Cheias e estiagens

Comusa e municípios da bacia do Rio Sinos unem esforços para enfrentar cheias e estiagens na região

Estudo sobre a hidrografia deverá indicar caminhos na busca por soluções contra eventos climáticos extremos

Publicado em: 15/03/2024 17:09
Última atualização: 19/03/2024 19:59

A Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo junto a um grupo de trabalho em colaboração com municípios da bacia hidrográfica do Rio Sinos, realizaram a contratação de um estudo que deverá apontar soluções aos problemas de cheias e estiagens na região. O objetivo principal é encontrar medidas que possam regular a vazão do rio durante períodos extremos de falta ou excesso de água, cada vez mais frequentes devido aos extremos climáticos registrados nos últimos anos.


Cheia do Rio dos Sinos em setembro de 2023 Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

As soluções começaram a ser buscadas durante a seca do verão de 2022, onde o Rio dos Sinos ficou perto da baixa histórica. Para isso, representantes de diversas cidades da bacia, incluindo Novo Hamburgo, São Leopoldo, Campo Bom, Esteio, Taquara, Comitesinos e Pró-Sinos, uniram esforços em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Além disso, foi realizado um seminário na Granpal onde foi encaminhado esse pedido, juntamente com municípios de outras bacias hidrográficas, como a do rio Gravataí.

A união de todas essas cidades, junto ao governo do Estado, resultou na contratação de um estudo de vazão da Bacia do Sinos que está com o edital homologado na Secretaria do Meio Ambiente. A partir deste estudo, será possível buscar investimentos para lidar diretamente com os problemas recorrentes de falta ou excesso de chuva.

O vice-prefeito e diretor-geral da Comusa, Márcio Lüders, que capitaneou o grupo de trabalho, destaca que, nos próximos anos, a questão climática deve complicar ainda mais os períodos mais intensos da região. “Desde 2019 alertamos dessa situação na nossa região. Em 2020, tivemos a maior baixa já registrada na nossa captação, em 1,75m. Já, em 2023, tivemos a segunda maior cheia da nossa história. Ou seja, estamos lidando com uma variação climática nunca vista antes. E isso vai piorar, como podemos ver as mudanças no clima em todo o mundo”, explica.

O objetivo do estudo é identificar formas de atuação na bacia para garantir a reserva de água, ver quais as melhores opções para a bacia (reservatórios, barragens, etc) e o impacto que essas intervenções podem ter no meio ambiente. “É um verdadeiro raio-x da bacia, mas para poder garantir abastecimento em épocas de estiagem e contenção em épocas de cheias. O primeiro passo foi dado e quanto antes tivermos esse estudo, com os dados em mãos, poderemos tomar atitudes que digam respeito a todas as cidades, apontar soluções que venham a nos beneficiar no longo prazo e lidar com cheias ou prolongadas estiagens”, complementa.

Para a presidente do Comitesinos, Viviane Feijó Machado, o estudo é fundamental para definir quais os esforços que o colegiado deve buscar para garantir a disponibilidade hídrica para a bacia. “Identificar as alternativas para regularização de vazão e equilíbrio do balanço hídrico é uma das ações do Plano de Bacia, e o resultado dele trará as melhores intervenções que poderão ser feitas na bacia para garantir a quantidade e, consequentemente, a qualidade da água em alguns períodos”, afirma.

Com o edital homologado, as empresas interessadas devem se inscrever e apresentar suas propostas. Após a análise, a expectativa é ter esse estudo em mãos o quanto antes para definir, junto ao governo do Estado, as melhores soluções.

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