O Parador Hampel completa em 2024, 125 anos de fundação. O hotel considerado pioneiro na Serra gaúcha, torna-se o personagem central da nova edição do projeto Memórias de São Francisco de Paula. O local é cadastrado no Instituto Histórico e Artístico do RS e indicado como patrimônio cultural da cidade. O estabelecimento viveu diferentes momentos, sem nunca mudar o uso ou fechar as portas, durante toda sua história.
A proposta da iniciativa é fornecer conhecimento e acesso ao patrimônio cultural da cidade. Assim, um documentário será lançado em junho. A obra é construída a partir de personagens e fatos da trajetória do Parador, e faz uma ligação entre o passado e o presente.
Ainda, a comunidade poderá participar de palestras e visitas guiadas, que vão contar a história do local, fundado em 1899 pelo imigrante austríaco Franz Joseph Rudolph Hampel.
De propriedade do chef Marcos Livi, a primeira tour ocorreu na quinta-feira (18), com estudantes. Nesta etapa, o projeto tem financiamento do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo e apoio cultural do Parador Hampel.
História do Parador
A história começou a bordo do navio a vapor Itaparica, em 30 de março de 1893, quando Franz Hampel deixou a Europa pelo Porto de Hamburgo, na Alemanha.
Franz Hampel desembarcou em Rio Grande, aos 39 anos. Foram 41 dias de viagem desde a Alemanha. Os planos do imigrante veterinário, porém, eram bem diferentes de sua formação. Logo comprou terras altas na Serra, casou-se em Porto Alegre com a jovem Albertina Clementina Meltcke, de 20 anos, filha de alemães, e tornou-se um hoteleiro, em São Francisco de Paula.
Em local estratégico, instalou a sua Quisisana, uma espécie de SPA, cujo conceito trouxe da Europa e, em 1903, já atraía grande público oferecendo natureza, águas limpas e ar puro para o descanso e a melhora da saúde.
O casal teve quatro filhos nascidos no hotel e administrou o Hampel até a morte de José, em 21 de abril de 1920. Albertina, seguiu na administração do bem, casada com o alemão Frederico Tedesco e teve mais um filho.
O projeto
Em 2020, três bens culturais do município foram abordados pelo projeto Memórias de São Francisco de Paula – Cavalinho Branco e Lago São Bernardo, o centenário Colégio José de Alencar e o cinema Serrano, no distrito de Cazuza Ferreira.
Foram produzidos três documentários, feitas rodas de memórias e a escrita de um livro, com recursos do governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio do Pró-cultura RS. O conteúdo pode ser acessado no Instagram @memoriasdesaochico ou no canal do YouTube Viva São Chico.
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