VENDAS E ALUGUÉIS
Em recuperação, mercado imobiliário projeta 2023
Ainda cauteloso, setor avalia desafios após o período mais crítico da pandemia
Última atualização: 22/01/2024 15:56
Após ser duramente atingido pela crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021, o setor imobiliário apresentou recuperação em 2022. Apesar da melhora, as incertezas quanto às medidas do novo governo federal ainda seguram o potencial de vendas e aluguéis no momento, com maior aversão a riscos do público.
"Tanto o mercado de locação como o de compra desempenharam bem no Vale dos Sinos. Foi um ano pós-pandêmico e tivemos uma recuperação na demanda por aluguéis de lojas e moradia", disse o CEO da Imobiliária Vila Rica, Leandro Hilbk.
Para Leandro, a expectativa no início de 2023 é de alguma apreensão no âmbito comercial do mercado imobiliário, até que sejam esclarecidos quais os rumos serão tomados pelo governo Lula. "Assim que isto for feito, a tendência é de normalização. O Minha Casa, Minha Vida promete uma recuperação, assim como as empresas construtoras, que fazem estes empreendimentos".
Valor dos aluguéis
Em relação ao reajuste dos aluguéis, ele explica que o tema não deve preocupar tanto os inquilinos neste ano, pois o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), o índice de reajuste, tem variado menos do que os anos anteriores. Das pessoas que procuram a locação na imobiliária Vila Rica, 70% já são residentes de São Leopoldo. Na compra e venda, este percentual aumenta.
"Estes percentuais cresceram durante e após a pandemia, pois o fluxo de estudantes, que vinham morar em São Leopoldo para estudar na universidade, reduziu muito com o advento da formação à distância."
Entrevista - José Antônio Ribeiro / economista e professor
1. Como pode se analisar o mercado imobiliário no Vale do Sinos?
O aquecimento desse setor decorre do fato de que, no Brasil, ainda há um déficit habitacional. Este déficit representa o número de moradias que precisam ser construídas para contemplar a parcela da população, abrigada de forma improvisada. Esse passivo social vem sendo acumulado há muito tempo, demonstrando o potencial quase ilimitado do mercado brasileiro, explicando a expectativa do Programa Minha Casa, Minha Vida, citada pelo corretor.
2. Existe algum impasse enfrentado no setor imobiliário atualmente?
Quando se constatou a inviabilidade dos longos financiamentos diretos, o mercado precisou buscar novas fontes de captação de recursos financeiros para viabilizar a compra e a venda dos imóveis. Foram criadas linhas de crédito na rede bancária pública e privada, por agenciamento financeiro, construtoras e políticas de governo para facilitar a aquisição de imóveis. O financiamento depende da taxa de juros, que continua elevada para todo o ano de 2023 (13,75% no início e de 11,75%).
Entre os vilões, segundo ele, estão a alta dos juros – que se reflete no financiamento imobiliário – e também a inflação em geral. Enquanto a Taxa Selic estiver alta, haverá uma pré-disposição de não adquirir um financiamento de imóvel, aguardando a queda da taxa. O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Em 12 meses (janeiro a dezembro de 2022), o IGP-M acumula alta de 5,45%, muito abaixo dos 17,78% de 2021, o que anima os contratos de aluguéis, contudo devemos considerar que durante a pandemia (2020 e 2021) alguns acordos entre locador e locatário foram realizados com reajuste abaixo do índice, ou até mesmo de manutenção do valor, que devem, pelo tratado, subir para reaver as perdas do período.
3. O cenário nacional é favorável para investimentos em imóveis?
O desempenho do setor não pode ser considerado ruim. Os preços das residências continuam a apresentar evolução positiva, mas de forma mais moderada em 2023, após a boa valorização registrada em 2022. A perspectiva é de alguma estabilidade nos preços, em linha com a inflação. Não se espera um mercado grandioso. Uma pesquisa da (Fipe) costuma mostrar que há oscilação menor nos imóveis usados porque são reajustados em ritmo mais lento. Já unidades na planta, em obras ou recém-construídas recebem repasse automático de custos das construtoras.
4. A tendência do momento é as pessoas buscarem alugar ou comprar imóveis?
Se não tenho pressa, devo esperar um momento melhor, avaliar com calma e deixar a taxa Selic cair. Mas para quem tem pressa, o melhor é pesquisar bem antes, avaliar taxas de juros dos bancos e usar o Fundo de Garantia para abater prestações. Quem tiver recursos deve utilizálos e tentar ter reserva para caso de subir valor da prestação. Alugar também é uma alternativa mais viável, aguardando um melhor momento para aquisição do imóvel, até por haver a troca do governo, e é interessante esperar se virá algum benefício para o setor.
