A ex-estudante do Instituto Ivoti e pianista Isabella Brill, de 21 anos, brilhou ao vencer o BGSU Concerto Competition no último sábado (2). A conquista lhe rendeu a oportunidade de se apresentar com a prestigiada orquestra da Universidade Bowling Green em Ohio, nos Estados Unidos, em fevereiro de 2024.
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Isabella interpretou o Concerto para piano Nº 1, de Sergei Rachmaninoff, destacado como um dos últimos representantes da tradição romântica russa e um dos pianistas mais influentes do século XX. “Primeiro, eu fiquei surpresa, pois não pensei que conseguiria ganhar. Mas depois que caiu a ficha, fiquei muito emocionada e feliz comigo mesma. Estou muito animada para solar a orquestra, que foi sempre meu sonho”, afirma.
Com 15 anos de experiência, Isabella iniciou sua jornada musical aos 6 anos no Instituto Ivoti, sob a orientação da professora Gisele Flach, e ingressou no Curso de Extensão em Instrumentos Musicais (CEIM), da UFRGS em 2016. A partir de 2017, iniciou suas participações em concursos nacionais de piano, alcançando o prêmio de 1º lugar e melhor interpretação de peça brasileira, no concurso Cora Pavan Capparelli, em 2017 e 2019, em Minas Gerais.
Aos 19 anos, em 2021 mudou-se para Ohio, onde atualmente estuda na Bowling Green State University sob a orientação da professora Dra. Solungga Li. “Hoje, eu toco somente piano, e isso já ocupa meu dia inteiro. Música para mim é algo vital e, ao mesmo tempo, me deixa realizada e traz tantas emoções. Principalmente, quando me apresento. Não é um caminho fácil, pois tem muito esforço, dedicação e estudo, além de muita concorrência”, comenta.
Vida nos Estados Unidos
No segundo semestre de 2021, Isabella obteve uma bolsa de estudos integral na universidade norte-americana e foi agraciada com o prêmio “Hansen Fellowship”, possibilitando sua participação em festivais, masterclasses e cursos na Europa durante os verões do hemisfério norte.
A ivotiense estuda Performance em Piano, “como se fosse um Bacharelado no Brasil”, e fica nos Estados Unidos até 2026, quando irá se formar. “A rotina é bem puxada, tenho aulas de teoria, percepção musical, aulas práticas de piano, história da música e muito mais. Além disso, acompanho outros instrumentistas e cantores”, detalha.
Isabella também usa a música como fonte de renda. Ela conta que uma das formas de ganhar dinheiro é fazendo música juntamente com outras pessoas, uma vez que, apesar de receber bolsa de estudos 100% gratuita, o custo de vida é caro. Para o mestrado, a pianista ainda não sabe se continuará nos Estados Unidos, ou se o fará na Europa. “Mas quero continuar na área de performance musical. Adoro tocar e trazer a música para os ouvintes. Despertar emoções e quem sabe, fazê-los começarem a estudar um instrumento também!”.
Retorno ao Brasil
No domingo (10), Isabella volta para Ivoti para passar férias com a família até o início de janeiro. Apesar do retorno aos Estados Unidos já estar marcado e os planos de graduação estão na Europa ou América do Norte, ela sonha também em se apresentar e dar aulas no Brasil e ajudar a mudar o cenário musical do país.
“Acredito que o Brasil tem muito potencial para se desenvolver mais ainda na música clássica/erudita. Ainda é pouco fomentado, então muitas vezes os musicistas não têm muito espaço para trabalhar. Aqui nos Estados Unidos, as universidades são diferentes em estrutura. Temos vários pianos a disposição para estudar, ótimos professores, grandes universidades de música e várias oportunidades para brilhar também”, finaliza.
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