Polícia
Doleiro de Ivoti é investigado em rede de crimes financeiros
Dono de empresa de câmbio e turismo foi preso com 100 mil dólares em Pelotas, há duas semanas, quando voltava do Uruguai com filha adolescente, e agora responde inquérito na Polícia Federal por evasão de divisas
Última atualização: 03/10/2024 16:05
Dono de rede de lojas de câmbio e turismo, um empresário de Ivoti é investigado em suposto esquema de fraudes financeiras. Ele foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) há duas semanas, na BR-116, em Pelotas, com 100 mil dólares escondidos em meias na bolsa da filha de 15 anos, que o acompanhava na viagem. Eles voltavam do Uruguai. Sem explicar a origem do dinheiro, o doleiro foi indiciado pelo crime de evasão de divisas e levado ao presídio. Conseguiu liberdade provisória no dia seguinte. O nome não é revelado porque o caso segue sob investigação da Polícia Federal.
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Não foi abordagem de rotina. O empresário de 51 anos já era monitorado pelo serviço de inteligência da PRF. Foi parado no fim da tarde de 17 de novembro, quando passava na frente do posto do órgão na região sul do Estado. Dirigia um Focus cinza, com placas de Ivoti, cidade onde mora com a família. Aparentava nervosismo durante a revista pessoal e vistoria no automóvel. Os agentes já esperavam encontrar dinheiro buscado ilegalmente no Uruguai, mas não daquela forma. Na bolsa da adolescente, assustada com a investida policial, havia muitas meias. E, dentro delas, maços de notas de 100 dólares. Os federais contaram exatos 100 mil, que equivalem a mais de meio milhão de reais.
Presídio
O empresário se apressou em dizer que era o responsável pelo dinheiro, mas não comprovou procedência lícita. Ele a filha foram levados à Delegacia da Polícia Federal de Pelotas. A menina ficou sob responsabilidade do Conselho Tutelar até ser liberada para familiares. A mãe teria partido de Ivoti para buscá-la. Autuado em flagrante, o doleiro foi conduzido ao presídio regional de Pelotas no fim da noite. Depois de aproximadamente 16 horas na cela, o advogado conseguiu relaxamento da prisão. O empresário foi solto sob compromisso de comparecer às audiências. O dinheiro ficou apreendido.
O flagrante
Segundo a Polícia Federal, o doleiro foi autuado em flagrante com base no artigo 22 da Lei 7492/86, que trata de “efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País”. A pena é dois a seis anos de prisão e multa.
Empresário não quer falar
O empresário não quis falar à reportagem. “Neste momento não tenho nada a contribuir.” Mas foi cordial. “Quem sabe em outro momento agendamos para conversar.” Não é só a caçula da família que de alguma forma se envolveu no flagrante. O Focus estava em nome de outra filha.
Inquérito apura beneficiados no esquema
O inquérito, mantido sob sigilo, apura se o doleiro mantém contas não declaradas no Uruguai para uso pessoal ou se beneficia clientes em esquema que envolveria associação de outros delitos, como lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele mantém três lojas de câmbio e turismo na Grande Porto Alegre e sete em outros Estados, principalmente em aeroportos. No interrogatório, teria se mantido em silêncio por orientação do advogado. Não tinha antecedentes criminais.
Tradição a passeio
O Uruguai é o destino mais próximo dos gaúchos para contas offshore, conhecidas pela baixa tributação e atalho à sonegação. “Acontece muito de empresários gaúchos, que se tornaram clientes em instituições financeiras do país vizinho há muitos anos a pretexto das exportações, aproveitar viagens de compras a Rivera para fazer saques e trazer dinheiro não declarado”, comenta um especialista em finanças que pede para não ser identificado. A alta cotação da moeda norte-americana tem sido atrativo especial para a repatriação clandestina de dólares. “A pesada tributação brasileira é outro convite às fraudes”, acrescenta o analista.
Crescem inquéritos no Estado
A Polícia Federal abriu 33 inquéritos por evasão de divisas este ano no Estado. Em 2019, foram 31.
Dono de rede de lojas de câmbio e turismo, um empresário de Ivoti é investigado em suposto esquema de fraudes financeiras. Ele foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) há duas semanas, na BR-116, em Pelotas, com 100 mil dólares escondidos em meias na bolsa da filha de 15 anos, que o acompanhava na viagem. Eles voltavam do Uruguai. Sem explicar a origem do dinheiro, o doleiro foi indiciado pelo crime de evasão de divisas e levado ao presídio. Conseguiu liberdade provisória no dia seguinte. O nome não é revelado porque o caso segue sob investigação da Polícia Federal.
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Dono de rede de lojas de câmbio e turismo, um empresário de Ivoti é investigado em suposto esquema de fraudes financeiras. Ele foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) há duas semanas, na BR-116, em Pelotas, com 100 mil dólares escondidos em meias na bolsa da filha de 15 anos, que o acompanhava na viagem. Eles voltavam do Uruguai. Sem explicar a origem do dinheiro, o doleiro foi indiciado pelo crime de evasão de divisas e levado ao presídio. Conseguiu liberdade provisória no dia seguinte. O nome não é revelado porque o caso segue sob investigação da Polícia Federal.