ALTA NOS PEDÁGIOS
Concessão de seis rodovias no Sinos, Caí e Serra começa hoje com tarifa mais cara e promessa de melhorias
Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) assume por 30 anos as RS-122, RS-240, RSC-287 e outras três estradas da Serra
Última atualização: 22/01/2024 14:54
Começa nesta quarta-feira (1º) o período de 30 anos que a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) terá para transformar a malha rodoviária de seis rodovias do Estado. A data marca também a cobrança da tarifa 83% mais cara no pedágio de Portão.
O consórcio, formado pelas empresas Silva & Bertoli, da Neovia Engenharia, e a Gregor Participações, da Greca Asfaltos, ambas do Paraná, venceu o leilão de concessão do bloco 3 do programa de concessões do governo do Estado.
Para os usuários dessas rodovias, a promessa da empresa é de que em seis meses motoristas não sofram mais com os buracos e tenham estrutura de segurança. Mas as obras mais relevantes, como de duplicações, construções de viadutos e recuperação da malha viária iniciam entre 2024 e 2025. O investimento será de R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões aplicados nos primeiros sete anos nos 271,5 quilômetros.
As melhorias serão realizadas na RS-122, RS-240, RSC-287, RS-446, RSC-453 e a BR-470, abrangendo na região os municípios de Bom Princípio, Capela de Santana, Montenegro, Portão, São Leopoldo, São Sebastião do Caí e São Vendelino, além de Triunfo.
Na Serra, as melhorias ocorrem em Antônio Prado, Bento Gonçalves, Campestre da Serra, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi e Ipê.
Operação
Conforme o presidente da Caminhos da Serra Gaúcha, Ricardo Peres, a primeira mudança visível aos usuários será relacionada à operação das rodovias. A concessionária instalará duas bases de serviços operacionais, uma no quilômetro 14 da RS-122, em São Sebastião do Caí, e outra em Flores da Cunha.
Esses locais terão ambulância, guincho pesado, caminhão-pipa para prevenção de incêndios e carros de resgate de animais. Ainda será disponibilizada água potável, banheiro, fraldário e totens para o usuário se comunicar diretamente com a concessionária para informações sobre obras, por exemplo.
Em seis meses, outros quatro pontos de SOS ainda serão instalados, somando cinco ambulâncias. Haverá ainda um veículo de inspeção rodando o trecho concessionado com o objetivo de listar problemas e prestar auxílio aos usuários.
Primeiros meses serão de manutenção e reparos
Sobre a conservação das estradas, Peres aponta que a primeira ação será de roçadas, previstas já na primeira semana de atuação da concessionária. A expectativa é que em dois meses o serviço seja concluído em todo o trecho. Também serão limpas as placas de sinalização, com reposição das danificadas.
Outro problema das vias que será reparado logo no início da operação é o sistema de drenagem, principalmente nos locais onde costuma acumular água na pista. Segundo Peres, já na primeira quinzena inicia uma operação tapa-buracos. "Na sequência a gente entra na parte de pavimento um pouco mais pesado", informa.
O plano é que no período de meio ano as rodovias não tenham mais buracos e em até nove meses a sinalização de placas verticais esteja em dia e de acordo com a sinalização horizontal.
Obras maiores acontecem a partir do segundo ano
Sobre as obras mais pesadas, Peres salienta que o cronograma prevê a restauração da malha rodoviária entre o segundo e quinto ano de contrato, ou seja, com conclusão até o final de 2028. "A restauração é você transformar a rodovia, dando vida útil novamente, ficando em condições de uma recém-construída", comenta.
Do terceiro até o sétimo ano, serão feitas as obras de duplicações, faixas adicionais (terceira faixa), viadutos e acostamentos, com concentração de melhorias no quinto ano de contrato.
Como foram realizadas audiências públicas para ouvir as demandas dos municípios, foram incluídas no edital a construção de dez quilômetros de ciclovias, estas na Serra, e mais 30 quilômetros de vias marginais. O número de passarelas foi ampliado de 12 para 45 e 98 adequações de acesso (antes eram apenas 27).
