Em cerimônia com a presença do ministro extraordinário de Auxílio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e do superintendente da Caixa Econômica Federal (CEF) em Porto Alegre, Renato Scalabrin, foram assinados na sexta-feira (21), de forma simbólica, os primeiros contratos de empreendedores e empresários leopoldenses que aderiram ao Pronampe Solidário RS. O ato foi realizado no caminhão da Caixa, estacionado na lateral da Prefeitura, e que deverá permanecer pelos próximos dias no local para atendimento exclusivo a empresários interessados no programa.
O Pronampe Solidário é destinado a microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte e pode ser acessado com subsídio de 40% do Governo Federal para as empresas localizadas nos municípios em situação de calamidade. O prazo de pagamento das operações contratadas no âmbito do programa é de até 72 meses e a carência de até 24 meses. Os créditos obtidos via Pronampe Solidário podem ser utilizados para capital de giro. Isso permite ao empresário, por exemplo, investir na reconstrução do negócio, cobrir despesas operacionais, entre outras finalidades.
“O empresário pega R$100 mil, o Governo Federal assume R$40 mil e ele sai devendo R$60 mil. Tem dois anos de carência e 36 meses para pagar com juro zero. Isso é um apoio real para as pequenas empresas. São quase 20 mil contratos no Estado. Isso significa a manutenção dos empregos, significa saúde financeira para recomeçar”, resume o ministro Pimenta.
Segundo a Caixa, desde o lançamento da linha de crédito, o banco atendeu mais de 2,6 mil empresas gaúchas, totalizando cerca de R$ 324 milhões em crédito concedido no Rio Grande do Sul. “É um programa do Governo Federal com grandes diferenciais seja pela subvenção, seja pela carência de até dois anos, fazendo os empresários perceber e entender que é uma operação muito importante para este momento”, analisa o superintendente da CEF em Porto Alegre, Renato Scalabrin.
Para o perfeito Ary Vanazzi, o programa deverá ser um diferencial, que ajudará a retomada dos negócios e da economia na cidade. “Tenho certeza os pequenos empreendedores que tiveram problema na cidade de São Leopoldo, se não todos, a grande maioria vai ter algum recurso para recomeçar. Vamos agilizar, estar junto, para que em um ano, um ano e meio, esta cidade esteja em outro patamar”, comenta.
“Na época da Covid, todo mundo dizia que nós iríamos quebrar, que a cidade ia deixar de existir e hoje nós somos a sétima maior economia do Estado, nós éramos a 12ª. E agora nós vamos sair mais fortes, em um ano e meio essa cidade vai estar em outro padrão, com geração de empregos, com o microempresário fortalecido, economia crescendo porque a gente tem iniciativa, tem decisão, tem vontade e tem disposição”, projeta.
Empresários motivados
Dono de um açougue na Rua Primeiro de Março, no Centro, Rodolfo José Allgayer, estima prejuízos de, aproximadamente, R$80 mil no estabelecimento comercial que tem há mais de quatro décadas. “Este crédito vai nos ajudar bastante na compra de maquinários que foram perdidos. Perdemos balança, serra e produtos, sem contar nos 20 dias que ficamos parados o que para nós interfere bastante já que viemos do giro, do movimento no negócio”, analisa.
Proprietário de uma empresa que produz carregadores profissionais para embarcações rebocadores e inversores para residências de alto luxo, Arthur George Ferronatto Hack, também aproveitou as vantagens do programa. Na empresa dele, localizada no bairro Rio dos Sinos, os prejuízos com a enchente chegaram a marca R$500 mil.
“Como nossos clientes são localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, mais para o norte do país, os pedidos não pararam de chegar, estamos correndo contra o tempo para poder entregar isso e não perder os clientes. Este benefício vai ser muito importante para recuperar parte da fábrica, equipamentos de teste. Não vai recuperar 100%, mas vai dar uma boa ajuda para um pontapé inicial”, conta.
Caminhão da Caixa ficará mais uma semana em São Leopoldo
De acordo com o superintendente da Caixa Econômica Federal (CEF) em Porto Alegre, Renato Scalabrin, o caminhão do banco deverá ficar ainda mais uma semana estacionado ao lado da Prefeitura para prestar esclarecimentos aos empresários sobre o programa. Segundo ele, são cerca de 100 atendimentos diários prestados pelos funcionários que estão no local. O atendimento ocorre das 10 às 15 horas, na Avenida Dom João Becker, 754.
Ministro anuncia novo programa
Durante a cerimônia, o ministro extraordinário de Auxílio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, anunciou um novo programa de repasse a trabalhadores atingidos pela enchente e que está em vigor desde quinta-feira (20). A iniciativa visa beneficiar 434 mil trabalhadores formais do Rio Grande do Sul por meio do suporte emergencial no valor de um salário-mínimo em julho e agosto.
Serão duas parcelas de R$1.412. A contrapartida das empresas é manter o empregado por, pelo menos, quatro meses (dois do benefício e mais os dois meses seguintes). A primeira parcela será paga em 8 de julho e a segunda, em 5 de agosto.
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