PREÇOS ELEVADOS
Custo com os alimentos básicos atinge quase 70% do salário mínimo
Dados do Dieese e do Procon de São Leopoldo apontam aumento de preço dos produtos
Última atualização: 18/01/2024 10:53
O percentual do salário mínimo líquido comprometido para compra dos produtos da cesta básica atingiu 68,29%, conforme dados apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados na última semana, referente a dezembro e o ano de 2022. Conforme o levantamento, sempre com destaque para os alimentos e produtos essenciais, a cesta básica registrou aumento de 12,11% em 2022,encerrando o ano com o valor de R$ 765,63.
Na avaliação do departamento, os aumentos de preços, em geral acima da média da inflação, obrigaram as famílias brasileiras, por mais um ano, a substituir alimentos habitualmente consumidos por outros mais baratos ou similares. Em 2022, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Reclamações
E a cesta básica já iniciou janeiro com aumento. O Procon de São Leopoldo divulgou a pesquisa de preços da cesta básica do primeiro mês de 2023. O valor total mais baixo encontrado foi de R$ 689,97, o que significa um aumento de 0,76% em comparação ao mês de dezembro. De acordo com a diretora do Procon-SL, Neusa Azevedo, é fundamental atenção e pesquisa no momento das compras.
Ela lembra ainda, conforme dados da comunicação da Prefeitura, que 2022 foi um ano muito complexo, com muitas queixas envolvendo o comércio de alimentos. Reclamações que exigiram uma fiscalização ainda mais intensa sobre o fornecimento dos alimentos, verificando aspectos como a qualidade, data de validade, oferta de produtos e preços praticados.
O empenho do Procon-SL é considerado exemplar. A equipe do órgão está presente na comunidade com as fiscalizações, atendimentos na rua (por meio do projeto Procon na Comunidade) e orientações, além de pesquisas da cesta básica e de ações especiais , como em dezembro com a pesquisa de preços de 34 itens que costumam fazer parte das ceias do final de ano, apontando variações que chegaram a 163,90% de um mesmo produto. Pesquisas são fundamentais para orientar e alertar.
*Colaborou Giordanna Vallejos
Altos e baixos nas pesquisas entre dezembro e janeiro
Entre os produtos pesquisados pelo Dieese na reta final do ano e registraram aumento de preço estão a batata (49,02%), a farinha de trigo (35,78%), a banana (31,37%), a manteiga (22,43%), o leite (22,11%), o café (20,58%), o pão (19,48%), o tomate (17,01%), o arroz (10,07%), o óleo de soja (3,67%), a carne (2,70%) e o açúcar (0,22%). Na avaliação do departamento, o único item que ficou mais barato foi o feijão (-9,73%).
No levantamento do Procon de São Leopoldo, divulgado neste mês e em comparação ao mês de dezembro, os itens que mais sofreram aumento no seu preço foram o pacote de 500g de café com 37%, o pacote de biscoito 400g com 35% de acréscimo e o litro da água sanitária que subiu 28%. Já entre os produtos que apresentaram redução de custo se destacam a barra de sabão com 21% de queda de valor e o quilo do sal que baixou 13%.
Busca de economia
Para muitos leopoldenses e também moradores da região, as feiras de hortifrutigranjeiros são alternativas para gerar renda e tentar economizar com qualidade. Leonaldo Rogério da Silva e Marcos Wagner trabalham vendendo as produções de alimentos orgânicos na Feira do Alimento Saudável, na Praça Tiradentes, em São Leopoldo. Eles têm como objetivo fazer a plantação de variedades crioulas, ou seja, que não foram geneticamente modificadas, e além disso, não usar adubos ou defensivos agrícolas.
A jornalista Olga Arnt, de 58 anos, compra desses produtores. “Sabemos a procedência do alimento e é muito barato. Com 140 reais estou comprando comida para duas famílias por uma semana. Se você for ao mercado, vai gastar o dobro. Uma bandeja de cogumelo que custa dezessete reais lá, aqui eu pago doze. É qualidade de alimentos com bom preço. Não senti muito aqui o aumento do preço dos alimentos. Quando houve o aumento do arroz em diversos locais, aqui ficou mais estável, tem o compromisso dos produtores com os clientes”, explica ela.
A feira é conhecida por seus produtos agroecológicos e também livres de agrotóxicos, como frutas, verduras, pães caseiros, alimentos veganos, sem glúten, açúcar e zero lactose, além da venda de artesanatos e mudas de plantas.
Valores e avaliações na ponta do lápis
Na Feira do Alimento Saudável, por exemplo, em avaliação feita na edição do último sábado do evento, a banana segue o mesmo valor que no ano passado, R$ 6,50. A batata inglesa era R$ 5 e passou para R$ 7, da safra passada para esta o quilo. O tomate também teve aumento, passando de R$ 7 para R$ 9. O produtor Leonaldo da Silva explica que alguns itens tiveram aumento de 20% até 25% da safra anterior para a atual.