Como ficam os pedágios
A partir de 1º de fevereiro
- Flores da Cunha (existente), RS-122, km 103 – R$ 8,30
- Portão* (existente), RS-240, km 0 – R$ 11,90
*A praça de Portão operará no primeiro ano da concessão com o valor da praça de São Sebastião do Caí, até ser desabilitada.
A partir do segundo ano de concessão
- São Sebastião do Caí, RS-122, km 4 – R$ 11,90
- Ipê, RS-122, km 152 – R$ 8,49
- Capela de Santana, RS-240, km 30 – R$ 8,86
- Farroupilha, RS-122, km 45 – R$ 10,48
- Carlos Barbosa, RS-446, km 6 – R$ 9,67
Algumas melhorias
Com a concessão por um período de 30 anos, os trechos duplicados nas rodovias passam dos atuais 63,5 quilômetros (23%) para 179,9 quilômetros (67%), incluindo 59,96 quilômetros de terceiras faixas. Na região, até o quinto ano, 7,03 quilômetros de trechos duplicados da RS-240, partindo de São Leopoldo, ganharão terceira faixa. No ano 21 da concessão a terceira faixa se estenderá até o limite com a RS-122.
Já as duplicações, na região do Vale do Caí, devem se estender ao longo da concessão. Na RS-240, no trecho de Portão a Montenegro, no terceiro ano, há previsão de duplicação de 1,5 quilômetro. No terceiro ano, dois trechos, de 5,73 quilômetros e 6,97 quilômetros. No sexto ano, aparece um trecho de 12,56 quilômetros. E por último, na 287, há previsão de duplicação de 14,38 quilômetros até o ano 25. As demais duplicações contemplam trechos das rodovias da Serra, a partir de São Vendelino, em direção a Caxias do Sul e em direção a Garibaldi.
As obras obrigatórias incluem ainda a construção de 40 viadutos e 24 pontes, além de 10,45 quilômetros de ruas laterais, 45 passarelas para pedestres e melhorias em acostamentos.
Para o Estado o novo modelo das RSs é positivo
Conforme a Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões, o cronograma de intervenções prevê melhorias já no primeiro ano e as mais importantes se estendem até o sétimo.
O novo titular da pasta, Pedro Capeluppi, que tomou posse na segunda-feira (30), destacou as vantagens das concessões, como aumento da segurança, com consequente redução do número de acidentes, melhorias nas rodovias e atendimento aos usuários. "Isso tem impacto muito relevante do ponto de vista econômico, porque se o custo de transporte diminui, incentiva o aumento da atividade".
Ele também citou pesquisa que aponta que das 25 melhores rodovias do Brasil, 22 são concedidas à iniciativa privada. "Colocamos como desafio da agenda da Secretaria: dar condições para que a economia cresça e gere esse impacto positivo para a sociedade como um todo". Capeluppi também argumentou que o projeto de concessão foi dialogado com a sociedade, incorporando melhorias sugeridas. "Estamos muito otimistas. Esperamos que a sociedade perceba esses benefícios rapidamente, e estaremos aqui, para promover uma fiscalização e garantir que os contratos sejam executados".
Blocos 1 e 2 já estão na agenda
Sobre a concessão dos blocos 1 e 2, Capeluppi disse que a secretaria deve conversar com o BNDES ainda esta semana. "Esta semana já temos conversa para discutir o que será feito, com desdobramentos nas próximas duas semanas, para fazer um cronograma de trabalho para cumprir, entregar o projeto com adequações e garantir que gente tenha um projeto bem desenhado, que seja atrativo e, ao mesmo tempo, atenda as demandas da sociedade."
Sem isenção, Portão confirma asfaltamento do seu desvio
O prefeito de Portão, Delmar Hoff, o Kiko, confirmou que o município realizará o asfaltamento do desvio do pedágio de Portão. A decisão foi tomada na manhã de ontem, após reunião com representantes da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), e divulgada nas redes sociais oficiais da administração municipal.
A partir de hoje, a CSG será responsável pela praça de pedágio do município. Com a mudança, o valor da tarifa sofrerá alterações já a partir de hoje: para veículos de passeio por exemplo, passará de R$ 6,50 para R$ 11,90.
Em vídeo, acompanhado do presidente da Câmara de Vereadores, Dione Bandeira, da procuradora-geral do município, Tatiana Sampaio, e do procurador, Alexandre Sato, Hoff explicou que a cidade pleiteava a manutenção da isenção da cobrança de pedágio para carros emplacados em Portão - que seriam cerca de 3.600, no total -, mas que o pedido foi negado, forçando a reação.
Em Caí, mudanças causam discórdia
Segundo a concessão, em um ano, o pedágio de Portão deve ser desativado e instalado no quilômetro 4, em São Sebastião do Caí. A decisão de mudar a praça não foi bem vista pela prefeitura, que teme o impacto aos moradores e visitantes.
O prefeito de Caí, Júlio Campani, esteve reunido com o governo do Estado para discutir o caso. "Ficou ajustado que eles terminariam os estudos para levantar alternativas do lugar e seremos chamados em breve para nova reunião", explica Campani, que pontua que a praça prejudicará o acesso até o Caí, principalmente pelos moradores, por isso buscará pela isenção.
Outra nova praça de pedágio é prevista para Capela de Santana, no quilômetro 30 da RS-240. Ela também foi alvo de críticas da Administração municipal na época. Procurada, a prefeitura não se manifestou sobre o tema.
O pedágio
Questionado sobre o motivo do pedágio de Portão ter o valor de R$ 11,90, o mais alto das rodovias do bloco 3, o presidente da CSG, Ricardo Peres, explica que toda praça tem o indicador de trecho de cobertura de praça (TCP).
No caso da futura praça de São Sebastião do Caí, que ainda será construída, o TCP começa no entroncamento da RS-240 com BR-116 e segue até São Vendelino, na RS-122. "Então tem esse TCP com uma tarifa que é quilométrica. Quando a pista é dupla ainda tem um degrau a mais em relação à pista simples", diz. De acordo com ele, os possíveis reajustes de tarifa levarão em conta somente o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), como prevê o contrato. Caberá à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado (Agergs) fiscalizar o cumprimento de prazos da concessão, e assim como avaliar a qualidade do serviço.
Começa nesta quarta-feira (1º) o período de 30 anos que a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) terá para transformar a malha rodoviária de seis rodovias do Estado. A data marca também a cobrança da tarifa 83% mais cara no pedágio de Portão.
O consórcio, formado pelas empresas Silva & Bertoli, da Neovia Engenharia, e a Gregor Participações, da Greca Asfaltos, ambas do Paraná, venceu o leilão de concessão do bloco 3 do programa de concessões do governo do Estado.
Para os usuários dessas rodovias, a promessa da empresa é de que em seis meses motoristas não sofram mais com os buracos e tenham estrutura de segurança. Mas as obras mais relevantes, como de duplicações, construções de viadutos e recuperação da malha viária iniciam entre 2024 e 2025. O investimento será de R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões aplicados nos primeiros sete anos nos 271,5 quilômetros.
As melhorias serão realizadas na RS-122, RS-240, RSC-287, RS-446, RSC-453 e a BR-470, abrangendo na região os municípios de Bom Princípio, Capela de Santana, Montenegro, Portão, São Leopoldo, São Sebastião do Caí e São Vendelino, além de Triunfo.
Na Serra, as melhorias ocorrem em Antônio Prado, Bento Gonçalves, Campestre da Serra, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi e Ipê.
Operação
Conforme o presidente da Caminhos da Serra Gaúcha, Ricardo Peres, a primeira mudança visível aos usuários será relacionada à operação das rodovias. A concessionária instalará duas bases de serviços operacionais, uma no quilômetro 14 da RS-122, em São Sebastião do Caí, e outra em Flores da Cunha.
Esses locais terão ambulância, guincho pesado, caminhão-pipa para prevenção de incêndios e carros de resgate de animais. Ainda será disponibilizada água potável, banheiro, fraldário e totens para o usuário se comunicar diretamente com a concessionária para informações sobre obras, por exemplo.
Em seis meses, outros quatro pontos de SOS ainda serão instalados, somando cinco ambulâncias. Haverá ainda um veículo de inspeção rodando o trecho concessionado com o objetivo de listar problemas e prestar auxílio aos usuários.
