A angústia da família e amigos de João Alexandre Gonçalves de Moraes chegou ao fim. O corpo do jovem de 29 anos foi encontrado às margens do Rio Taquari, em Estrela, na última quinta-feira (30), pelo Corpo de Bombeiros. Porém, os parentes contam foram informados na sexta-feira (31), após todos os trâmites de confirmação da identidade pelos órgãos de segurança.
No dia 2 de maio, Moraes e o companheiro ficaram ilhados no telhado da casa onde residiam no bairro Passo de Estrela, em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari. A tentativa dramática de resgate foi gravada por vizinhos.
As imagens mostram o momento em que o helicóptero AW119 da Brigada Militar se aproxima da residência para retirar os dois homens. “Ele pediu para que resgatassem o companheiro primeiro, pois qualquer coisa sabia nadar. Foi o último desejo dele”, relata Robson Luis da Silveira, cunhado de Moraes, casado com a irmã dele.
Após o resgate do namorado de Moraes, o imóvel foi arrastado pela correnteza e levou a vítima junto. O policial que estava içado a aeronave sobreviveu. Na época, a BM lamentou o ocorrido e reafirmou “seu esforço incansável no resgate, auxílio e ações humanitárias para com as famílias afetadas por mais essa catástrofe climática”.
Desde então a família não teve mais notícias de Moraes, que era designer gráfico. Segundo os Bombeiros, o corpo foi localizado a cerca de 11 quilômetros do ponto do desaparecimento.
João morava no município do Vale do Taquari há cerca de um ano. “Era um sonhador. Foi para lá trabalhar e conseguir as coisas dele. Tinha muita vontade de ajudar a mãe dele, com um trailer de lanche e reformar a casa dela”, recorda Silveira. Ele ainda descreve o cunhado como uma pessoa alegre, sorridente e demonstrava muita vontade viver. “Era um cara ‘pra frente’. Se tu não estava bem, ele buscava o que melhorar”, lembra.
O corpo da vítima foi sepultado no domingo (2) no Cemitério Pio XII, em Sapucaia do Sul, sua cidade natal na Grande Porto Alegre. Nesta segunda-feira (3), o nome de Moraes ainda constava na lista de desaparecidos por conta da catástrofe climática. De acordo com a Defesa Civil estadual, pode levar alguns dias para que o nome esteja na lista de óbitos “até que todos os protocolos sejam cumpridos”.
Conforme o boletim mais recente, divulgado às 18 horas, 172 pessoas morreram e 42 estão desaparecidas. Além disso, 806 pessoas ficaram feridas em razão ao desastre causado pelas chuvas.
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