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MUNDO PET

Conheça a professora de Gramado que compartilha rotina de cão com TOC em redes sociais

Pela Internet, Yasmin compartilha os cuidados com o Tablito, que tem transtorno obsessivo-compulsivo. Ela também incentiva adoções de animais

Mônica Pereira
Publicado em: 19/05/2023 às 03h:00 Última atualização: 26/03/2024 às 20h:38
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Você sabia que cachorros também têm transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)? A condição pode ser percebida pelos tutores em animais que perseguem frequentemente a própria sombra, correm incansavelmente atrás do rabo ou aquela “mastigação” da pata por longos períodos. Nos primeiros sintomas, é preciso buscar tratamento com um médico veterinário.

Família é composta pelo Tablito, Yasmin e a pequena Mel



Família é composta pelo Tablito, Yasmin e a pequena Mel

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Se o distúrbio já é complicado para um cachorro que tem um lar, imagina só para quem está em um abrigo. Mas, para a sorte do Tablito, a Yasmin Canalli apareceu pelo caminho. O cão então ganhou uma casa cheia de amor e atenção e uma companheira, a pequena Mel.

Natural do Rio de Janeiro, Yasmin, 32 anos, é professora de dança, fotógrafa e doutoranda em Biologia. Morando em Gramado desde meados de 2021, ela divide a rotina com os cuidados com o Tablito, que, além do TOC, também possui doenças intestinais.

Por causa do nível alto de ansiedade, toma antidepressivos controlados e faz acompanhamento com um veterinário comportamental.

Amor logo à primeira vista

Ainda no Rio de Janeiro, a professora adotou a Mel, que foi abandonada grávida de nove filhotes.

Depois que se mudou para a Serra, pensou em aumentar a família. Procurando por cães para adoção, encontrou em uma rede social o Tablito, que estava sob os cuidados da ONG Patas Dadas, de Porto Alegre. E foi amor à primeira vista.

Pelas condições clínicas, por ser de grande porte e, ainda, idoso, o perfil não é o dos mais procurados. Após um longo período na ONG ele foi adotado, mas logo devolvido. Ao todo, ficou no local por seis anos. “Me apaixonei pelo Tablito. Tenho o costume de ir atrás desses cachorros que as pessoas normalmente não adotam”, explica.

A adaptação entre a Mel e o novo “irmão” foi praticamente instantânea. “Ele não costumava ser sociável com outros animais, mas se adaptaram muito bem”, afirma Yasmin, que precisou se mudar com a chegada do novo integrante, pois a casa de aluguel que morava não aceitava os dois pets. “Foi bem difícil porque a gente precisava de um pátio e, mesmo as casas que tinham, não aceitavam cachorros”, completa.

Precisando trocar mais uma vez de endereço, eles estão no bairro Moura desde março deste ano. Quando encontrou a casa ideal, foi preciso cercar o terreno para garantir que os pets não fugiriam.


Yasmin compartilha a rotina do Tablito em rede social



Yasmin compartilha a rotina do Tablito em rede social

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL


“Mudanças são difíceis para o Tablito. Ele ficou bastante estressado e teve crises muito fortes no começo, mas está melhor”, frisa a professora, que aprendeu a identificar os gatilhos que aumentam a ansiedade dele, como o barulho excessivo.

Adote também

Além das ONGs que trabalham com os animais, as prefeituras da região contam com pets para adoção. Em Gramado, o contato é com o Programa de Posse Responsável, através do WhatsApp (54) 9 8402-0423. Em Canela, pelo Centro Municipal de Proteção aos Animais (Cempra), no (54) 9 9125-5126.

"Não posso abandonar ele em uma crise"

 É pelo Instagram, na conta @tablitodopatas, que Yasmin compartilha a rotina dos cães. Atualmente com 6,2 mil seguidores, ela utiliza o espaço também para pedir ajuda quando tem custos muito altos com tratamentos. 

“Ele já me deu alguns sustos”, aponta. Em um deles, destruiu um sofá, comeu parte do tecido, da espuma e até da madeira. Depois disso, uma câmera foi instalada para que a professora possa acompanhar a distância a movimentação da casa.

“De maneira geral, com a rotina e os medicamentos, conseguimos diminuir as crises”, salienta, destacando que o Tablito aproveita as manhãs no gramado atrás da casa e que gosta de passear nos finais de tarde.

E o porquê fazer tudo isso? “É acreditar nele. Eu sempre penso que todos os animais têm a chance de continuar, e ele é supercarinhoso. Não posso abandonar ele em uma crise, é ali que ele precisa de ajuda”, reitera.

“Que as pessoas adotem e que saibam que há cachorros nessa condição”, conclui.

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