Primeiros meses serão de manutenção e reparos
Sobre a conservação das estradas, Peres aponta que a primeira ação será de roçadas, previstas já na primeira semana de atuação da concessionária. A expectativa é que em dois meses o serviço seja concluído em todo o trecho. Também serão limpas as placas de sinalização, com reposição das danificadas.
Outro problema das vias que será reparado logo no início da operação é o sistema de drenagem, principalmente nos locais onde costuma acumular água na pista. Segundo Peres, já na primeira quinzena inicia uma operação tapa-buracos. "Na sequência a gente entra na parte de pavimento um pouco mais pesado", informa.
O plano é que no período de meio ano as rodovias não tenham mais buracos e em até nove meses a sinalização de placas verticais esteja em dia e de acordo com a sinalização horizontal.
Obras maiores acontecem a partir do segundo ano
Sobre as obras mais pesadas, Peres salienta que o cronograma prevê a restauração da malha rodoviária entre o segundo e quinto ano de contrato, ou seja, com conclusão até o final de 2028. "A restauração é você transformar a rodovia, dando vida útil novamente, ficando em condições de uma recém-construída", comenta.
Do terceiro até o sétimo ano, serão feitas as obras de duplicações, faixas adicionais (terceira faixa), viadutos e acostamentos, com concentração de melhorias no quinto ano de contrato.
Como foram realizadas audiências públicas para ouvir as demandas dos municípios, foram incluídas no edital a construção de dez quilômetros de ciclovias, estas na Serra, e mais 30 quilômetros de vias marginais. O número de passarelas foi ampliado de 12 para 45 e 98 adequações de acesso (antes eram apenas 27).
Como ficam os pedágios
A partir de 1º de fevereiro
- Flores da Cunha (existente), RS-122, km 103 – R$ 8,30
- Portão* (existente), RS-240, km 0 – R$ 11,90
*A praça de Portão operará no primeiro ano da concessão com o valor da praça de São Sebastião do Caí, até ser desabilitada.
A partir do segundo ano de concessão
- São Sebastião do Caí, RS-122, km 4 – R$ 11,90
- Ipê, RS-122, km 152 – R$ 8,49
- Capela de Santana, RS-240, km 30 – R$ 8,86
- Farroupilha, RS-122, km 45 – R$ 10,48
- Carlos Barbosa, RS-446, km 6 – R$ 9,67
Algumas melhorias
Com a concessão por um período de 30 anos, os trechos duplicados nas rodovias passam dos atuais 63,5 quilômetros (23%) para 179,9 quilômetros (67%), incluindo 59,96 quilômetros de terceiras faixas. Na região, até o quinto ano, 7,03 quilômetros de trechos duplicados da RS-240, partindo de São Leopoldo, ganharão terceira faixa. No ano 21 da concessão a terceira faixa se estenderá até o limite com a RS-122.
Já as duplicações, na região do Vale do Caí, devem se estender ao longo da concessão. Na RS-240, no trecho de Portão a Montenegro, no terceiro ano, há previsão de duplicação de 1,5 quilômetro. No terceiro ano, dois trechos, de 5,73 quilômetros e 6,97 quilômetros. No sexto ano, aparece um trecho de 12,56 quilômetros. E por último, na 287, há previsão de duplicação de 14,38 quilômetros até o ano 25. As demais duplicações contemplam trechos das rodovias da Serra, a partir de São Vendelino, em direção a Caxias do Sul e em direção a Garibaldi.
As obras obrigatórias incluem ainda a construção de 40 viadutos e 24 pontes, além de 10,45 quilômetros de ruas laterais, 45 passarelas para pedestres e melhorias em acostamentos.
Para o Estado o novo modelo das RSs é positivo
Conforme a Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões, o cronograma de intervenções prevê melhorias já no primeiro ano e as mais importantes se estendem até o sétimo.
O novo titular da pasta, Pedro Capeluppi, que tomou posse na segunda-feira (30), destacou as vantagens das concessões, como aumento da segurança, com consequente redução do número de acidentes, melhorias nas rodovias e atendimento aos usuários. "Isso tem impacto muito relevante do ponto de vista econômico, porque se o custo de transporte diminui, incentiva o aumento da atividade".
