A pessoa viva mais velha do mundo é uma brasileira: Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, segundo a organização LongeviQuest, que se autointitula autoridade global em longevidade humana máxima e se baseia em base de dados de supercentenários.
Inah alcançou a primeira posição após a morte da japonesa Tomiko Itooka, de 116 anos, em 29 de dezembro do ano passado.
Nascida em São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, em 1908, Inah é freira, bisneta do General David Canabarro (um dos líderes da Revolução Farroupilha), amante de futebol e foi professora de Português e Matemática. A gaúcha chegou a morar no Uruguai e no Rio de Janeiro e sobreviveu à pandemia da Covid-19 no auge dos seus 113 anos.
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A plataforma conta que, quando criança, Inah era tão magra que muitos não acreditavam que sobreviveria à infância. Ela começou sua jornada religiosa aos 16 anos, estudando na escola interna Santa Teresa de Jesus em Santana do Livramento (RS). Foi batizada na mesma cidade, em 21 de abril de 1926, aos 17 anos.
Mais tarde, mudou-se para Montevidéu, onde foi confirmada na Igreja Católica em 1º de outubro de 1929, aos 21 anos.
Em 1930, voltou ao Brasil para ensinar Português e Matemática em uma escola na Tijuca, no Rio de Janeiro. Aos 24 anos, renovou seus votos pela primeira vez na capital fluminense, seguida por uma segunda renovação um ano depois. Aos 26, fez seus votos perpétuos e tornou-se freira.
No início dos anos 1940, voltou para Santana do Livramento, onde estudou e foi batizada, para continuar sua vocação como professora. Uma de suas paixões é o futebol. Apoiadora devota do Internacional, ela explica que escolheu esse clube porque representa o povo.”
Abençoada pelo Papa Francisco
Em 2018, ao celebrar seu 110º aniversário, Inah recebeu uma bênção apostólica do Papa Francisco, além de um certificado, posteriormente exibido no canto de lembranças da comunidade em que reside.
Foi somente nessa idade que ela passou a usar um andador devido a dificuldades de mobilidade. Em 2021, aos 112 anos, recebeu sua 1ª dose da vacina contra a covid-19, tornando-se uma das pessoas mais velhas a receber o imunizante contra o vírus.
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Em outubro de 2022, contraiu covid enquanto estava hospitalizada, mas conseguiu se recuperar da doença em novembro, tornando-se uma das sobreviventes mais velhas conhecidas da doença.
Irmã Rita Barbosa, amiga há mais de quarenta anos, explicou que 15 freiras encontram-se sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiras e cuidadoras, que atuam 24 horas por dia na casa
Os cuidados são individualizados e atendem às necessidades específicas de cada irmã, garantindo bem-estar e qualidade de vida.
‘’Recentemente, a irmã Inah precisou de atendimento médico em um hospital de Porto Alegre, mas felizmente já retornou à casa de acolhimento’’, disse ao Estadão Rita, que coordena a Congregação Irmãs Teresianas do Brasil em Porto Alegre. A fluidez cognitiva é comum nessa fase da vida, com momentos de lucidez intercalados com outros de esquecimento. Ela também apresenta problemas de locomoção, visão, audição e possui dificuldade na fala.
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Inah também faz parte da pesquisa sobre centenários conduzida por Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da Universidade de São Paulo (USP).