“A cebola foi um item que subiu bastante, ano passado eu vendia a R$ 6,90 e hoje eu vendo a R$ 9. Isso aconteceu pelo período de estiagem e também porque quase tudo que se produz de cebolas no RS está indo para exportação. Sofremos com a estiagem, mas estamos conseguindo enfrentar com sombrite e irrigação”, disse ele.
A Feira do Alimento Saudável ocorre nas quartas-feiras, das 13h30 às 17h30, na Praça Palestina, no bairro Fião; e na Praça Elis Regina, no bairro São José. Aos sábados, das 8 horas ao 12 horas, a tradicional Feira é realizada na Praça Tiradentes, no Centro, e no mesmo horário na Avenida Thomas Edison, ao lado do condomínio Charrua, no bairro São Miguel.
Impactos, produtos e salário necessário
No acumulado vários produtos da cesta básica apresentaram alta de preço entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, em todas as capitais: leite integral, pão francês, café em pó, banana e manteiga, farinha de trigo e batata - ambas pesquisadas nas regiões Centro-Sul - e farinha de mandioca, no Norte e no Nordeste.
Já o óleo de soja subiu em 16 cidades e o arroz em 15. Na avaliação dos economistas do Dieese, todo esse cenário até agora, entre outros impactos para além do câmbio, está relacionado com a ausência de estoques reguladores, de subsídios aos preços dos produtos ou mesmo a falta de investimento em agricultura familiar.
Há ainda o conflito entre Rússia e Ucrânia, que segue, e a dificuldade de escoar a produção de trigo e óleo de girassol. Para completar, há o clima seco devido ao fenômeno La Niña. E como é tradicional e importante, para efeitos de comparação, o departamento simula o salário necessário. Em dezembro ele deveria ter sido de R$ 6.647,63, ou 5,4 vezes o mínimo na época.
Pedido de informações e denúncias
As pesquisas, com ênfase na cesta básica, do Procon-SL, levam e consideração 27 itens voltados à alimentação, higiene pessoal e limpeza, em quantidade mínima para consumo familiar. A pesquisa completa da cesta básica leopoldense, mês de janeiro, pode ser conferida em link no site da Prefeitura de São Leopoldo.
Além das ações nas ruas, o pedido de informações e denúncias para o Procon-SL podem ser feitos pelos telefones: 2200-0355 e 2200- 0455 e e-mail procon@ saoleopoldo.rs.gov.br. Também é possível ir presencialmente até o andar térreo do Centro Administrativo, que fica na Avenida Dom João Becker, 754, Centro, com atendimento das 9 às 14 horas, de segunda a sexta.
O percentual do salário mínimo líquido comprometido para compra dos produtos da cesta básica atingiu 68,29%, conforme dados apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados na última semana, referente a dezembro e o ano de 2022. Conforme o levantamento, sempre com destaque para os alimentos e produtos essenciais, a cesta básica registrou aumento de 12,11% em 2022,encerrando o ano com o valor de R$ 765,63.
Na avaliação do departamento, os aumentos de preços, em geral acima da média da inflação, obrigaram as famílias brasileiras, por mais um ano, a substituir alimentos habitualmente consumidos por outros mais baratos ou similares. Em 2022, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Reclamações
E a cesta básica já iniciou janeiro com aumento. O Procon de São Leopoldo divulgou a pesquisa de preços da cesta básica do primeiro mês de 2023. O valor total mais baixo encontrado foi de R$ 689,97, o que significa um aumento de 0,76% em comparação ao mês de dezembro. De acordo com a diretora do Procon-SL, Neusa Azevedo, é fundamental atenção e pesquisa no momento das compras.
Ela lembra ainda, conforme dados da comunicação da Prefeitura, que 2022 foi um ano muito complexo, com muitas queixas envolvendo o comércio de alimentos. Reclamações que exigiram uma fiscalização ainda mais intensa sobre o fornecimento dos alimentos, verificando aspectos como a qualidade, data de validade, oferta de produtos e preços praticados.
O empenho do Procon-SL é considerado exemplar. A equipe do órgão está presente na comunidade com as fiscalizações, atendimentos na rua (por meio do projeto Procon na Comunidade) e orientações, além de pesquisas da cesta básica e de ações especiais , como em dezembro com a pesquisa de preços de 34 itens que costumam fazer parte das ceias do final de ano, apontando variações que chegaram a 163,90% de um mesmo produto. Pesquisas são fundamentais para orientar e alertar.
*Colaborou Giordanna Vallejos
Altos e baixos nas pesquisas entre dezembro e janeiro
Entre os produtos pesquisados pelo Dieese na reta final do ano e registraram aumento de preço estão a batata (49,02%), a farinha de trigo (35,78%), a banana (31,37%), a manteiga (22,43%), o leite (22,11%), o café (20,58%), o pão (19,48%), o tomate (17,01%), o arroz (10,07%), o óleo de soja (3,67%), a carne (2,70%) e o açúcar (0,22%). Na avaliação do departamento, o único item que ficou mais barato foi o feijão (-9,73%).
