O atropelamento de um idoso enquanto atravessava a rua sobre a faixa de segurança em Lomba Grande, bairro rural de Novo Hamburgo, chamou atenção nesta segunda-feira (24) para a demora no atendimento de ocorrências na região por parte do Instituto-Geral de Perícias (IGP). O corpo de Reni Luiz da Silva, de 72 anos, ficou quatro horas na Rua João Aloysio Algayer até que a perícia fosse realizada para posterior remoção.
Segundo testemunhas, o acidente foi um pouco antes das 10 horas e a perícia chegou ao local somente depois das 14 horas – o IGP informou, por meio de assessoria, que foi acionado somente depois do meio-dia (veja nota abaixo). A demora na chegada da perícia revoltou familiares da vítima e moradores de Lomba Grande. O assunto teve repercussão imediata também no Movimento #PAZ, que desde 2014 discute a questão da segurança pública em Novo Hamburgo.
O coordenador do Movimento #PAZ, Marcos Bock, diz que a reivindicação por reforço da estrutura do IGP na região do Vale do Sinos não é nova. “É mais um caso de demora no atendimento do serviço de perícia, situação que precisa ser resolvida com urgência. Além da família ter que enfrentar essa situação terrível, temos policiais que ficam no local enquanto poderiam estar atendendo outras demandas”, disse ele no fim da tarde desta segunda.
Segundo Bock, a partir do episódio desta segunda-feira o Movimento #PAZ já começou articular uma agenda com o secretário estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, para tentar agilizar uma solução para o problema. “O caso de hoje é mais uma gota em um copo que já está cheio. Precisamos de uma solução urgente e não mais de médio prazo. A região é grande e muito populosa, precisa de atendimento adequado”, cobra o dirigente.
Para o coordenador, é preciso destacar mais pessoal e equipamentos para a unidade do IGP que atende Novo Hamburgo e região. “A agilidade que estamos cobrando não é nada além do normal. Precisamos de um atendimento mais célere”, pontuou, destacando que “somente a boa vontade dos servidores públicos não resolve a situação”.
Conselheiro do Movimento #PAZ e coronel da reserva da Brigada Militar, o ex-comandante regional do CRPO Vale do Sinos, Carlos Daniel Coelho, defende que a região tem demanda suficiente para “uma sede atuante do IGP”. “O IGP tem papel fundamental na produção da prova técnica ou prova pericial na investigação criminal e civil. Trabalhar integrado com as demais instituições de segurança pública gera maior celeridade no atendimento à comunidade e resultados eficazes”, frisou.
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O OUTRO LADO: O que diz o Instituto-Geral de Perícias
Por meio da assessoria de comunicação, o IGP comentou o caso desta segunda-feira em Novo Hamburgo. Veja a nota abaixo:
“Informamos que o Instituto-Geral de Perícias trabalha apenas quando acionado pela autoridade policial. Nesse caso, o IGP foi acionado às 12h08 para realizar o atendimento. Neste horário, a equipe responsável pelo atendimento realizava uma perícia complexa em Capela de Santana, provocando um tempo de atendimento ligeiramente superior ao normal, mas dentro do aceitável.”