FLAGRANTE

Construção de casas em área invadida acontece em plena luz do dia em Novo Hamburgo

Ontem e hoje, reportagem do Grupo Sinos flagrou dois imóveis sendo erguidos em banhado às margens da Avenida dos Municípios

Publicado em: 12/07/2024 10:59
Última atualização: 12/07/2024 11:36

A construção de casas em áreas de risco ou de preservação permanente (APPs) segue acontecendo em Novo Hamburgo.

Nesta sexta-feira (12), quatro pessoas foram flagradas pela reportagem do Grupo Sinos erguendo duas residências em plena luz do dia em uma área invadida às margens da Avenida dos Municípios, no bairro Canudos.

Este é o segundo dia em que os flagrantes são feitos. Ontem, a reportagem já esteve no local e verificou obras acontecendo.


Nova residência é erguida em área de preservação às margens da Avenida dos Municípios Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

O local recentemente foi afetado pela maior enchente já registrada no Rio Grande do Sul, fato que destruiu alguns dos imóveis que ali estavam erguidos. Passada a cheia, casas foram refeitas e novas estão sendo construídas no terreno.

“Se vieram incomodar, a gente para”, comentou um dos construtores ao ser questionado se não temia a ação de órgãos de fiscalização do município.


Nova residência é erguida em área de preservação às margens da Avenida dos Municípios Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

A área é de domínio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) já que o trecho é uma estrada estadual que não foi municipalizada. Contudo, outros órgãos têm poder de fiscalização por se tratar de uma área banhada pelo Rio dos Sinos.

Grupo de trabalho existe no papel desde 2023

Em março do ano passado, a prefeitura de Novo Hamburgo criou um grupo de trabalho, batizado de Sentinela, visando ações de controle e de monitoramento de áreas públicas e privadas, cujo objetivo é coibir ocupações irregulares.

O Sentinela é formado por pelo menos quatro servidores do Município, sendo coordenado pela Secretaria de Administração. 

A administração explicou que o grupo foi criado em função da necessidade de se ter um maior controle estatístico e de ações conjuntas entre as secretarias para atuar com mais agilidade diante de novas ocupações.

"Atualmente, os dados estatísticos disponíveis precisam ser analisados, não é possível afirmar se há aumento ou queda", informou o governo à época.

A prefeitura foi procurada novamente para se manifestar sobre o tema, contudo, até a publicação desta reportagem, não havia retornado o contato.

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