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PRAÇA DA BÍBLIA

Conserto de guarda-sol, um serviço raro de encontrar em Canoas

Morador do Mathias Velho é referência de trabalho na região metropolitana

Taís Forgearini
Publicado em: 25/01/2023 às 09h:46 Última atualização: 22/01/2024 às 10h:16
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Selvino Vieira, de 66 anos, encontrou na pouca oferta e alta demanda uma oportunidade de negócio. Há cerca de quatro anos ele conserta guarda-sóis – e, há 20 anos, guarda-chuvas.

Selvino Vieira faz reparos de guarda-chuvas e guarda-sóis no Centro de Canoas



Selvino Vieira faz reparos de guarda-chuvas e guarda-sóis no Centro de Canoas

Foto: Taís Forgearini – GES/Especial

Natural de Salto do Jacuí, Selvino diz que foi adotado por Canoas ainda na juventude. “Trabalhava em obras em Porto Alegre. Com o tempo, no início dos anos 2000, comecei a trabalhar como ambulante no Centro de Canoas. Vendia chás, cremes, gel, produtos nessa linha”, recorda.

Ainda de maneira informal, Selvino percebeu uma alta procura por conserto de guarda-chuvas. “Aprendi sozinho, fui reciclando materiais de guarda-chuvas velhos e decidi fazer os reparos em paralelo às vendas”, evidencia.

Selvino conta que nos primeiros anos permaneceu trabalhando nas ruas do Centro de Canoas e que há cerca de 12 conseguiu, por meio da Prefeitura, uma banca na Praça da Bíblia (Getúlio Vargas, 5290). “Se eu tivesse que pagar aluguel não seria viável. Aqui preciso pagar somente algumas taxas”, informa.

O morador da bairro Mathias Velho batizou a banca de Manda-Chuva, em alusão ao popular desenho animado do mesmo nome. “Aqui vendo produtos naturais e os meus serviços de conserto. Essa época de férias de verão, a demanda para reparar guarda-sóis dispara”, salienta Selvino.

Reciclagem de peças e serviço

A falta de reposição de peças é considerada o principal motivo para a escassez de mão de obra de conserto de guarda-sóis. Para driblar o problema, Selvino reaproveita e recicla peças de modelos antigos. “É uma forma de transformar coisas que iriam para o lixo em trabalho”, ressalta.

Selvino diz que outro fator que contribui para a alta demanda são os preços de guarda-sóis novos. “A indústria não quer que você arrume, ela quer que compre outro. Por isso, elas não fabricam peças de reposição. Um produto novo, bom, custa em média R$ 250”.
Varetas e cabos são os mais procurados para trocar ou consertar, explica Selvino. “Com a ação maresia se desgastam mais rápido. A maioria é de peças de plástico, antigamente o material era metal, mas era muito pesado”, observa.

O período de novembro a fevereiro é de alta demanda para Selvino. Ele conserta em torno de 15 unidades por semana. Os serviços variam de R$ 35 a R$ 50. “O serviço geralmente fica pronto no mesmo dia, dependendo do caso, leva 30 minutos. Quem tem pressa consegue levar no mesmo dia, ou busca no dia seguinte”, destaca.

Assim como o conserto de guarda-chuvas, Selvino também aprendeu sozinho a reparar guarda-sóis.

Clientes e reparos na Praça da Bíblia

A fidelização dos clientes devido ao bom trabalho acompanhada da presença na internet são destacadas por Selvino. “O boca a boca ajuda muito, atendo pessoas de vários municípios da região. E também quando a pessoa coloca no Google ‘conserto de guarda-sol em Canoas’ me encontra”, evidencia Selvino.

O veterano trabalha sozinho em sua banca na Praça da Bíblia, no Centro de Canoas, de segunda a sexta-feira das 9 às 18 horas e aos sábados das 9 às 16 horas, sem fechar ao meio-dia. O telefone para contato é o (51) 98541-3483.

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