Doenças de pele em pets: o que é preciso saber

Conteúdo Especial | Núcleo 360 

A Animalescas está de volta para uma temporada especial! Serão quatro edições com muita informação sobre o universo pet, mural de adoção e outras coisas mais! Curte com a gente esse breve retorno do espaço em nosso jornal dedicado a cães, gatos e outros animais de estimação!

Aquela coceira que não passa ou aquele pedacinho do corpo que está sem pelo pode ser sinal de que seu pet está enfrentando uma dermatopatia. E atenção: algumas podem ser transmitidas aos tutores. Por isso, nós fomos conversar com o veterinário Luciano Marra, que é professor e especialista em dermatologia veterinária há mais de 28 anos. Confere a entrevista completa a seguir:

Quais são as dermatopatias mais comuns em cães e gatos?
Vou começar pelos cães. A dermatite atópica canina, que é uma doença alérgica incurável. Uma doença muito importante, que causa muito prurido, muita inflamação cutânea e um forte odor, deixando desconfortável tanto o animal quanto os tutores. Hoje, corresponde a 20% a 25% da casuística da dermatologia canina no mundo. Isso é, 1/4 a 1/5 dos cães no mundo têm dermatite atópica. Mas nós temos outras doenças também comuns em cães. Outra doença comum aqui no Brasil é a dermatite alérgica por picada de pulga. Entre as micoses mais comuns está a dermatofitose, que é uma micose superficial muito comum em cães. Em gatos, as dermatopatias mais comuns são a sarna causada por ácaros. A infestação por piolhos também é bastante comum, e que afeta tanto cães quanto gatos.

Como evitá-las?
Para evitar as dermatopatias é muito importante procurar um médico veterinário especialista na área. Afinal, a pele é o maior órgão do corpo e é o órgão que está mais exposto. Por exemplo, uma alimentação de boa qualidade vai refletir diretamente na qualidade da pele e dos pelos do animal. Também é importante a utilização de medicação pra ectoparasitas, que causam alergias, queda de pelo e coceira. Por isso é importante usar de forma rotineira nos animais. O banho também é uma questão importante e tem relação direta com a raça do animal e o local onde ele fica. A questão da tosa também deve ser analisada. Em determinadas raças, principalmente em animais de origem nórdica, a tosa errada pode causar dermatopatias. São vários os cuidados, mas em resumo: alimentação de boa qualidade, vacinas, vermífugos, medicação rotineira contra pulgas, carrapatos e piolhos.

Quando ocorre a doença, qual a orientação aos tutores?
A principal dica é procurar o profissional logo no início, pois muitas vezes você já consegue resolver o problema de forma rápida. Se pega uma doença ali na fase inicial, você vai ter menos custo. Quanto mais demorar para procurar o médico veterinário, essa doença vai evoluindo de forma crônica, muitas vezes é uma zoonose que pode trazer transtornos familiares. As pessoas podem ser acometidas também, dependendo da doença dermatológica, podendo trazer transtorno geral pra família e, consequentemente, um gasto muito maior. E aqui fica um dado importante: a cada dez animais que entram na clínica, seja cão ou gato, seis a sete apresentam problemas de pele.

A dermatopatia pode ser transmitida aos tutores?
Nós temos várias dermatopatias que podem passar para os tutores. Uma das mais importantes é a dermatofitose. Geralmente os seres humanos apresentam lesões circulares, com bastante prurido, podendo afetar o couro cabeludo como também o corpo inteiro. A escabiose canina, que é um tipo de sarna, também pode acometer os humanos causando lesões, principalmente na região do colo e na região dos membros, provocando bastante coceira em seres humanos. E a gente ainda tem várias outras dermatopatias de grande importância, por isso a atenção a esse tema.