- ATUALIZAÇÃO: Dono de pastelaria forjou racismo contra ele próprio em pedido de lanche, conclui delegado de Campo Bom
A investigação do caso de racismo contra o dono da franquia Hora do Pastel de Campo Bom segue no sentido de tentar identificar o autor do crime. Na quinta-feira (16), o dono da lanchonete, Gabriel Fernandes da Cunha, esteve na Delegacia de Polícia para prestar depoimento.
Na oportunidade, segundo Daniela Rodrigues, esposa de Cunha, os policiais civis comentaram os primeiros avanços da investigação. Com base em dados encaminhados pela plataforma iFood, a Polícia conseguiu descobrir que a observação com teor racista em pedido de lanche partiu de um perfil falso criado no aplicativo.
O perfil – com nome e endereço falsos – foi criado no mesmo dia em que o crime aconteceu e foi usado apenas uma vez, para fazer o referido pedido. Além disso, o autor do crime excluiu a conta imediatamente após o início da repercussão do caso. “Está cada vez mais claro que a intenção era nos atingir, injuriar”, opina Daniela.
O delegado Rodrigo Câmara, que coordena os trabalhos investigativos, prefere não comentar o caso neste momento. Ele também não confirmou as informações repassadas pelas vítimas. “Em breve, teremos novidades”, avisou. Conforme Câmara, a apuração está adiantada e acredita solucionar o caso em “alguns dias”.
Vítima opina: “As pessoas que moram lá não merecem repúdio”
Após tomar conhecimento de um movimento de represália aos moradores do condomínio para onde o pedido foi direcionado, Gabriel Fernandes da Cunha usou as redes sociais para pedir que as pessoas não ataquem com mensagens difamatórias ou até discriminatórias os moradores do local. “O condomínio, as pessoas que moram lá, não merecem ser repudiadas, pois ninguém sabe quem fez isso”, avisa.
Cunha analisa que o fato de o autor do crime ter usado um perfil falso dificulta o trabalho da Polícia, mas considera não ser impossível que a investigação chegue ao autor do delito.
Apesar de inicialmente afirmarem que Gabriel Fernandes da Cunha era proprietário da franquia de Campo Bom, por meio de nota emitida na segunda-feira (21), o CEO da Hora do Pastel, Giovani Prass, alegou que Gabriel não é proprietário da pastelaria franqueada. Veja a nota na íntegra:
“NOTA OFICIAL
A Hora do Pastel, após analisar todos os fatos e em consonância com a conclusão do Inquérito Policial, entende que a titular da loja franqueada de CAMPO BOM – RS, não tem responsabilidade sobre a falsa denunciação de crime por parte de seu ex-companheiro, que mentiu ao alegar que teria sido vítima de injuria racial, através de perfil fake criado por ele próprio sem o consentimento ou incentivo de qualquer outra pessoa.
Todos nos sentimos enganados, sensibilizados, e entendemos que a pessoa responsável deve ser devidamente processada pela justiça e responsabilizada por seus atos.
Nos solidarizamos ainda mais, com a Franqueada de Campo Bom – RS, que trata-se de uma figura exemplar, que sempre cumpriu com suas obrigações e demonstra grande esforço cotidianamente, sendo pessoa íntegra e trabalhadora, que ao nosso entender foi tão vítima quanto todos nós.
Afirmamos nosso forte compromisso de prestar a ela todo o apoio necessário, para que possa seguir em frente e continuar realizando seu trabalho com dignidade, promovendo o seu crescimento como pessoa e como franqueada de nossa rede.
Jamais compactuamos com qualquer ilegalidade, e da mesma forma não poderemos compactuar com qualquer injustiça contra esta batalhadora.
Hora do Pastel.”
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