistema imperial” e acrescentava uma rápida informação sobre a escolha de senadores e deputados. Deu detalhes também da chegada dos primeiros imigrantes alemães. “Foram imediatamente apossados da fazenda nacional chamada Feitoria”, conta a notícia, dizendo que havia escravos na localidade.
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