O final de semana foi de movimento de retorno das praias do Litoral Norte gaúcho e também Santa Catarina. O domingo (5) foi de tráfego acentuado na free way ao longo de todo o dia. Mais uma vez havia veículos parados no acostamento devido a problemas mecânicos e pneus furados. O problema é recorrente.
Embora a concessionária CCR Via Sul e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) orientem sobre a importância de uma revisão no veículo antes de pegar a estrada, muitos motoristas acabam ignorando por completo qualquer tipo de orientação e se arriscam.
Quando o assunto é pneus, o perigo é maior por haver o risco de saída da pista. Um dos mais experientes profissionais do ramo em Canoas, o borracheiro Mauri Carlos Wazlawovsky, o popular Alemão, já atendeu a muitos motoristas que pararam no acostamento em direção ao litoral.
Ele explica que a maioria dos motoristas não considera o atrito do pneu com o calor, algo que faz toda a diferença, caso a viagem seja mais longa, por exemplo. Se o “arame” estiver aparecendo, o melhor é nem tirar da garagem.
“O cara calibra o pneu e acha que ele está pronto para rodar, mas não é bem assim”, explica. “Se o pneu já não está bom, ele acaba estourando em dias mais quentes devido ao atrito com o asfalto”.
O ideal, portanto, é inspecionar a profundidade do relevo dos pneus. É necessário prestar atenção na profundidade do relevo dos pneus e ver se o limite legal de 1.6 milímetros da cavidade foi atingido.
“Recebo clientes que rodam com pneus carecas”, diz. “A gente orienta, mas nem todo mundo leva a sério, mas o risco existe, sem dúvida. Sair para praia assim, é quase garantia de ficar na estrada”.
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Solução arriscada
Mesmo que o motorista não ligue para um pneu careca, o prejuízo é grande para o carro. Acontece que, com o passar do tempo, o condutor sente a direção pesar. O veículo também começa a apresentar problemas com a frenagem e com o desvio de obstáculos, além do risco em dias de chuva. A solução, no entanto, não pode ser paliativa.
Tão perigoso quanto não observar o estado de saúde de um pneu, é a prática conhecida como “aprofundar os sulcos do pneu” gasto para que ele pareça novo. O que muitos acreditam que seja uma sobrevida para o pneu “careca”, na verdade, é um risco extra para quem está no trânsito.
“Tem borracheiro que risca o pneu quando a marcação já está quase sumida, mas isso é muito perigoso”, observa Mauri. “Pneu custa caro, mas isso cria um problema maior”.
É necessário fazer a troca em um local seguro, no acostamento
Mesmo aqueles motoristas mais cautelosos, preocupados com a geometria e balanceamento do veículo, podem ser surpreendidos com um problema no pneu. Então a atenção deve ser constante. O professor Tiago Martini Wedman, 41 anos, parou na BR-116 por conta de um parafuso que entrou no pneu traseiro.
“Estou sempre cuidando por onde circulo e mesmo assim tive que trocar um pneu porque deixaram um parafuso na BR-116”, aponta. “Estava na altura de Esteio. Notei que o carro pendeu pro lado e não perdi tempo. Parei no acostamento na beira da estrada e troquei o pneu em cinco minutos”.
O indicado, diz o experiente Mauri, é sempre parar o carro o mais breve possível nesta situação. No entanto, como nem sempre isso é possível, o melhor é reduzir a velocidade por alguns quilômetros até encontrar um local seguro para fazer a troca.
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