A história do médico leopoldense João Carlos Haas Sobrinho, morto pela ditadura em 1972, ganhará as telas dos cinemas a partir desta quarta-feira (13). A primeira sessão do pré-lançamento do documentário Doutor Araguaia ocorre em São Leopoldo, cidade onde João Carlos nasceu e se criou.
No Município, o filme, com 90 minutos de duração, e que conta com cerca de 50 entrevistas, será exibido na sala 2 do Cinesystem, do Bourbon Shopping, a partir das 19h30, com entrada gratuita. No sábado (16) o filme será apresentado na Casa Diógenes de Oliveira, na Cidade Baixa. Após as exibições, haverá conversa com a plateia.
O documentário levou cerca de 36 meses para ser produzido. A produção independente da TG Economia Criativa é dirigida pelo documentarista Edson Cabral, com roteiro, pesquisas e argumento realizados em parceria com Sônia Haas, irmã de João Carlos e que há 50 anos busca pelos seus restos mortais. Durante as gravações a equipe esteve nos Estados de São Paulo, Maranhão, Pará, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Contemplado pelo Edital 001/2023 da Lei Paulo Gustavo – Tocantins, o documentário apresenta a vida do estudante de medicina, com sólida educação jesuíta, e que foi preso em 1964, por ser presidente do Centro Acadêmico Sarmento Leite, da Faculdade de Medicina da UFRGS.
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Médico formado, João Carlos alinha-se à filosofia do PCdoB da época, com forte liderança e torna-se médico pioneiro nas regiões de Porto Franco, no Maranhão e Xambioá, Tocantins. Entre 1967 e 1972, salva centenas de vidas, sendo amado pelos camponeses que sofrem com o regime de exceção e por todos que com ele conviveram. Foi morto na região do Bico do Papagaio, na Guerrilha do Araguaia, nas margens do rio Araguaia, em 1972.
Para Sônia, o pré-lançamento na cidade natal do irmão tem um significado especial. “Costumo dizer que é um lançamento carinhoso, com muito amor, já que várias pessoas de São Leopoldo participam do documentário, vai ser muito emocionante”, diz.
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Segundo ela, a expectativa é de sala lotada para a exibição do filme. “Será um momento muito especial de São Leopoldo conhecer um pouco mais a história deste capilé, que saiu daqui em 1666, deixou amigos por onde passou, tem uma história bonita de vida e tem um papel importante na história do Brasil, que a gente precisa conhecer”, completa.
O próximo passo da produção, depois dessa pré-estreia, será a obtenção do Certificado de Produto Brasileiro – CPB na ANCINE e, para 2025, circulação em Festivais de Cinema, nacionais e internacionais, além de Cine-Debates em eventos relacionados à medicina comunitária e os direitos humanos. Segundo os produtores, o filme é um tributo a todos que lutaram contra a tragédia que foi a Ditadura Civil Militar no Brasil.
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