Ao som de hip-hop, um traficante de 16 anos decapita um viciado devedor e grava. O vídeo é estarrecedor. Comparsas ajudam a enrolar o corpo em cobertores e jogam em um córrego. Na margem do outro lado é deixada a cabeça, dentro de uma sacola plástica. Mais de cinco anos depois, em júri que começou pela manhã e terminou na noite desta quinta-feira (26), dois são condenados pela barbárie em Ivoti.
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A juíza de Ivoti, Caroline Zanotelli, leu a sentença por volta das 20 horas. Felipe Gomes de Souza, o Lipe, 33, acusado de ordenar o assassinato de dentro do presídio, pegou 19 anos e 9 meses de prisão. O comparsa Ícaro José Amaral, o Baiano, 30, um dos executores, recebeu 18 anos e três meses. O regime é fechado. O adolescente da época, hoje com 21 anos, já cumpriu o máximo de três anos de medida socioeducativa.
“Sentença do tráfico”
A vítima é o pedreiro Elói Alfredo Werlang, 32. Ele recebeu sentença de morte de um traficante preso, por estar devendo droga, e foi morto a facadas na manhã de 5 de junho de 2018. O vídeo da decapitação foi divulgado entre traficantes e usuários. O crime aconteceu em uma casa no bairro Morada do Sol.
“Esse aqui é pra exemplo. O que é certo é certo. O errado será cobrado”, avisa o menor enquanto tenta decapitar a vítima com uma faca de serrinha. Como não conseguiu, o adolescente pediu para que o comparsa providenciasse um facão para concluir o “serviço”. Vídeos do homicídio foram localizados armazenados na memória dos aparelhos celulares de Felipe e Ícaro.
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