Neste mês, uma data emblemática na luta por igualdade completa 30 anos. Foi em 25 de julho 1992 que a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) reconheceu a data como o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. No Brasil, o reconhecimento veio em 2014, com a lei 12.987/2014, instrumento para homenagear a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro.
Por conta disso, Novo Hamburgo celebra nesta segunda-feira o 1º Encontro da Mulher Negra, às 17 horas, no Espaço Cultural Albano Hartz. Ainda haverá programação especial em Montenegro e São Leopoldo.
No evento de Novo Hamburgo, além de conhecer a história de Tereza de Benguela, será homenageada Maria Emília de Mendonça, que aos 106 anos de idade é mulher mais velha do Município. A hamburguense é escritora, já foi patrona da Feira do Livro Municipal e recentemente recebeu o título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras (ALBL).
No encontro, como explica Sandra Regina Carvalho Soares, que integra a comissão organizadora, haverá roda de conversas e reflexão sobre os desafios que a mulher negra enfrenta diariamente. Também terá um bate-papo a partir de um questionário que foi preenchido anteriormente, voltado à percepção de como elas se veem na sociedade e a inserção na comunidade hamburguense.
Mas por que é importante refletir a data?
A doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Vitória Brito Santos, explica que as estatísticas dão a resposta e demonstram a necessidade de falar sobre o tema. O Atlas da Violência 2021, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 66% das mulheres assassinadas no Brasil são negras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha de pobreza.
As mulheres representam 92% das pessoas ocupadas no trabalho doméstico no Brasil, das quais 65% são negras, de acordo com o perfil básico divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese). Em contrapartida, um levantamento feito pela consultoria Gestão Kairós neste ano, especializada em diversidade, assinalou que, entre 900 líderes entrevistados, a partir de gerente, apenas 25% são mulheres, sendo somente 3% negras.
“Precisamos nos questionar o quanto a gente avançou no processo social, o que se tem de novo em políticas públicas”, analisa Vitória. A pesquisadora salienta que as mulheres são a parte mais fragilizada e aquelas que são negras sofrem mais disparidade salarial e enfrentam dificuldades maiores no mercado de trabalho.
Na avaliação de Vitória, o ideal seria que, quando chegasse aos 50 anos de comemoração do Dia da Mulher Negra, equidade social fosse realidade. “Porque quando se põe fim à desigualdade social, se tem acesso à educação, fomento de bens e serviços e melhora no processo cultural”, diz. Além disso, o fato de se ter uma protagonista negra em novela ou uma negra chefiando uma empresa deveria ser o normal, e não o diferente, exemplifica a pesquisadora.
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Programação em outras cidades
Neste mês, uma data emblemática na luta por igualdade completa 30 anos. Foi em 25 de julho 1992 que a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) reconheceu a data como o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. No Brasil, o reconhecimento veio em 2014, com a lei 12.987/2014, instrumento para homenagear a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro.
Por conta disso, Novo Hamburgo celebra nesta segunda-feira o 1º Encontro da Mulher Negra, às 17 horas, no Espaço Cultural Albano Hartz. Ainda haverá programação especial em Montenegro e São Leopoldo.
No evento de Novo Hamburgo, além de conhecer a história de Tereza de Benguela, será homenageada Maria Emília de Mendonça, que aos 106 anos de idade é mulher mais velha do Município. A hamburguense é escritora, já foi patrona da Feira do Livro Municipal e recentemente recebeu o título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras (ALBL).
No encontro, como explica Sandra Regina Carvalho Soares, que integra a comissão organizadora, haverá roda de conversas e reflexão sobre os desafios que a mulher negra enfrenta diariamente. Também terá um bate-papo a partir de um questionário que foi preenchido anteriormente, voltado à percepção de como elas se veem na sociedade e a inserção na comunidade hamburguense.
Mas por que é importante refletir a data?
A doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Vitória Brito Santos, explica que as estatísticas dão a resposta e demonstram a necessidade de falar sobre o tema. O Atlas da Violência 2021, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 66% das mulheres assassinadas no Brasil são negras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha de pobreza.
As mulheres representam 92% das pessoas ocupadas no trabalho doméstico no Brasil, das quais 65% são negras, de acordo com o perfil básico divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese). Em contrapartida, um levantamento feito pela consultoria Gestão Kairós neste ano, especializada em diversidade, assinalou que, entre 900 líderes entrevistados, a partir de gerente, apenas 25% são mulheres, sendo somente 3% negras.
“Precisamos nos questionar o quanto a gente avançou no processo social, o que se tem de novo em políticas públicas”, analisa Vitória. A pesquisadora salienta que as mulheres são a parte mais fragilizada e aquelas que são negras sofrem mais disparidade salarial e enfrentam dificuldades maiores no mercado de trabalho.
Na avaliação de Vitória, o ideal seria que, quando chegasse aos 50 anos de comemoração do Dia da Mulher Negra, equidade social fosse realidade. “Porque quando se põe fim à desigualdade social, se tem acesso à educação, fomento de bens e serviços e melhora no processo cultural”, diz. Além disso, o fato de se ter uma protagonista negra em novela ou uma negra chefiando uma empresa deveria ser o normal, e não o diferente, exemplifica a pesquisadora.
Quem foi Tereza de Benguela?
Neste mês, uma data emblemática na luta por igualdade completa 30 anos. Foi em 25 de julho 1992 que a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) reconheceu a data como o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. No Brasil, o reconhecimento veio em 2014, com a lei 12.987/2014, instrumento para homenagear a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro.
Por conta disso, Novo Hamburgo celebra nesta segunda-feira o 1º Encontro da Mulher Negra, às 17 horas, no Espaço Cultural Albano Hartz. Ainda haverá programação especial em Montenegro e São Leopoldo.
No evento de Novo Hamburgo, além de conhecer a história de Tereza de Benguela, será homenageada Maria Emília de Mendonça, que aos 106 anos de idade é mulher mais velha do Município. A hamburguense é escritora, já foi patrona da Feira do Livro Municipal e recentemente recebeu o título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras (ALBL).
No encontro, como explica Sandra Regina Carvalho Soares, que integra a comissão organizadora, haverá roda de conversas e reflexão sobre os desafios que a mulher negra enfrenta diariamente. Também terá um bate-papo a partir de um questionário que foi preenchido anteriormente, voltado à percepção de como elas se veem na sociedade e a inserção na comunidade hamburguense.
Mas por que é importante refletir a data?
A doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Vitória Brito Santos, explica que as estatísticas dão a resposta e demonstram a necessidade de falar sobre o tema. O Atlas da Violência 2021, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 66% das mulheres assassinadas no Brasil são negras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha de pobreza.
As mulheres representam 92% das pessoas ocupadas no trabalho doméstico no Brasil, das quais 65% são negras, de acordo com o perfil básico divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese). Em contrapartida, um levantamento feito pela consultoria Gestão Kairós neste ano, especializada em diversidade, assinalou que, entre 900 líderes entrevistados, a partir de gerente, apenas 25% são mulheres, sendo somente 3% negras.
“Precisamos nos questionar o quanto a gente avançou no processo social, o que se tem de novo em políticas públicas”, analisa Vitória. A pesquisadora salienta que as mulheres são a parte mais fragilizada e aquelas que são negras sofrem mais disparidade salarial e enfrentam dificuldades maiores no mercado de trabalho.
Na avaliação de Vitória, o ideal seria que, quando chegasse aos 50 anos de comemoração do Dia da Mulher Negra, equidade social fosse realidade. “Porque quando se põe fim à desigualdade social, se tem acesso à educação, fomento de bens e serviços e melhora no processo cultural”, diz. Além disso, o fato de se ter uma protagonista negra em novela ou uma negra chefiando uma empresa deveria ser o normal, e não o diferente, exemplifica a pesquisadora.
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