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SUPERLOTAÇÃO

Emergência do Nossa Senhora das Graças opera com 150% de ocupação

Hospital Universitário e HPSC também atingem ocupação máxima em Canoas

Juliano Piasentin
Publicado em: 13/04/2023 às 09h:05 Última atualização: 04/03/2024 às 09h:31
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O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) mais uma vez enfrenta problemas com a superlotação da emergência. Nesta quarta-feira (12), o hospital operava com 150% de sua capacidade na chamada Porta de Urgência.

De acordo com a Secretaria Municipal da Educação (SMS), o principal motivo é a lotação dos hospitais da região. Os técnicos da SMS afirmam que a demanda, principalmente de Porto Alegre, atinge em cheio o movimento nas casas de saúde do município, especialmente o Nossa Senhora das Graças.

Emergência do Nossa Senhora das Graças opera com 150% de sua capacidade máxima



Emergência do Nossa Senhora das Graças opera com 150% de sua capacidade máxima

Foto: JULIANO PIASENTIN/GES-ESPECIAL

Apesar da alta demanda, as Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs) seguem operando dentro da capacidade. A UTI 1 conta com 70% da ocupação e a UTI 2 com 90%. Procurado, o poder Executivo afirma estar trabalhando intensamente para que os atendimentos prossigam e os insumos não sejam afetados.

Questionada se há a possibilidade de suspender as cirurgias eletivas novamente, como aconteceu durante o mês de março, a Prefeitura negou. “No momento não está sendo debatido isso, pois os números não são os mesmos de semanas atrás.”

HU e HPSC

Os outros dois grandes hospitais da cidade também contam com um alto número de internações. O Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC) por exemplo, tem 100% da emergência ocupada. Assim como as Unidades Intensivas. Já o trauma e cirurgias trabalham abaixo da capacidade total.

Já no Hospital Universitário (HU), que não conta com a “porta aberta” para emergências, a ocupação é menor. São 93% dos leitos de UTIs sendo utilizados e 80% das áreas clínicas.

Os três hospitais são a referência para atendimentos, cirurgias de mais de 100 municípios do Estado. A consequência é uma demanda reprimida de outras cidades.

Espera por atendimento

Com Canoas como referência, moradores de outros municípios precisam encarar a estrada por um atendimento. As amigas Ivone Marca, 71 anos e Noeli Trem, 67 anos, saíram de Três Coroas na manhã desta quarta-feira e foram até o Nossa Senhora das Graças. Noeli foi levar exames no médico, já que aguarda há dois anos por uma cirurgia no quadril. “Estou na fila, falaram que devem me chamar em até seis meses.”

Caso isso não aconteça, Noeli vai precisar refazer novamente os exames. “Ela já fez e refez, não chamam nunca. Está bem complicado ficar esperando. Fora o tempo de ir e vir para Canoas”, afirma Ivone, que acompanhou a amiga na viagem até o HNSG.

Quem também precisou viajar foi a família Capris. Elton Henrique, 62 anos e Beatris Capris, 60 anos, saíram de Lajeado para trazer o sobrinho em uma consulta médica. “Ele operou o joelho há três semanas, veio retirar os pontos.” O procedimento foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto a espera foi longa. “Consultei pela primeira vez em setembro, falaram que levaria dois meses e operei apenas em março”, conta o paciente Diego Cardoso, 34 anos.

Após a operação, foi apenas um dia utilizando o leito, ainda assim escutava sobre a superlotação. “As enfermeiras comentavam.”

Agilidade na busca por um leito

Morador de Sapucaia do Sul, no Vale do Sinos, Marçal Menezes, 52 anos, chegou na terça-feira (11) a Canoas. Ele foi acompanhar a esposa, que precisa fazer uma cirurgia para a retirada de um câncer. “O tratamento foi todo feito em São Leopoldo, porém eles não realizam a cirurgia lá e nos encaminharam para Canoas.”

Ao chegar no Nossa Senhora das Graças não havia leito disponível. “Ela ficou primeiro em uma cadeira, aguardando a vaga.” No entanto, no fim do dia um leito foi liberado e a esposa de Marçal encaminhada ao quarto. “O atendimento está sendo muito bom. Estou revezando com a nossa filha para ficar de acompanhante.”

Sobre a ocupação do quarto, Marçal é sincero. “Está bem justo, apertado. São cerca de 15 pessoas, mas poderia ser pior e felizmente estamos sendo bem atendidos.”

A principal reclamação fica por conta do fato de não haver um local de espera para os familiares. “Precisamos ficar na rua, no sol. Poucos bancos, isso é complicado.”

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