PARA MINIMIZAR O PROBLEMA

EMARANHADO DE FIOS: Empresas retomam mutirões de limpeza depois de motoboy quase morrer enforcado em Novo Hamburgo

Secretaria de Obras prometer elaborar cronograma com ações mensais na cidade; veja o que onde já foi feito

Publicado em: 10/04/2024 13:45
Última atualização: 10/04/2024 15:33

Empresas de telefonia e internet começaram, na manhã desta quarta-feira (10), um mutirão para reduzir os impactos causados pelo emaranhado de fios que causa poluição visual e representa um risco aos pedestres e motoristas quando soltos ou caídos.


Mutirões para reorganizar maçaroca de fios aconteceu na Rua Bento Gonçalves, na área central Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

A mobilização que resultou na retomada destes mutirões em Novo Hamburgo iniciou em dezembro do ano passado, depois que um motociclista foi enforcado por um cabo de internet que estava atravessado na Rua Ícaro, no bairro Canudos.

Ao se enroscar no fio, o motoboy Lucas Gabriel Ramos da Silva, 31 anos, sofreu um corte grave no pescoço e precisou ser socorrido às pressas até a UPA do bairro. Ele também teve lesões nos braços e pernas provocados pela queda.

O primeiro mutirão do ano aconteceu na Rua Bento Gonçalves, entre as ruas Gomes Jardim e Marcílio Dias, na área central do Município. As operadoras de telecom e a RGE, companhia responsável pelos postes, decidiram montar novos mutirões após sofrerem pressão da Prefeitura, que voltou a cobrar medidas em todos os bairros da cidade.

No mês passado, o governo provocou reunião com os representantes das empresas para traçar um plano de ação.

"A ideia do encontro foi implementar métodos para ordenamento e controle dos cabos instalados nos postes do Município", destacou a secretária de Obras Greyce da Luz. A administração deve seguir acompanhando o andamento dos trabalhos e promete acionar o Ministério Público para auxiliar no processo.


Mutirões para reorganizar maçaroca de fios aconteceu na Rua Bento Gonçalves, na área central Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

 

Um mutirão por mês

Ainda conforme a secretária, a ideia é de que mutirões para reorganizar os cabos aconteçam mensalmente. "Estamos acompanhando essa ação hoje para conseguir ter uma noção do tempo que leva esse tipo de intervenção. Como podemos ver, é um trabalho lento, que demora. A partir desta experiência, vamos elaborar um cronograma", explica.

Em até duas semanas, Greyce da Luz espera conseguir anunciar um plano de ação estabelecendo os pontos que serão atacados nos próximos meses. "Vamos ter um cronograma fixo, e devemos priorizar intervenções em locais de onde recebemos muita reclamação ou que oferecem risco de acidentes", avisa.

A representante da RGE, Elisandra Castro, esclarece que durante as ações, a companhia de energia estará presente para proceder o corte dos fios inservíveis. "Sempre vamos dar um tempo para as empresas organizarem os seus cabos e aqueles que sobrarem, nossa equipe providenciará o corte", afirma.

Acidentes provocados por fios excedentes

O número de acidentes ocasionados pelos fios soltos se multiplicaram nos últimos anos, e até acidentes que provocaram mortes já foram registrados na região. Em 2020, um motociclista morreu degolado por um fio de telefone em Portão. Três anos antes, em 2017, a caroneira de uma motocicleta também morreu após ser degolada por um fio esticado em uma rua de Sapiranga.

Em Novo Hamburgo, além do acidente que provocou a nova mobilização das empresas de telecom, há outros casos registrados recentemente. Em março deste ano, uma motorista de um Onix branco rodopiou o carro ao atingir fios atravessados na pista da Avenida Pedro Adams Filho. Em novembro de 2021, já havia ocorrido fato semelhante: um motorista também teve danos no veículo ao ser surpreendido por fios baixos atravessados em uma via do bairro Operário.

Agir rápido

A secretária Greyce da Luz destaca que, para evitar acidentes com fios soltos ou caídos, foi criado um grupo de WhatsApp onde são encaminhadas as demandas urgentes. Neste grupo estão representantes das empresas de telecomunicações, a Guarda Municipal, a Defesa Civil e representantes da RGE.

"Quando a gente fica sabendo de algum ponto em que há fios que oferecem risco, imediatamente comunicamos às empresas para que verifiquem a situação e resolvam o problema. O que não queremos são mais acidentes."

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