É estimado em R$ 5 milhões o valor da dívida que o parceiro comercial de Samuel Eberth de Melo, 41 anos, tinha com ele. Diego Gabriel da Silva, de 30 anos, foi preso pela morte do empresário mineiro. Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (12), ele foi detido temporariamente no dia 4 deste mês. Posteriormente, a prisão foi convertida em preventiva pela Justiça.
O diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza, relata que o empresário já havia contratado um caminhão-cegonha para levar 11 carros de volta para Belo Horizonte.
“Estima-se que, talvez, sejam mais do 44 veículos e que a dívida de R$ 5 milhões seria desses carros”, afirma Souza. Porém, o número de automóveis enviados de Minas Gerais pode chegar a 60, como verificou a Polícia.
O diretor do DHPP destaca que, em uma negociação anterior, o mineiro havia enviado 25 automóveis para o RS. Desse total, ele recebeu o valor das negociações. Depois disso, ele enviou outros 44 veículos, mas o sócio não repassou sua parte das vendas. “Por isso que ele veio ao Rio Grande do Sul para ver o que estava acontecendo. Foi iludido pelo autor do crime para ir até Santo Antônio da Patrulha alegando que haveria carros lá.”
Dessa forma, o delegado diz que a investigação prossegue com o objetivo de identificar todos os envolvidos. “Queremos, a partir de agora, entrar na segunda fase, que vai ser a parte financeira. O que aconteceu, onde estão esses veículos, onde está o dinheiro…”.
Entre os locais onde os carros enviados por Melo estão, há uma loja de veículos de Dois Irmãos e uma de São Leopoldo.
Conforme o diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza, o homicídio foi “um caso gravíssimo que foi solucionado”. Segundo Souza, dois homens foram presos durante a investigação. Além de Silva, um comparsa dele foi detido no último sábado (10). O nome do segundo preso não foi divulgado.
Denúncia de que corpo estava em casa abandonada
O corpo de Melo foi encontrado na madrugada de sábado para domingo (11) em área de mata de Santo Antônio da Patrulha. Ele foi achado em uma propriedade rural. O cadáver estava em meio a folhas e telhas, o que faz com que a Polícia acredite que os suspeitos pretendiam enterrá-lo no local, próximo a um barranco, que fica perto de um riacho.
O empresário foi morto com ao menos nove tiros, um na cabeça e os demais nas costas. A investigação aponta que ele foi levado para o local, onde foi executado. Ele teria sido morto na sexta-feira, dia 2, após as 16 horas, horário em que foi visto pela última vez.
Após receber uma denúncia, os policiais e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas em propriedades de Santo Antônio da Patrulha.
A delegada Marcela Ehler, titular da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, conta que a equipe fez contato com o parceiro de negócios de Melo no dia em que o desaparecimento foi registrado na delegacia.
Inicialmente os familiares tinham a informação de que a vítima iria para a Serra gaúcha. “A partir de depoimentos inconsistentes, nós verificamos que o Samuel jamais teria ido a Gramado já que o veículo que teria sido utilizado por ele para ir a Gramado não rodava há mais de dois meses, de acordo com as câmeras de monitoramento”, diz Ehler.
A delegada relata que, a partir da análise das redes sociais de Melo, a Polícia decobriu que ele havia passado por Santo Antônio da Patrulha. “Foi identificada por um de nossos policiais, que conhecia bem a região, como sendo uma igreja muito próxima à residência do suspeito, ficaria, inclusive, na mesma rua”. Conforme ela, Silva teria como endereço principal uma casa naquela região.
A hipótese de homicídio se comprovou ao verificarem uma compra de materiais que seriam usados para ocultar o corpo. “Descobriram que ele [Silva] teria comprado três metros de lona, duas pás, uma enxada e dois pares de luva”, diz Ehler.
“Em análise de dados coletados, verificamos se trata de um crime extremamente cruel, pois tudo indicava que os dois tinham uma boa relação”, conclui a delegada.
Relembre o caso
O empresário era proprietário de uma revendedora de carros em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele estava desaparecido desde o dia 2 de junho. Ele veio para Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, para se encontrar com o parceiro com quem negociava há alguns meses. A visita era para cobrar uma dívida de mais de R$ 1 milhão.
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Gustavo Dido, amigo de Melo que acompanha as buscas de BH, contou à reportagem que a família e os amigos estavam angustiados com o sumiço do empresário. Ele falou com o mineiro pela última vez na manhã do dia 2. “Ele já mostrou que estava desconfiado, que estava acontecendo alguma coisa.”
Dido explica que o vendedor do Vale do Sinos ganhou a confiança do amigo, que enviava diversos veículos, avaliados em cerca de R$ 80 mil cada, para serem revendidos na região. “Porém, nesses últimos tempos, ele não estava recebendo o valor dos veículos que foram vendidos.”
Na quarta-feira (31), Melo resolveu vir a Novo Hamburgo para se reunir com esse parceiro e resolver a situação dos pagamentos atrasados. Ele se hospedou em um hotel no bairro Hamburgo Velho.
Antes de sumir, ele teria ido visitar uma revenda de carros em Santo Antônio da Patrulha com o parceiro de negócios. Naquela tarde, familiares viram um story dele na carona de um veículo.
Na manhã do dia 3, o pai, o irmão e o cunhado de Melo chegaram a Novo Hamburgo e registraram o desaparecimento na Polícia Civil.
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