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AGRICULTURA

Emater projeta queda na produção de arroz em Nova Santa Rita

Inundação e excesso de chuva afetaram o período de semeadura dos grãos

Taís Forgearini
Publicado em: 24/02/2024 às 10h:52 Última atualização: 24/02/2024 às 10h:52
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A Emater-RS-Ascar de Nova Santa Rita projeta queda na produção do arroz convencional e orgânico do município. A enchente que atingiu as plantações em novembro e o excesso de chuva no período considerado ideal para a semeadura dos grãos, de outubro a novembro, são responsáveis pela redução do cereal e prejuízo dos agricultores.

Colheita da safra de 2022 em Nova Santa Rita



Colheita da safra de 2022 em Nova Santa Rita

Foto: PAULO PIRES/GES-ARQUIVO

O acúmulo de água nas lavouras ocasionou consequências danosas para a agricultura local. Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater de Nova Santa Rita, Igor de Bearzi, com o solo encharcado, a produção do arroz foi altamente prejudicada.

“Ainda estamos contabilizando as perdas. Antes da enchente tínhamos cerca de 85% da área de arroz semeada, dessas, 95% foi inundada. Quase todas as lavouras precisaram ser replantadas. O período ideal de plantio foi perdido. O atraso na colheita é certo”, explica.

Dados preliminares da Emater-RS apontam redução de área plantada de cerca de 30%. “Além do plantio menor, ainda temos a possibilidade de perdas em decorrência de pragas, como o caramujo, devido ao excesso de umidade do solo. Infelizmente, o cenário é desfavorável. O impacto será refletido na colheita que deve começar entre março e abril.”

As altas temperaturas registradas na última semana foram prejudiciais para o desenvolvimento dos grãos, salienta Bearzi. “O calor e o aumento da incidência dos raios ultravioleta prejudicam a qualidade e o desenvolvimento do grão. Os produtores já projetam novas perdas.”

A média histórica de área cultivada de arroz em Nova Santa Rita é de 3.700 hectares para o arroz convencional e de 800 hectares para os grãos de origem/produção orgânica.

Arroz orgânico

O vice-presidente da Coopan, Nilvo Bosa, demonstra preocupação com o futuro da cadeia produtiva de arroz orgânico na região.

“O tempo não ajudou. Tivemos muitos prejuízos. Nossa estimativa é de perda de 10 mil sacas. O equivalente a R$ 1,5 milhão e mais R$ 500 mil em decorrência de furtos de transformadores, bombas de água e outros itens de uso no campo. No período da inundação, nossas lavouras ficaram desprotegidas e foram saqueadas”, lamenta.

Segundo Bosa, a produção deve ficar prejudicada por mais de até três anos. “Os produtores estão pagando as contas no limite, algumas estão sendo postergadas, mas logo mais será preciso pagar. Nossa cooperativa plantou cerca de 200 hectares. Não sabemos quanto vamos colher, dependemos das condições climáticas, elas precisam ser favoráveis.”

Cerca de 600 hectares orgânicos foram plantados no município.

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