A cobertura vacinal contra a poliomielite (paralisia infantil) em Canoas atingiu 62,03% das crianças com as três doses – esquema completo -, 60,97% com a primeira dose de reforço e 63,12% com a segunda em 2022. Os dados são da Secretaria de Saúde.
O percentual ficou abaixo da meta nacional de imunização contra a pólio, que é de 95% em crianças de até quatro anos. Segundo a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, o município ficou entre os 37 do Estado com cobertura abaixo dos 70% até a data-limite da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, no fim de outubro do ano passado.
A vacina da pólio é aplicada com doses injetáveis aos dois, quatro e seis meses de idade (três doses no total). Já as doses de reforço são em via oral (gotinhas) para crianças a partir de um ano e três meses (1ª dose) a quatro anos de idade (2ª dose).
A enfermeira de imunologia de Canoas Shirlei Centeno Correia fala sobre a resistência de alguns pais nos últimos anos em levar os filhos para vacinar. “Muitos deles não conheceram a doença justamente por terem sido vacinados quando era crianças. Pelo desconhecimento, eles têm dificuldade em entender a importância da vacinação para proteger de uma possível paralisia”, evidencia a profissional da saúde.
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Outro ponto observado por Shirlei são as notícias falsas que circulam em grupos da Internet e redes sociais. “Nosso trabalho também inclui informar de forma correta os pais. Tivemos casos em que o responsável não autorizou a vacinação por conta da desinformação que ocorre em massa por meio da Internet”, relata a enfermeira.
Shirlei explica que a Prefeitura tem concentrado esforços para incentivar e ampliar a cobertura, mas que não há obrigatoriedade.
Vacina o ano inteiro
Embora o período de campanha oficial tenha se encerrado em 22 de outubro, após ser prorrogado por duas vezes, a aplicação de todas as doses contra a pólio segue disponível em todas as 27 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Canoas.
“Fazemos um apelo para aos pais que estão com o calendário de vacina dos filhos atrasado. Pedimos que se dirijam a UBS mais próxima com a caderneta de vacinação e documento oficial com foto para proteger a saúde e bem-estar da criança”, estimula a enfermeira de imunologia do município.
A vacinação é a única forma de prevenção contra a doença, todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas com as doses regulares e de reforço. Nos casos graves da poliomielite ocorre a paralisia muscular, os membros inferiores são geralmente os mais atingidos.