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Duas décadas auxiliando as famílias a enfrentarem o luto

Jardim da Memória completa 20 anos em Novo Hamburgo ressignificando a própria história e ampliando os serviços à comunidade

Publicado em: 03/11/2023 07:45
Última atualização: 03/11/2023 15:54

Conteúdo Especial | Núcleo 360

Com a própria experiência de luto permeando a história do empreendimento, a família Bilo completa 20 anos à frente do Jardim da Memória. Fundado por Alfredo Bilo após a morte do filho caçula, o Alfredinho, aos oito anos de idade, o cemitério parque já foi espaço de acolhimento e de despedidas de quase 20 mil famílias. Das duas décadas de trabalho em Novo Hamburgo, há 14 anos a nova geração da família também se dedica ao serviço de acolher enlutados.

“Lidar com a perda e com luto envolvem sentimentos muito complexos e específicos de cada família. É uma prestação de serviços extremamente delicada e sensível. Nossa família não nasceu neste meio, acredito pessoalmente que as mãos de Deus nos levaram a ele”, afirma Adriana Bilo Coutinho, irmã de Alfredinho e que, hoje, desempenha o papel de diretora administrativa do Jardim da Memória.


À frente do empreendimento, Alfredo Bilo (segundo à esquerda) com os filhos Vinícius e Adriana e o genro Fabrício Coutinho Foto: Vandré Brancão/GES-Especial

O empreendimento começou como cemitério, mas hoje já engloba todos os serviços que norteiam o momento da perda de um ente querido: desde funerária, planos e crematório. “As pessoas, quando entram no Jardim da Memória, costumam dizer que parece que não estão em um cemitério, e isto, para nós, é muito significativo porque com isto elas estão nos dizendo que aqui elas se sentem bem, que se sentem acolhidas e sentem uma energia diferente”, conta.

Para Adriana, cada família representa uma história e necessita ser amparada nesse momento de dor de forma respeitosa e acolhedora. “Aqui, acolhemos milhares de famílias, milhares de histórias de vidas e que, por trás de cada uma delas, independentemente da classe social, carregam o mesmo sentimento, que é sentimento do amor. Então, falar dos 20 anos do Jardim da Memória, é falar da nossa própria história de vida e de muitas histórias como a nossa, é falar de memórias que não são esquecidas”, declara emocionada.

Funeral social quer garantir despedida digna

Dentro das ações para marcar os 20 anos, a família está preparando o lançamento do Dignidade, um funeral social que consiste em dar oportunidade às famílias de menor poder aquisitivo a realização de uma despedida digna. “Para isso, em torno de 80% dos custos serão subsidiados pela mantenedora do Jardim da Memória”, explica Adriana, ao frisar que é uma modalidade que vem sendo preparada com muito carinho. “Não é porque a família não tenha condições financeiras que não há amor e a vontade de se fazer um funeral digno”, observa.

Para ela, a grande missão do Jardim não é apenas sepultar ou dar um destino final para os restos mortais: “é trazer as famílias para trabalhar esse luto, todo esse amor, todos esses sentimentos”.


Único crematório licenciado

Em 2011, a família Bilo conquistou um importante passo para Novo Hamburgo: o Jardim da Memória passou a ter o primeiro — e ainda único — crematório licenciado do município. “Foi um processo extremamente rígido, burocrático e complexo com o qual nos orgulhamos”, conta Adriana. Tanto é que, na pandemia, o crematório desempenhou um papel importante para a saúde pública da região.

Para os próximos anos, a diretora administrativa já trabalha no projeto do Crematório Pet, a partir da demanda apresentada pela própria comunidade. “Estamos, também, na fase de finalização do Memorial Amor Além da Vida, como também estamos trabalhando num projeto de apoio jurídico às famílias enlutadas e o desenvolvimento de outros produtos voltados à valorização da vida”, antecipa.



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