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CATÁSTROFE NO RS

"Deu um estrondo muito forte": Moradores escutaram de longe momento em que água represada estourou a RS-240

Moradores e comerciantes alegam que houve omissão do poder público e da CSG; prefeito afirma que responsabilidade é da concessionária que administra rodovia

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Publicado em: 21/05/2024 às 14h:18 Última atualização: 21/05/2024 às 14h:53
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O desmoronamento de um trecho da RS-240, na noite desta segunda-feira (20), assustou os moradores de Capela de Santana. Embora estivessem esperando o pior, no momento em que ocorreu o deslizamento de terra, que provocou uma avalanche de lama em direção à área central da cidade, moradores saíram desesperados de suas casas com medo da enxurrada.

Aposentado Leonildo Maurina ouviu de casa o estrondo causado no momento em que trecho da RS-240 foi levado por água represada | abc+



Aposentado Leonildo Maurina ouviu de casa o estrondo causado no momento em que trecho da RS-240 foi levado por água represada

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

A movimentação de terra que abriu uma cratera na altura do quilômetro 20 da rodovia foi precedida de um barulho alto, que aumentou a sensação de pânico entre a população. “Deu um estrondo muito forte, foi assustador”, declara o aposentado Leonildo Maurina, 65 anos, que reside na localidade do Viradouro, no bairro Imigrante.

Um pouco antes do deslizamento, o aposentado e vizinhos estiveram nas imediações de onde ocorreu o episódio. “A gente viu o asfalto começar a abrir e já imaginamos que isso fosse acontecer. A área foi evacuada e 15 minutos depois tudo veio abaixo”, explica.

 



 

“Queremos saber quem irá se responsabilizar pelo que aconteceu”

Enquanto limpava o estabelecimento que foi totalmente destruído pelo lamaçal que desceu para a área urbana da cidade, o comerciante Tainan dos Reis, 31, manifestou seu sentimento de indignação com a situação.

Comerciante Tainan dos Reis afirma que buscará os responsáveis pelo desastre | abc+



Comerciante Tainan dos Reis afirma que buscará os responsáveis pelo desastre

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Segundo ele, houve omissão do poder público e da CSG no caso, já que o problema do represamento da água em um dos lados da rodovia se arrastava há quase um mês. “Todos sabiam que isso iria acontecer, mas tentaram desacreditar a população de que pudesse ocorrer este rompimento”, afirma. “Queremos saber quem irá se responsabilizar pelo que aconteceu”, completou.

Dono de uma fruteira na principal avenida do município há cinco anos, Reis afirma que teve prejuízo total. “Perdemos tudo. Tínhamos feito Ceasa ontem [segunda (20)] e a fruteira estava abastecida. Uma câmera fria de R$ 30 mil foi deslocada e a porta entortou, só para que vocês tenham noção da força da água aqui dentro”, explica.




Prefeito garante que população foi alertada e orienta que moradores prejudicados acionarem CSG na Justiça

O prefeito Alfredo Machado garante que não houve negligência da prefeitura no caso. “A população foi avisada do que poderia acontecer. Eu mesmo fui até a residências de moradores fazer esse comunicado. A Defesa Civil também. Depois, mobilizamos todas nossas forças, nosso secretariado, para auxiliar os moradores”, pontua.

Machado afirma que a responsabilidade é total da CSG, concessionária que administra a rodovia, e do governo do Estado. “Estamos orientando a população a entrar na Justiça contra a CSG. Não é nem fazer denúncia, é acionar na Justiça mesmo”, declara.

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