Ele também citou pesquisa que aponta que das 25 melhores rodovias do Brasil, 22 são concedidas à iniciativa privada. "Colocamos como desafio da agenda da Secretaria: dar condições para que a economia cresça e gere esse impacto positivo para a sociedade como um todo". Capeluppi também argumentou que o projeto de concessão foi dialogado com a sociedade, incorporando melhorias sugeridas. "Estamos muito otimistas. Esperamos que a sociedade perceba esses benefícios rapidamente, e estaremos aqui, para promover uma fiscalização e garantir que os contratos sejam executados".
Blocos 1 e 2 já estão na agenda
Sobre a concessão dos blocos 1 e 2, Capeluppi disse que a secretaria deve conversar com o BNDES ainda esta semana. "Esta semana já temos conversa para discutir o que será feito, com desdobramentos nas próximas duas semanas, para fazer um cronograma de trabalho para cumprir, entregar o projeto com adequações e garantir que gente tenha um projeto bem desenhado, que seja atrativo e, ao mesmo tempo, atenda as demandas da sociedade."
Sem isenção, Portão confirma asfaltamento do seu desvio
O prefeito de Portão, Delmar Hoff, o Kiko, confirmou que o município realizará o asfaltamento do desvio do pedágio de Portão. A decisão foi tomada na manhã de ontem, após reunião com representantes da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), e divulgada nas redes sociais oficiais da administração municipal.
A partir de hoje, a CSG será responsável pela praça de pedágio do município. Com a mudança, o valor da tarifa sofrerá alterações já a partir de hoje: para veículos de passeio por exemplo, passará de R$ 6,50 para R$ 11,90.
Em vídeo, acompanhado do presidente da Câmara de Vereadores, Dione Bandeira, da procuradora-geral do município, Tatiana Sampaio, e do procurador, Alexandre Sato, Hoff explicou que a cidade pleiteava a manutenção da isenção da cobrança de pedágio para carros emplacados em Portão - que seriam cerca de 3.600, no total -, mas que o pedido foi negado, forçando a reação.
Em Caí, mudanças causam discórdia
Segundo a concessão, em um ano, o pedágio de Portão deve ser desativado e instalado no quilômetro 4, em São Sebastião do Caí. A decisão de mudar a praça não foi bem vista pela prefeitura, que teme o impacto aos moradores e visitantes.
O prefeito de Caí, Júlio Campani, esteve reunido com o governo do Estado para discutir o caso. "Ficou ajustado que eles terminariam os estudos para levantar alternativas do lugar e seremos chamados em breve para nova reunião", explica Campani, que pontua que a praça prejudicará o acesso até o Caí, principalmente pelos moradores, por isso buscará pela isenção.
Outra nova praça de pedágio é prevista para Capela de Santana, no quilômetro 30 da RS-240. Ela também foi alvo de críticas da Administração municipal na época. Procurada, a prefeitura não se manifestou sobre o tema.
O pedágio
Questionado sobre o motivo do pedágio de Portão ter o valor de R$ 11,90, o mais alto das rodovias do bloco 3, o presidente da CSG, Ricardo Peres, explica que toda praça tem o indicador de trecho de cobertura de praça (TCP).
No caso da futura praça de São Sebastião do Caí, que ainda será construída, o TCP começa no entroncamento da RS-240 com BR-116 e segue até São Vendelino, na RS-122. "Então tem esse TCP com uma tarifa que é quilométrica. Quando a pista é dupla ainda tem um degrau a mais em relação à pista simples", diz. De acordo com ele, os possíveis reajustes de tarifa levarão em conta somente o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), como prevê o contrato. Caberá à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado (Agergs) fiscalizar o cumprimento de prazos da concessão, e assim como avaliar a qualidade do serviço.
O consórcio, formado pelas empresas Silva & Bertoli, da Neovia Engenharia, e a Gregor Participações, da Greca Asfaltos, ambas do Paraná, venceu o leilão de concessão do bloco 3 do programa de concessões do governo do Estado.
Para os usuários dessas rodovias, a promessa da empresa é de que em seis meses motoristas não sofram mais com os buracos e tenham estrutura de segurança. Mas as obras mais relevantes, como de duplicações, construções de viadutos e recuperação da malha viária iniciam entre 2024 e 2025. O investimento será de R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões aplicados nos primeiros sete anos nos 271,5 quilômetros.