Construção de casas para desabrigados, reconstrução da Rota Panorâmica e medidas para melhorar a drenagem nas ruas estão entre os projetos apresentados por Canela para a recuperação do município, após as chuvas de maio. Como uma forma de conseguir recursos, o prefeito Constantino Orsolin encaminhou à Câmara de Vereadores o pedido para buscar R$ 17 milhões em operação de crédito.
Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Os municípios do Rio Grande do Sul buscam alternativas para se reerguer, depois da catástrofe climática que atingiu o Estado. Em um panorama da situação da cidade, Constantino afirma que a Prefeitura estima R$ 21 milhões em perdas de receitas ao longo deste ano. Ainda, R$ 24 milhões devem ser utilizados para a recuperação. Com a chuva que não dá trégua, o prejuízo pode ser maior.
O chefe do Executivo municipal conta que o pedido para buscar o empréstimo bancário junto à Caixa Econômica Federal surgiu há poucos dias, pois o governo federal abriu essa possibilidade também aos municípios em emergência. “É uma possibilidade muito boa, com pouco juros, carência e mais de dez anos para pagar. O valor só pode ser usado na recuperação do município”, esclarece Constantino.
O projeto deve ser votado na sessão da Câmara desta semana. Mesmo se aprovado, o prefeito teme que não haja mais verba disponível, pois diversas prefeituras também almejam esse recurso. “Uma coisa é ter a aprovação da Câmara e outra é ter o contrato assinado com a Caixa”, diz Constantino, ao explicar o porquê não retirou o projeto que pede mudanças no destino da outorga da Corsan.
Outro ponto citado pelo prefeito é a demora e burocracia para conseguir as verbas da União. “Não se iludam com os recursos federais”, atesta.
Até o momento, entre dinheiro estadual e federal, a Prefeitura contabiliza R$ 796 mil. Há a promessa de mais de R$ 990,7 mil para a recuperação da Ponte do Passo do Louro, mas o valor ainda não chegou aos cofres municipais.
Desabrigados
Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
A Prefeitura salienta que ainda há 193 pessoas em nove abrigos do município. Elas compõem 66 famílias, que serão realocadas, pois os locais em que moravam, no bairro Santa Marta, são considerados de risco. O Executivo construirá casas em dois loteamentos populares. Assim, 11 famílias irão para o Loteamento Reviver e as outras 55, para o Loteamento Recomeçar.
As unidades habitacionais de madeira possuem 42 metros quadrados, divididos em sala de estar, cozinha, banheiro e dois dormitórios. Inicialmente, a Prefeitura prevê investir R$ 4,5 milhões para construir 73 residências.
Constantino explica que a diferença é porque algumas casas, em outros pontos da cidade, estão em processo de análise da Defesa Civil e aguardam laudos geológicos. Dessa forma, o número de residências interditadas pode aumentar.
O prefeito reitera que o projeto não será gratuito. “Evidentemente que é um preço modesto, mas todos terão que pagar”, salienta.
Áreas com alagamentos
Durante o período de chuvas intensas, houve registro de 21 áreas com alagamentos na cidade. Para mapear esses locais e buscar soluções, a Prefeitura pretende contratar um projeto de macrodrenagem. “Para nos orientar tecnicamente quais são as obras que a gente tem que fazer”, frisa.
Outras alternativas
Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Como outras formas de auxiliar na economia financeira da cidade, Constantino conseguiu a suspensão do pagamento de seis parcelas de uma operação de crédito. O prazo pode ser prorrogado por mais seis meses, caso necessário. “Até novembro será uma economia de R$ 7 milhões, um valor que não vamos precisar pagar e será especificamente para a recuperação do município”, destaca.
Por fim, pediu à Câmara que faça a destinação das emendas possíveis – cerca de R$ 1,7 milhão – também para a reconstrução da cidade.
Confira o plano de trabalho apresentado pela Prefeitura de Canela
– Elaboração de diagnóstico de geotecnia das áreas atingidas pelo evento climático (áreas de risco). Valor R$ 1 milhão;
– Elaboração de projetos de macrodrenagem em 21 pontos de alagamentos mapeados. Valor R$ 1,4 milhão;
– Execução de rede de drenagem, conforme projetos de macrodrenagem. Valor R$ 4 milhões;
– Execução de rede de drenagem de aproximadamente 500 metros no bairro São Luiz. Valor R$ 1 milhão;
– Limpeza, revitalização e sistema de drenagem do lago, localizado entre as ruas Ignácio Saturnino de Moraes, Tio Elias e Avenida do Lago. Valor R$ 1 milhão;
– Limpeza do Arroio Canelinha, do afluente com início no bairro Canelinha e fim no bairro Boeira. R$ 1 milhão;
– Construção de 73 unidades habitacionais para as famílias em áreas de risco. Valor R$ 4,5 milhões;
– Execução de limpeza e retirada de quedas de barreiras em estradas do Interior, devido a deslizamentos de encostas e maciços de solo. Valor R$ 1 milhão;
– Recuperação da Rota Panorâmica (reconstrução e instalação de guard raill). Valor R$ 2,1 milhões.
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