No levantamento do Procon de São Leopoldo, divulgado neste mês e em comparação ao mês de dezembro, os itens que mais sofreram aumento no seu preço foram o pacote de 500g de café com 37%, o pacote de biscoito 400g com 35% de acréscimo e o litro da água sanitária que subiu 28%. Já entre os produtos que apresentaram redução de custo se destacam a barra de sabão com 21% de queda de valor e o quilo do sal que baixou 13%.
Busca de economia
Para muitos leopoldenses e também moradores da região, as feiras de hortifrutigranjeiros são alternativas para gerar renda e tentar economizar com qualidade. Leonaldo Rogério da Silva e Marcos Wagner trabalham vendendo as produções de alimentos orgânicos na Feira do Alimento Saudável, na Praça Tiradentes, em São Leopoldo. Eles têm como objetivo fazer a plantação de variedades crioulas, ou seja, que não foram geneticamente modificadas, e além disso, não usar adubos ou defensivos agrícolas.
A jornalista Olga Arnt, de 58 anos, compra desses produtores. “Sabemos a procedência do alimento e é muito barato. Com 140 reais estou comprando comida para duas famílias por uma semana. Se você for ao mercado, vai gastar o dobro. Uma bandeja de cogumelo que custa dezessete reais lá, aqui eu pago doze. É qualidade de alimentos com bom preço. Não senti muito aqui o aumento do preço dos alimentos. Quando houve o aumento do arroz em diversos locais, aqui ficou mais estável, tem o compromisso dos produtores com os clientes”, explica ela.
A feira é conhecida por seus produtos agroecológicos e também livres de agrotóxicos, como frutas, verduras, pães caseiros, alimentos veganos, sem glúten, açúcar e zero lactose, além da venda de artesanatos e mudas de plantas.
Valores e avaliações na ponta do lápis
Na Feira do Alimento Saudável, por exemplo, em avaliação feita na edição do último sábado do evento, a banana segue o mesmo valor que no ano passado, R$ 6,50. A batata inglesa era R$ 5 e passou para R$ 7, da safra passada para esta o quilo. O tomate também teve aumento, passando de R$ 7 para R$ 9. O produtor Leonaldo da Silva explica que alguns itens tiveram aumento de 20% até 25% da safra anterior para a atual.
“A cebola foi um item que subiu bastante, ano passado eu vendia a R$ 6,90 e hoje eu vendo a R$ 9. Isso aconteceu pelo período de estiagem e também porque quase tudo que se produz de cebolas no RS está indo para exportação. Sofremos com a estiagem, mas estamos conseguindo enfrentar com sombrite e irrigação”, disse ele.
A Feira do Alimento Saudável ocorre nas quartas-feiras, das 13h30 às 17h30, na Praça Palestina, no bairro Fião; e na Praça Elis Regina, no bairro São José. Aos sábados, das 8 horas ao 12 horas, a tradicional Feira é realizada na Praça Tiradentes, no Centro, e no mesmo horário na Avenida Thomas Edison, ao lado do condomínio Charrua, no bairro São Miguel.
Impactos, produtos e salário necessário
No acumulado vários produtos da cesta básica apresentaram alta de preço entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, em todas as capitais: leite integral, pão francês, café em pó, banana e manteiga, farinha de trigo e batata - ambas pesquisadas nas regiões Centro-Sul - e farinha de mandioca, no Norte e no Nordeste.
Já o óleo de soja subiu em 16 cidades e o arroz em 15. Na avaliação dos economistas do Dieese, todo esse cenário até agora, entre outros impactos para além do câmbio, está relacionado com a ausência de estoques reguladores, de subsídios aos preços dos produtos ou mesmo a falta de investimento em agricultura familiar.
Há ainda o conflito entre Rússia e Ucrânia, que segue, e a dificuldade de escoar a produção de trigo e óleo de girassol. Para completar, há o clima seco devido ao fenômeno La Niña. E como é tradicional e importante, para efeitos de comparação, o departamento simula o salário necessário. Em dezembro ele deveria ter sido de R$ 6.647,63, ou 5,4 vezes o mínimo na época.
Pedido de informações e denúncias
As pesquisas, com ênfase na cesta básica, do Procon-SL, levam e consideração 27 itens voltados à alimentação, higiene pessoal e limpeza, em quantidade mínima para consumo familiar. A pesquisa completa da cesta básica leopoldense, mês de janeiro, pode ser conferida em link no site da Prefeitura de São Leopoldo.
Além das ações nas ruas, o pedido de informações e denúncias para o Procon-SL podem ser feitos pelos telefones: 2200-0355 e 2200- 0455 e e-mail procon@ saoleopoldo.rs.gov.br. Também é possível ir presencialmente até o andar térreo do Centro Administrativo, que fica na Avenida Dom João Becker, 754, Centro, com atendimento das 9 às 14 horas, de segunda a sexta.