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NADA SERÁ IGUAL

DIA DAS MÃES: Um domingo que entra para a história de milhares de mães gaúchas

Data tradicionalmente celebrada na cultura brasileira recebe um novo significado para mães do Rio Grande do Sul em 2024

Susete Mello
Publicado em: 12/05/2024 às 08h:54 Última atualização: 12/05/2024 às 09h:31
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O Dia das Mães este ano será diferente para as gaúchas atingidas diretamente pela enchente no Estado. Há quem perdeu tudo e está voltando agora para tentar limpar a casa, há quem ainda está em abrigo, há quem perdeu familiares e até filhos.

Eugenia dos Anjos | abc+



Eugenia dos Anjos

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Mães, moradoras de Novo Hamburgo, falaram sobre a data, tão significativa neste mês de maio. A cozinheira Eugenia dos Anjos, 48 anos, é voluntária na Escola de Samba Cruzeiro do Sul, do bairro Primavera. “O meu Dia das Mães será diferente. O meu filho já sabe que vou me doar aqui e eu falei que se quiser me ver vai ter que estar aqui comigo”, declara.

Graziela Batista Pereira  | abc+



Graziela Batista Pereira

Foto: Susi Mello/GES-Especial

“O meu dia das mães será bom. Os móveis a gente recupera, muitos doam, mas os outros que perderam a vida? Esses vão ficar somente com a saudade”, declarou a dona de casa Graziela Batista Pereira, 43 anos, mãe de oito filhos e com cinco netos, abrigada no CIEP Canudos.

Catia Oliveira dos Santos  | abc+



Catia Oliveira dos Santos

Foto: Susi Mello/GES-Especial

E na Rua Rio Grande do Sul, em Canudos, mora a caixa de padaria, Catia Oliveira dos Santos, 37 anos, seu marido e dois filhos, um de 18 e outro de 3. Ela voltou na quinta-feira (9) para a casa que foi tomada pela enchente. “Vamos passar organizando, mas só tenho a agradecer a Deus por estar com minha família e todos estão bem. Bens materiais a gente vai conseguir de novo”, relata.

Cada uma resumiu como será seu domingo. “Todos, de uma forma ou de outra, estão sendo atingidos por uma situação que é traumática. Vale ressaltar o protagonismo das mães em várias frentes como voluntárias, acolhendo outras mães. Nos abrigos é muito comum ver mães voluntárias que se disponibilizam a cuidar dos filhos das mães que estão abrigadas, buscando auxiliar na maternagem das crianças nesse momento em que estão tão fragilizadas”, pontua a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Feevale, Cláudia Teixeira Goulart.

Por outro lado, frisa Cláudia, as perdas são muito recentes. “É importante respeitar esse momento de luto e compreender como cada um está vivenciando essas emoções. Forçar a comemoração do Dia das Mães pode fazer essa mulher se sentir culpada por sentir tristeza, medo, raiva ou desesperança”, declara. O momento, acrescenta, ainda é de muita dor e sofrimento.

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