Conteúdo Especial | Núcleo 360
Diversão garantida. Alegria compartilhada. Essa é uma breve descrição da Oktoberfest de Igrejinha, um dos maiores eventos populares do Rio Grande do Sul. Em sua 34ª edição, a festa que apresenta bandinhas, chope e gastronomia típica da cultura alemã, estende-se até domingo (29), no Parque de Eventos Almiro Grings. Inserida no cenário turístico-cultural, conquistou o título de Patrimônio Cultural do Estado por sua contribuição ao resgate dos valores culturais dos imigrantes alemães. Entre eles, destacam-se as danças típicas, também presentes nesta edição.
Em Igrejinha e na festa alemã, o grupo de danças folclóricas alemãs Kirchleinburg (cidade de Igrejinha) é tradicional e reconhecido pelo seu trabalho artístico e incentivo na valorização da tradição germânica. Fundado em março de 1984, tem três categorias principais: infantil, juvenil e adulta, sendo a mais representativa para o projeto.
De acordo com a pedagoga e coordenadora do grupo, Liseti Aneti Muller, o Kirchleinburg desempenha um papel significativo na festa, organizando atividades como os jogos germânicos e escolares, participando do desfile oficial, da abertura oficial da festa e das apresentações folclóricas semanais. Liseti está entre os membros pioneiros, integrando as atividades há 40 anos. Para ela, fazer parte de um projeto que mantém viva a cultura e tradição alemã é uma alegria imensa. “É uma grande satisfação, uma realização porque cultivar, preservar e memorar os costumes dos nossos antepassados não tem preço nenhum. Para nós, é gratificante porque através da dança, da cultura, do teatro, das artes todas, tentamos manter vivo o que eles nos trouxeram”, ressalta.
A festa, com suas atividades e danças continua nos próximos três dias. No domingo, encerramento da Oktoberfest, o Kirchleinburg realizará um encontro de grupos de dança infantil e juvenil, com convidados de todo o Estado. A atração será das 10 horas até às 13h10, na Lona 1. E no domingo à tarde também ocorrem apresentações de grupos de fora da cidade, com danças de diferentes etnias.
Foto: Juliano Arnold
Preservando os costumes
Professora, Josiane dos Santos Sperb, participa do grupo há 23 anos, e tem orgulho de todo o trabalho realizado. Ela e o marido Diego Gilmar Sperb, presidente do grupo, têm liderado esforços na criação de uma nova categoria para atender às necessidades de membros mais velhos e pais de integrantes do grupo infantil. “Em julho demos o start em um projeto que há bastante tempo nos pediam, que é criar uma categoria de casados. Começou com alguns integrantes que saíram do adulto e não conseguem mais acompanhar tantos compromissos, e também os pais de alguns integrantes do infantil, que nos pediam. Começamos inicialmente com uns 12 ou 13 casais, de pessoas que já dançavam e pais de integrantes do infantil”, relata. Isso mostra o compromisso do grupo em preservar a cultura e tradição alemã em sua comunidade. Hoje o grupo tem cerca de 80 integrantes no total.
Para Josiane, é importante manter vivas as tradições da cultura germânica, e vê isso como uma forma de conservar as tradições de seus antepassados e dos imigrantes alemães que fundaram sua cidade. Além disso, ela expressa preocupação com a língua alemã e o desejo de se tornar professora do idioma, uma vez que vê a importância de preservá-la para as futuras gerações. “Acredito que precisamos manter a cultura porque senão vai acabar e o que será da nossa história? Se não pensarmos em projetos, a nossa história se perde”, reflete.
Ensaios contínuos e focados
Com exceção das férias no início do ano, o Kirchleinburg realiza ensaios de forma contínua, não apenas para a Oktoberfest, mas também para apresentações em diversos lugares. “Ano que vem teremos o nosso baile de aniversário de 40 anos, provavelmente as férias serão curtas”, conta Josiane.
