Não é exagero dizer que o Rio Grande do Sul não seria o mesmo sem a genialidade de Theodor Alexander Josef Wiederspahn. O alemão, mais conhecido como Theo Wiederspahn, deixou sua marca na arquitetura do Estado, com obras também na região.
Formado na Koenigliche Baugewebeschule de Idestein, iniciou a vida profissional na Alemanha, sendo que 11 obras suas sobreviveram às duas guerras e foram declaradas de interesse histórico-cultural.
Em 1908, mudou-se para o Brasil e fixou residência em Porto Alegre. No entanto, o arquiteto, engenheiro e construtor também fez de uma casa de campo no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, seu refúgio.
É dele o projeto da Casa de Cultura Mário Quintana (antigo Hotel Majestic), do Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs), originalmente criado para a Delegacia Fiscal da Receita Federal), do Shopping Total (antiga Cervejaria Bopp), Edifício Elly (hoje Tumelero) e Memorial do Rio Grande do Sul (criado para os Correios e Telégrafos).
Na região, o alemão assina o Colégio Sinodal e o Instituto Pré-Teológico, de São Leopoldo, tombados como patrimônio estadual, e o prédio que sedia a Escola de Idiomas da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), junto à Fundação Evangélica.
Em Canela, assinou o Cassino Palace Hotel, com construção suspensa em 1945, hoje em ruínas, e a Igreja da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana São João, no bairro Vila Luiza, inaugurada em 1945. Inclusive, o templo passou por uma reforma em 2022 e cartas em alemão, trocadas entre o arquiteto e o pastor, foram encontradas.
Wiederspahn ainda projetou a Igreja Luterana de Cachoeira do Sul e a Igreja Luterana do Hospital Colônia de Itapuã de Viamão (Leprosário), que está abandonada. Ele trabalhou até o final da sua vida, em 1952, aos 73 anos.
PUC guarda acervo de arquiteto
O Espaço de Documentação e Memória Cultural (Delfos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) possui um acervo de Theo Wiederspahn. No local é possível encontrar manuscritos, correspondências, projetos de arquitetura, fotografias, livros de referência, mesa de desenho e objetos de trabalho.
O interessante é que o alemão veio para o Brasil com intenção de trabalhar na construção de estradas de ferro no Rio Grande do Sul, atividade que acabou por não exercer.
Oito anos após sua chegada, Wiederspahn passou a trabalhar em um dos projetos que mais lhe deu fama e prestígio: a construção do edifício do Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mário Quintana. A obra ocorreu entre os anos de 1916 e 1933, através da construtora de Rudolf Ahrons.
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