BEM-ESTAR
Confira dicas de como cuidar da saúde em dias de calor de 40°C e tempo seco
Umidade relativa do ar caiu a níveis extremos na região nos últimos dias. Campo Bom registrou máxima de 40.3°C nesta segunda-feira
Última atualização: 24/01/2024 15:11
Sensação de garganta arranhando, coceira na pele e nariz sangrando são sintomas comuns relacionados à baixa umidade do ar, fenômeno que vem castigando a região desde sábado (11) quando umidade relativa do ar caiu a níveis muito baixos, com marcas comuns em desertos ou à região central do Brasil durante o inverno.
No domingo (12), a massa de ar seco e quente que atua entre o Nordeste da Argentina, o Uruguai e o Rio Grande do Sul, trouxe umidade do ar bastante baixa e calor intenso para o Vale do Sinos. Em Campo Bom foi registrada a menor umidade atmosférica. Segundo levantamento da MetSul Meteorologia que analisou dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na cidade, a umidade relativa do ar entre 14 e 15 horas desceu a apenas 11%, o que é considerado em cota de emergência. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade é entre 60% e 80%.
Até a quarta-feira (15), porém, a previsão é de que o índice fique entre 20% e 30% na cidade, níveis ainda considerados de estado de atenção pelos meteorologistas. Na segunda-feira, a umidade relativa do ar no período mais quente do dia ficou em torno de 28% na cidade. Em Novo Hamburgo, entre 14 e 15 horas, registrava 51%.
Chuva chega
Conforme a meteorologista da MetSul, Estael Sias, uma forte massa de ar quente e a baixa incidência de chuvas são as principais causas do tempo seco, mas, segundo ela, isso deve mudar entre terça e quarta-feira. "Depois de uma sequência de dias de umidade relativa do ar extremamente baixa, a umidade vai aumentar no Rio Grande do Sul. Já hoje não se afasta instabilidade isoladíssima da tarde para a noite. Na quarta a chuva vai ser mais generalizada e atingirá todas as regiões do estado, proporcionando um alívio", adianta.
Riscos e desconforto
Com a umidade do ar bem abaixo do nível recomendo, o desconforto é quase que instantâneo. A pneumologista, Anelise Chiesa Weingartner, explica que, com o tempo seco, a baixa umidade e o calor intenso, há mais dificuldade de dispersão de gases poluentes o que provoca um aumento do ressecamento das mucosas e o risco de infecções virais e bacterianas, crises de asma, de alergias, desidratação e problemas nos olhos.
"O ar seco causa ressecamento nasal, o que pode causar coceira no nariz e nos olhos, sangramento nasal e aumenta a propensão para crises de asma e de alergias", lista a especialista.
Anelise explica que isso acontece porque a função do nariz é filtrar o ar e, para isso, deve haver umidificação. Quando há ressecamento, o nariz não faz a barreira e acaba ficando livre para receber essas infecções respiratórias.
A pneumologista salienta que alguns grupos, como idosos e crianças, devem redobrar a atenção por apresentarem o sistema imunológico mais frágil. "Nestes dois grupos são os mais vulneráveis pois a produção de muco com isso eles têm uma propensão maior para sentir as irritações, desenvolverem infecções e ficar mais desidratados, por isso a necessidade de reforçar a ingestão de líquido", esclarece.
A cidade mais quente do Brasil
Os 40,3°C registrados em Campo Bom elegeram a cidade gaúcha como a mais quente do Brasil na segunda, conforme dados do Inmet. A última vez que os termômetros de Campo Bom superaram essa temperatura foi em 2 janeiro de 2022, quando fez 41,1°C, de acordo com a MetSul Meteorologia. Às 18h30 desta segunda-feira, a máxima já havia baixado para 36°C.
Os termômetros indicaram ainda 39,7ºC em Parobé, 38,9ºC em São Leopoldo e 38,8ºC em Gravataí. Em Canoas, estações da MetSul apontaram 38,4ºC no bairro Estância Velha e 39,1ºC no Fátima. Ainda conforme a MetSul, dentre os locais monitorados pelo Inmet, o município só perde para Exmouth, na Austrália, onde fez 46°C.
Estações de aeroportos e particulares não são consideradas pelo Inmet. Em Pelotas, por exemplo, a estação do aeroporto registrou 42°C, e a de Bagé, 41°C.
Garrafinha de água virou item básico
A office-girl, Tassila Soares de 21 anos já tornou a garrafinha com água item indispensável na rotina de trabalho. Ela conta que tem adotado alguns hábitos para amenizar as problemáticas que o tempo seco gera. "Eu sempre procurei me hidratar muito. Creio que ingerir bastante líquido ao longo do dia seja essencial, principalmente para quem trabalha na rua para não sentir os efeitos", declara.
Janete Pereira, 54, também aderiu as garrafinhas com água. A pensionista circulava pelo Centro de Novo Hamburgo na tarde de ontem com a neta, Isabelli, 5, quando os termômetros marcavam 37°C. Ela revela que evita ao máximo sair no período da tarde porque sofre com o tempo seco, mas ressalta que não deixa de tomar os devidos cuidados. "Já cheguei a passar mal, com dor de cabeça e enjoo devido a esse clima por isso só saio de casa nos horários de calor mais forte se for realmente necessário ou alguma emergência e sempre levo água gelada."
Orientações
Como não é possível mudar as condições climáticas, a pneumologista indica como aliviar a sensação de baixa umidade. Confira:
• Evitar exercícios físicos ao ar livre nos períodos mais secos.
• Usar recipientes com água, vaporizadores ou toalhas com o intuito de umidificar o ambiente.
• Ficar longe do sol.
• Aplicar soro fisiológico no nariz.
• Usar roupas que facilitam a transpiração.
