MEIO ANO DEPOIS DA ENCHENTE
Como está o avião raro que ficou um mês ilhado no aeroporto de Porto Alegre
Meio ano depois da tragédia, Boeing 727 da Total Linhas Aéreas já está sem os motores
Última atualização: 04/11/2024 12:29
Há exato meio ano, cenas da maior enchente da história na Grande Porto Alegre rodavam o Brasil e o mundo. Entre elas, a que mostrava um avião cargueiro Boeing 727-200 totalmente ilhado no pátio do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na zona norte da capital.
O avião de prefixo PR-TTP, com 46 anos de uso, virou um dos símbolos da tragédia gaúcha. Ficou no mesmo lugar por pouco mais de um mês, até que a água baixou e ele pudesse ser transferido para outra área do aeroporto. Ao todo, mais de 40 aviões de pequeno porte ficaram presos na enchente.
A água não atingiu os três motores do 727, que são mais elevados em relação ao irmão maior 737, por exemplo. No entanto, afetou totalmente o sistema de trem de pouso e invadiu o porão, onde ficam equipamentos indispensáveis para o voo.
Oficialmente a Total Linhas Aéreas, que operava o trijato PR-TTP até a noite de 3 de maio, quando a água invadiu o aeroporto, não dá detalhes do impacto da enchente no avião. Mas confirma que o 727 que ficou em Porto Alegre não deve voltar a voar. A Total encerrou a operação do modelo em setembro.
Não se sabe ao certo se o Boeing da enchente ainda pertence à Total ou se foi vendido junto com os outros dois que pertenciam à empresa até setembro deste ano, quando foram substituídos por aviões cargueiros do modelo Boeing 737, mais modernos e eficientes.
Um deles, o Boeing 727 de prefixo PR-TTW, deixou o Brasil na semana passada. Decolou de Florianópolis (SC) em direção a Guarulhos (SP). De lá, voou para Natal (RN) e, depois, para a África, onde será utilizado para transporte de cargas.
Ao que tudo indica, o avião que ficou ilhado em Porto Alegre durante a enchente terá outro destino. Segue estacionado no pátio próximo à cabeceira 11 (oeste) da pista, em frente ao hangar da antiga oficina da Varig. Neste domingo (3) era possível ver, à distância, que o trijato está sem ao menos dois motores.
Aparentemente partes das asas também foram removidas. As janelas da cabine de comando estão com proteção extra contra luz e calor, indicando que tão cedo – ou talvez nunca – o Boeing 727-200, de prefixo PR-TTP, deixará o Salgado Filho pelo céu.