VIA EXPRESSA
Em três meses, Denarc apreende 861 quilos de drogas trazidas por transportadoras ao Vale do Sinos
As cargas de maior valor são de cocaína peruana e o flagrante mais surpreendente foi em caminhão dos Correios
Última atualização: 04/03/2024 09:55
O uso de transportadoras é a estratégia mais recente do crime organizado para abastecer o Vale do Sinos. Em menos de três meses, o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apreendeu 861 quilos de drogas trazidas à região por empresas conceituadas do ramo. O flagrante mais recente e surpreendente foi em um caminhão dos Correios.
Segundo o delegado Gabriel Borges, está sendo apurado se as transportadoras têm participação no esquema. No momento, conforme ele, foi constatado que os traficantes estão aliciando os motoristas sem o conhecimento das empresas. É o caso do condutor da carreta do Sedex, que confessou ter recebido R$ 4 mil para levar 32 quilos de cocaína e 28 quilos de crack ao Vale do Sinos, numa viagem que começou em São Paulo.
O curitibano, que não tinha antecedentes criminais, foi preso em flagrante pela Operação Via Expressa no pedágio da free way, em Gravataí, na madrugada de domingo (9), quando a carreta de grande porte foi interceptada. A informação inicial, conforme o delegado, é que a droga estava camuflada entre as encomendas dos Correios. “Na abordagem, constatamos que os entorpecentes estavam todos na cabine.”
Correios alega que frota é terceirizada
Por meio de nota à reportagem, a estatal frisa que as encomendas transportadas no caminhão apreendido já seguiram o fluxo normal de entregas. Sob argumento de resguardar a segurança, a empresa pública não informou como contornou a situação. O baú estaria lotado de mercadorias, que teriam sido passadas para outro caminhão.
“Os Correios informam que a área de segurança corporativa da empresa está acompanhando o caso e colaborando com as autoridades competentes. A estatal está avaliando as medidas contratuais cabíveis para a ocorrência, pois trata-se de veículo de frota terceirizada.” Apesar da terceirização, a carreta que transportava a droga é identificada como dos Correios, desde as logomarcas da empresa pública e do Sedex, até a cor.
As operações
29 de janeiro - Os agentes apreenderam à noite, no Centro de Novo Hamburgo, 66 quilos de cocaína, 330 quilos de maconha, dois quilos de crack e R$ 80 mil em dinheiro. Um homem de 28 anos foi preso.
23 de março - Também à noite, em uma casa no bairro São José, em Novo Hamburgo, foram apreendidos 90 quilos de cocaína, 57 quilos de crack e R$ 242 mil em dinheiro. Dois foram presos.
1º e 2 de abril - Em dois dias de monitoramento em um sítio na zona rural de Araricá, o Denarc encontrou 94 quilos de cocaína, 96 quilos de crack e 66 quilos de maconha. Os agentes prenderam dois traficantes.
9 de abril - Desta vez, a equipe do delegado Borges interceptou 32 quilos de cocaína e 28 quilos de crack antes da carga chegar ao Vale do Sinos. O sexto preso no conjunto das investigações é um caminhoneiro aliciado pelo tráfico. “Constatamos que os entorpecentes das três apreensões anteriores chegaram por meio de veículos de transportadoras e fizemos esse novo flagrante”, declara o delegado.
Cocaína peruana e desfalque de R$ 25 milhões
De acordo com Borges, o desfalque à facção foi de aproximadamente R$ 25 milhões. A maior parte do rombo ao crime organizado é pelos 282 quilos de cocaína, toda ela de origem peruana e com “altíssimo grau de pureza”. Borges revela que o esquema com motoristas de transportadoras movimentava meia tonelada de droga por semana.
O valor é só em droga. Tem mais os R$ 322 mil em dinheiro recolhidos. Nas quatro operações, o Denarc apreendeu ainda veículos, anotações da facção, telefones celulares, balanças de precisão, material para embalagem de droga e insumos, entre outros materiais.
O uso de transportadoras é a estratégia mais recente do crime organizado para abastecer o Vale do Sinos. Em menos de três meses, o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apreendeu 861 quilos de drogas trazidas à região por empresas conceituadas do ramo. O flagrante mais recente e surpreendente foi em um caminhão dos Correios.
Segundo o delegado Gabriel Borges, está sendo apurado se as transportadoras têm participação no esquema. No momento, conforme ele, foi constatado que os traficantes estão aliciando os motoristas sem o conhecimento das empresas. É o caso do condutor da carreta do Sedex, que confessou ter recebido R$ 4 mil para levar 32 quilos de cocaína e 28 quilos de crack ao Vale do Sinos, numa viagem que começou em São Paulo.
O curitibano, que não tinha antecedentes criminais, foi preso em flagrante pela Operação Via Expressa no pedágio da free way, em Gravataí, na madrugada de domingo (9), quando a carreta de grande porte foi interceptada. A informação inicial, conforme o delegado, é que a droga estava camuflada entre as encomendas dos Correios. “Na abordagem, constatamos que os entorpecentes estavam todos na cabine.”
Correios alega que frota é terceirizada
Por meio de nota à reportagem, a estatal frisa que as encomendas transportadas no caminhão apreendido já seguiram o fluxo normal de entregas. Sob argumento de resguardar a segurança, a empresa pública não informou como contornou a situação. O baú estaria lotado de mercadorias, que teriam sido passadas para outro caminhão.
“Os Correios informam que a área de segurança corporativa da empresa está acompanhando o caso e colaborando com as autoridades competentes. A estatal está avaliando as medidas contratuais cabíveis para a ocorrência, pois trata-se de veículo de frota terceirizada.” Apesar da terceirização, a carreta que transportava a droga é identificada como dos Correios, desde as logomarcas da empresa pública e do Sedex, até a cor.
As operações
29 de janeiro - Os agentes apreenderam à noite, no Centro de Novo Hamburgo, 66 quilos de cocaína, 330 quilos de maconha, dois quilos de crack e R$ 80 mil em dinheiro. Um homem de 28 anos foi preso.
23 de março - Também à noite, em uma casa no bairro São José, em Novo Hamburgo, foram apreendidos 90 quilos de cocaína, 57 quilos de crack e R$ 242 mil em dinheiro. Dois foram presos.
1º e 2 de abril - Em dois dias de monitoramento em um sítio na zona rural de Araricá, o Denarc encontrou 94 quilos de cocaína, 96 quilos de crack e 66 quilos de maconha. Os agentes prenderam dois traficantes.
9 de abril - Desta vez, a equipe do delegado Borges interceptou 32 quilos de cocaína e 28 quilos de crack antes da carga chegar ao Vale do Sinos. O sexto preso no conjunto das investigações é um caminhoneiro aliciado pelo tráfico. “Constatamos que os entorpecentes das três apreensões anteriores chegaram por meio de veículos de transportadoras e fizemos esse novo flagrante”, declara o delegado.
Cocaína peruana e desfalque de R$ 25 milhões
De acordo com Borges, o desfalque à facção foi de aproximadamente R$ 25 milhões. A maior parte do rombo ao crime organizado é pelos 282 quilos de cocaína, toda ela de origem peruana e com “altíssimo grau de pureza”. Borges revela que o esquema com motoristas de transportadoras movimentava meia tonelada de droga por semana.
O valor é só em droga. Tem mais os R$ 322 mil em dinheiro recolhidos. Nas quatro operações, o Denarc apreendeu ainda veículos, anotações da facção, telefones celulares, balanças de precisão, material para embalagem de droga e insumos, entre outros materiais.
Segundo o delegado Gabriel Borges, está sendo apurado se as transportadoras têm participação no esquema. No momento, conforme ele, foi constatado que os traficantes estão aliciando os motoristas sem o conhecimento das empresas. É o caso do condutor da carreta do Sedex, que confessou ter recebido R$ 4 mil para levar 32 quilos de cocaína e 28 quilos de crack ao Vale do Sinos, numa viagem que começou em São Paulo.