• Evitar o consumo de comidas pesadas e de difícil digestão.
• Beber muita água.
• Evitar ambientes fechados ou com aglomeração.
Sensação de garganta arranhando, coceira na pele e nariz sangrando são sintomas comuns relacionados à baixa umidade do ar, fenômeno que vem castigando a região desde sábado (11) quando umidade relativa do ar caiu a níveis muito baixos, com marcas comuns em desertos ou à região central do Brasil durante o inverno.
No domingo (12), a massa de ar seco e quente que atua entre o Nordeste da Argentina, o Uruguai e o Rio Grande do Sul, trouxe umidade do ar bastante baixa e calor intenso para o Vale do Sinos. Em Campo Bom foi registrada a menor umidade atmosférica. Segundo levantamento da MetSul Meteorologia que analisou dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na cidade, a umidade relativa do ar entre 14 e 15 horas desceu a apenas 11%, o que é considerado em cota de emergência. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade é entre 60% e 80%.
Até a quarta-feira (15), porém, a previsão é de que o índice fique entre 20% e 30% na cidade, níveis ainda considerados de estado de atenção pelos meteorologistas. Na segunda-feira, a umidade relativa do ar no período mais quente do dia ficou em torno de 28% na cidade. Em Novo Hamburgo, entre 14 e 15 horas, registrava 51%.
Chuva chega
Conforme a meteorologista da MetSul, Estael Sias, uma forte massa de ar quente e a baixa incidência de chuvas são as principais causas do tempo seco, mas, segundo ela, isso deve mudar entre terça e quarta-feira. "Depois de uma sequência de dias de umidade relativa do ar extremamente baixa, a umidade vai aumentar no Rio Grande do Sul. Já hoje não se afasta instabilidade isoladíssima da tarde para a noite. Na quarta a chuva vai ser mais generalizada e atingirá todas as regiões do estado, proporcionando um alívio", adianta.
Riscos e desconforto
Com a umidade do ar bem abaixo do nível recomendo, o desconforto é quase que instantâneo. A pneumologista, Anelise Chiesa Weingartner, explica que, com o tempo seco, a baixa umidade e o calor intenso, há mais dificuldade de dispersão de gases poluentes o que provoca um aumento do ressecamento das mucosas e o risco de infecções virais e bacterianas, crises de asma, de alergias, desidratação e problemas nos olhos.
"O ar seco causa ressecamento nasal, o que pode causar coceira no nariz e nos olhos, sangramento nasal e aumenta a propensão para crises de asma e de alergias", lista a especialista.
Anelise explica que isso acontece porque a função do nariz é filtrar o ar e, para isso, deve haver umidificação. Quando há ressecamento, o nariz não faz a barreira e acaba ficando livre para receber essas infecções respiratórias.
A pneumologista salienta que alguns grupos, como idosos e crianças, devem redobrar a atenção por apresentarem o sistema imunológico mais frágil. "Nestes dois grupos são os mais vulneráveis pois a produção de muco com isso eles têm uma propensão maior para sentir as irritações, desenvolverem infecções e ficar mais desidratados, por isso a necessidade de reforçar a ingestão de líquido", esclarece.
A cidade mais quente do Brasil
Os 40,3°C registrados em Campo Bom elegeram a cidade gaúcha como a mais quente do Brasil na segunda, conforme dados do Inmet. A última vez que os termômetros de Campo Bom superaram essa temperatura foi em 2 janeiro de 2022, quando fez 41,1°C, de acordo com a MetSul Meteorologia. Às 18h30 desta segunda-feira, a máxima já havia baixado para 36°C.
Os termômetros indicaram ainda 39,7ºC em Parobé, 38,9ºC em São Leopoldo e 38,8ºC em Gravataí. Em Canoas, estações da MetSul apontaram 38,4ºC no bairro Estância Velha e 39,1ºC no Fátima. Ainda conforme a MetSul, dentre os locais monitorados pelo Inmet, o município só perde para Exmouth, na Austrália, onde fez 46°C.
Estações de aeroportos e particulares não são consideradas pelo Inmet. Em Pelotas, por exemplo, a estação do aeroporto registrou 42°C, e a de Bagé, 41°C.
Garrafinha de água virou item básico
A office-girl, Tassila Soares de 21 anos já tornou a garrafinha com água item indispensável na rotina de trabalho. Ela conta que tem adotado alguns hábitos para amenizar as problemáticas que o tempo seco gera. "Eu sempre procurei me hidratar muito. Creio que ingerir bastante líquido ao longo do dia seja essencial, principalmente para quem trabalha na rua para não sentir os efeitos", declara.
Janete Pereira, 54, também aderiu as garrafinhas com água. A pensionista circulava pelo Centro de Novo Hamburgo na tarde de ontem com a neta, Isabelli, 5, quando os termômetros marcavam 37°C. Ela revela que evita ao máximo sair no período da tarde porque sofre com o tempo seco, mas ressalta que não deixa de tomar os devidos cuidados. "Já cheguei a passar mal, com dor de cabeça e enjoo devido a esse clima por isso só saio de casa nos horários de calor mais forte se for realmente necessário ou alguma emergência e sempre levo água gelada."
Orientações
Como não é possível mudar as condições climáticas, a pneumologista indica como aliviar a sensação de baixa umidade. Confira:
• Evitar exercícios físicos ao ar livre nos períodos mais secos.
• Usar recipientes com água, vaporizadores ou toalhas com o intuito de umidificar o ambiente.
• Ficar longe do sol.
• Aplicar soro fisiológico no nariz.
• Usar roupas que facilitam a transpiração.
• Evitar o consumo de comidas pesadas e de difícil digestão.
• Beber muita água.
• Evitar ambientes fechados ou com aglomeração.