REGIÃO
Como funcionavam os canis alvos de investigação da Polícia Civil em Dois Irmãos
Espaços foram encontrados em situação irregular na segunda-feira. Após operação policial, canis foram higienizados, e animais, tirados de confinamento
Última atualização: 13/02/2024 11:51
Sujeira espalhada pelo chão, cães encarcerados em quartos sem ventilação e com potes de água e comida contaminados. Essas foram algumas das características apontadas pela Polícia Civil (PC) de Dois Irmãos sobre um dos canis usados para criação e venda de animais no bairro Travessão, onde irregularidades e descaso com gatos e cachorros foram constatados por agentes na segunda-feira (6). As condições de dois, dos quatro espaços vistoriados, resultaram na prisão em flagrante de quatro proprietários e de um médico veterinário.
O delegado Felipe Borba, responsável pelo caso, diz que, nesta terça-feira (7), após a vistoria da Polícia, os ambientes foram encontrados 'totalmente limpos' pela Vigilância em Saúde da cidade. Os animais também haviam sido tirados de confinamento. No total, Borba acredita que mais de 100 cães e gatos estejam alojados nos dois endereços, entre cães da raça Lulu da Pomerânia e gatos Bengal.
O primeiro espaço, localizado na BR-116, possui estrutura de residência. O delegado acredita que a casa tenha aproximadamente oito cômodos, "onde foram encontrados os piores problemas sanitários e todas as janelas fechadas".
Entre os problemas identificados pela PC e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV/RS) está a falta de limpeza no chão – onde puderam ser observadas fezes espalhadas – e nos potes de ração e água – alguns até com larvas vivas.
Nos fundos da casa, há ainda uma construção adaptada para criação de animais. Segundo o delegado, em um dos quartos, onde um dos presos dormia, os agentes encontraram uma espingarda calibre 20, sem registro.
Trinta animais enterrados no terreno
O outro espaço, localizado na Rua Ijuí, funciona como um estabelecimento, diferentemente do encontrado a cerca de um quilômetro de distância. No local, que foi considerado regular pela Vigilância em Saúde, a Polícia e o CRMV/RS encontraram materiais descartados de forma irregular, como seringas, agulhas e potes de vacinas que eram incendiados nos fundos do prédio.
Além disso, um funcionário do estabelecimento relatou que já havia enterrado pelo menos 30 animais no terreno.
Na área interna, há em torno de sete salas e, na área externa, segundo o delegado, "uma espécie de viveiro" para procriação de animais.
Medidas tomadas pela Vigilância
A Vigilância deu 24 horas para que o local na BR-116 seja regularizado. Os profissionais informaram que não devem voltar no endereço na quarta-feira (8), mas que há previsão de uma visita surpresa para vistoria.
Apesar de um dos espaços se tratar de uma residência e não possuir alvará, o delegado afirma que o parentesco familiar e a sociedade empresarial liga os envolvidos, que tiveram liberdade provisória concedida na tarde desta terça-feira. Nenhum deles têm antecedentes criminais.
Funcionamento e divulgação do serviço
Em consulta na Receita Estadual, o espaço na Rua Ijuí está ativo desde setembro de 2019. A empresa foi registrada como sendo 'comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação'.
No Instagram, o canil divulga que os cães e gatos são 'criados com amor e carinho'. A reportagem apurou que o perfil, aberto ao público na segunda-feira, passou a estar fechado nesta terça, estando disponível apenas para seguidores.
No site, é divulgado que o estabelecimento é o 'mais recomendado' por ser um 'canil de alta qualidade'. Entre os tópicos salientados está higiene hospitalar – com enfoque para as instalações com produtos de alto nível de esterilização – e medicamento de ponta.
Sujeira espalhada pelo chão, cães encarcerados em quartos sem ventilação e com potes de água e comida contaminados. Essas foram algumas das características apontadas pela Polícia Civil (PC) de Dois Irmãos sobre um dos canis usados para criação e venda de animais no bairro Travessão, onde irregularidades e descaso com gatos e cachorros foram constatados por agentes na segunda-feira (6). As condições de dois, dos quatro espaços vistoriados, resultaram na prisão em flagrante de quatro proprietários e de um médico veterinário.
O delegado Felipe Borba, responsável pelo caso, diz que, nesta terça-feira (7), após a vistoria da Polícia, os ambientes foram encontrados 'totalmente limpos' pela Vigilância em Saúde da cidade. Os animais também haviam sido tirados de confinamento. No total, Borba acredita que mais de 100 cães e gatos estejam alojados nos dois endereços, entre cães da raça Lulu da Pomerânia e gatos Bengal.
O primeiro espaço, localizado na BR-116, possui estrutura de residência. O delegado acredita que a casa tenha aproximadamente oito cômodos, "onde foram encontrados os piores problemas sanitários e todas as janelas fechadas".
Entre os problemas identificados pela PC e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV/RS) está a falta de limpeza no chão – onde puderam ser observadas fezes espalhadas – e nos potes de ração e água – alguns até com larvas vivas.
Nos fundos da casa, há ainda uma construção adaptada para criação de animais. Segundo o delegado, em um dos quartos, onde um dos presos dormia, os agentes encontraram uma espingarda calibre 20, sem registro.
Trinta animais enterrados no terreno
O outro espaço, localizado na Rua Ijuí, funciona como um estabelecimento, diferentemente do encontrado a cerca de um quilômetro de distância. No local, que foi considerado regular pela Vigilância em Saúde, a Polícia e o CRMV/RS encontraram materiais descartados de forma irregular, como seringas, agulhas e potes de vacinas que eram incendiados nos fundos do prédio.
Além disso, um funcionário do estabelecimento relatou que já havia enterrado pelo menos 30 animais no terreno.
Na área interna, há em torno de sete salas e, na área externa, segundo o delegado, "uma espécie de viveiro" para procriação de animais.
Medidas tomadas pela Vigilância
A Vigilância deu 24 horas para que o local na BR-116 seja regularizado. Os profissionais informaram que não devem voltar no endereço na quarta-feira (8), mas que há previsão de uma visita surpresa para vistoria.
Apesar de um dos espaços se tratar de uma residência e não possuir alvará, o delegado afirma que o parentesco familiar e a sociedade empresarial liga os envolvidos, que tiveram liberdade provisória concedida na tarde desta terça-feira. Nenhum deles têm antecedentes criminais.
Funcionamento e divulgação do serviço
Em consulta na Receita Estadual, o espaço na Rua Ijuí está ativo desde setembro de 2019. A empresa foi registrada como sendo 'comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação'.
No Instagram, o canil divulga que os cães e gatos são 'criados com amor e carinho'. A reportagem apurou que o perfil, aberto ao público na segunda-feira, passou a estar fechado nesta terça, estando disponível apenas para seguidores.
No site, é divulgado que o estabelecimento é o 'mais recomendado' por ser um 'canil de alta qualidade'. Entre os tópicos salientados está higiene hospitalar – com enfoque para as instalações com produtos de alto nível de esterilização – e medicamento de ponta.
O delegado Felipe Borba, responsável pelo caso, diz que, nesta terça-feira (7), após a vistoria da Polícia, os ambientes foram encontrados 'totalmente limpos' pela Vigilância em Saúde da cidade. Os animais também haviam sido tirados de confinamento. No total, Borba acredita que mais de 100 cães e gatos estejam alojados nos dois endereços, entre cães da raça Lulu da Pomerânia e gatos Bengal.