Após ser duramente atingido pela crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021, o setor imobiliário apresentou recuperação em 2022. Apesar da melhora, as incertezas quanto às medidas do novo governo federal ainda seguram o potencial de vendas e aluguéis no momento, com maior aversão a riscos do público.
"Tanto o mercado de locação como o de compra desempenharam bem no Vale dos Sinos. Foi um ano pós-pandêmico e tivemos uma recuperação na demanda por aluguéis de lojas e moradia", disse o CEO da Imobiliária Vila Rica, Leandro Hilbk.
Para Leandro, a expectativa no início de 2023 é de alguma apreensão no âmbito comercial do mercado imobiliário, até que sejam esclarecidos quais os rumos serão tomados pelo governo Lula. "Assim que isto for feito, a tendência é de normalização. O Minha Casa, Minha Vida promete uma recuperação, assim como as empresas construtoras, que fazem estes empreendimentos".
Valor dos aluguéis
Em relação ao reajuste dos aluguéis, ele explica que o tema não deve preocupar tanto os inquilinos neste ano, pois o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), o índice de reajuste, tem variado menos do que os anos anteriores. Das pessoas que procuram a locação na imobiliária Vila Rica, 70% já são residentes de São Leopoldo. Na compra e venda, este percentual aumenta.
"Estes percentuais cresceram durante e após a pandemia, pois o fluxo de estudantes, que vinham morar em São Leopoldo para estudar na universidade, reduziu muito com o advento da formação à distância."
Entrevista - José Antônio Ribeiro / economista e professor
1. Como pode se analisar o mercado imobiliário no Vale do Sinos?
O aquecimento desse setor decorre do fato de que, no Brasil, ainda há um déficit habitacional. Este déficit representa o número de moradias que precisam ser construídas para contemplar a parcela da população, abrigada de forma improvisada. Esse passivo social vem sendo acumulado há muito tempo, demonstrando o potencial quase ilimitado do mercado brasileiro, explicando a expectativa do Programa Minha Casa, Minha Vida, citada pelo corretor.
2. Existe algum impasse enfrentado no setor imobiliário atualmente?
Quando se constatou a inviabilidade dos longos financiamentos diretos, o mercado precisou buscar novas fontes de captação de recursos financeiros para viabilizar a compra e a venda dos imóveis. Foram criadas linhas de crédito na rede bancária pública e privada, por agenciamento financeiro, construtoras e políticas de governo para facilitar a aquisição de imóveis. O financiamento depende da taxa de juros, que continua elevada para todo o ano de 2023 (13,75% no início e de 11,75%).
Entre os vilões, segundo ele, estão a alta dos juros – que se reflete no financiamento imobiliário – e também a inflação em geral. Enquanto a Taxa Selic estiver alta, haverá uma pré-disposição de não adquirir um financiamento de imóvel, aguardando a queda da taxa. O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Em 12 meses (janeiro a dezembro de 2022), o IGP-M acumula alta de 5,45%, muito abaixo dos 17,78% de 2021, o que anima os contratos de aluguéis, contudo devemos considerar que durante a pandemia (2020 e 2021) alguns acordos entre locador e locatário foram realizados com reajuste abaixo do índice, ou até mesmo de manutenção do valor, que devem, pelo tratado, subir para reaver as perdas do período.
3. O cenário nacional é favorável para investimentos em imóveis?
O desempenho do setor não pode ser considerado ruim. Os preços das residências continuam a apresentar evolução positiva, mas de forma mais moderada em 2023, após a boa valorização registrada em 2022. A perspectiva é de alguma estabilidade nos preços, em linha com a inflação. Não se espera um mercado grandioso. Uma pesquisa da (Fipe) costuma mostrar que há oscilação menor nos imóveis usados porque são reajustados em ritmo mais lento. Já unidades na planta, em obras ou recém-construídas recebem repasse automático de custos das construtoras.
4. A tendência do momento é as pessoas buscarem alugar ou comprar imóveis?
Se não tenho pressa, devo esperar um momento melhor, avaliar com calma e deixar a taxa Selic cair. Mas para quem tem pressa, o melhor é pesquisar bem antes, avaliar taxas de juros dos bancos e usar o Fundo de Garantia para abater prestações. Quem tiver recursos deve utilizálos e tentar ter reserva para caso de subir valor da prestação. Alugar também é uma alternativa mais viável, aguardando um melhor momento para aquisição do imóvel, até por haver a troca do governo, e é interessante esperar se virá algum benefício para o setor.