OPERAÇÃO NO RS E SC
Como funcionava o esquema de tráfico de cocaína que movimentava R$ 1 milhão por semana; pilotos e chefes de facção foram presos
Um dos pilotos foi preso em sua casa no bairro Campina, em São Leopoldo. O segundo já cumpria pena no sistema prisional desde o início deste ano
Última atualização: 12/12/2023 14:03
O esquema de tráfico de drogas que trazia cocaína do Paraguai para o Rio Grande do Sul e rendia mais de R$ 1 milhão de lucro por semana aos criminosos foi descoberto pela Polícia Civil. Treze pessoas foram presas nesta terça-feira (12), incluindo dois pilotos de avião.
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Um dos pilotos foi preso em sua casa no bairro Campina, em São Leopoldo. O segundo já cumpria pena no sistema prisional desde o início deste ano, quando foi preso no Rio de Janeiro.
Um dos alvos é um suspeito de envolvimento na execução do ex-secretário de saúde Eliseu Santos em 2010.
Segundo o delegado Gabriel Lourenço, um núcleo de operações da facção se dedicava ao tráfico de drogas, no modal aéreo. Esse núcleo era composto por uma rede de pilotos e indivíduos que atuam em toda a cadeia logística, que vai desde a separação dos galões de gasolina à distribuição dos entorpecentes.
De acordo com a Polícia, o esquema era coordenado por chefes de uma facção criminosa com sede no Vale do Sinos. Os cerca de 400 quilos de drogas, que eram trazidos por semana para o Estado em aeronaves que pousavam em pequenas pistas, eram distribuídas para Sapucaia do Sul e outras cidades da Grande Porto Alegre.
Nesta terça, foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva nas cidades de Sapucaia do Sul, Canoas, Esteio, Gravataí, Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Nova Santa Rita e Estância Velha. Além das cidades gaúchas, ordens judiciais foram cumpridas em Santa Catarina. Em Gravatal, um homem foi preso em um hotel de luxo, onde uma diária custa mais de R$ 1,2 mil.
Propina para liberar veículos em vistorias
Além do tráfico de drogas, o grupo tinha vínculo com despachantes, vinculados ao DetranRS. Conforme a investigação, eles buscavam aprovar e regularizar veículos que eram vendidos posteriormente pela facção. Os despachantes também recebiam valores que eram usados para pagar propina aos vistoriadores dos Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVAs).