abc+

VALE DO PARANHANA

Como as cidades se mobilizam para melhorar a vazão dos rios?

Reunião da Famurs tratou do assunto nesta semana

Susete Mello
Publicado em: 21/06/2024 às 09h:30 Última atualização: 21/06/2024 às 09h:32
Publicidade

A urgência de dragagem e desassoreamento dos rios vem mobilizando prefeito gaúchos. A preocupação com o assunto chegou a ser a pauta principal de uma reunião nesta semana, na quarta-feira (19). Além disso, ações individuais têm sido realizadas pelos próprios municípios.

Desassoreamento do Rio Paranhana em Igrejinha  | abc+



Desassoreamento do Rio Paranhana em Igrejinha

Foto: Renato Salomon/Divulgação

Na reunião da Federação das Associações dos Municípios (Famurs) com Hidrovias RS, dirigentes destacaram que medidas para remoção de resíduos em grandes rios e no Guaíba são necessárias para manter o transporte hidroviário gaúcho.

As medidas para a remoção de resíduos de rios, lagos e lagoas, analisaram, visam a manutenção a navegabilidade nesses canais, garantindo atuais e futuras operações de transporte e logística, além de ampliar a capacidade de investimentos em diversos municípios, e gerar emprego, renda e desenvolvimento.

O presidente da Famurs, Marcelo Arruda, destaca que é o momento de tornar esta catástrofe das enchentes em uma ocasião para avançar nesta temática. Ele reforça que é essencial a realização de estudos para levantar os custos necessários, e assim, viabilizar alternativas para apresentar e interceder junto aos governos federal e estadual recursos para a iniciativa.

Mobilização em curso

Enquanto isso, municípios do Vale do Paranhana já se mobilizam. Cidades apontam que o volume de chuva e o assoreamento por conta da enxurrada de maio fizeram com as águas em rios e arroios saíssem dos seus leitos no último final de semana. Diante dessa realidade climática, ações de desassoreamento são trabalhadas na região.

O prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle, explica que há mais de 30 dias ocorre a retirada de seixos por conta das erosões das margens do Rio Paranhana, provocadas pelas forças das águas. Essas erosões acabam se depositando no fundo do rio.

“Podemos provar que esse trabalho teve resultado. Historicamente a cota de extravasar era de três metros e com cinco metros não teve maiores extravasamentos”, comenta, referindo-se à chuva do final de semana passado.

O trabalho de desassoreamento é feito com escavadeiras hidráulicas, tanto da Secretaria de Obras como de empresas contratadas pela administração. As contratações de horas/máquinas ocorrem com recursos próprios e da Defesa Civil do Estado.

Em Três Coroas

Em Três Coroas, o coordenador da Defesa Civil Augusto Dreher informou na terça-feira (18) o desassoreamento do Rio Paranhana e afluentes com a contratação de escavadeiras para retirar o seixo acumulado e restabelecer as margens destruídas. “É para que o leito fique mais profundo e o rio fique dentro da calha por mais tempo, suportando a chuva sem extravaso”, explica.

No final de semana, relata Dreher, ocorreu precipitação de 120 milímetros em 20 horas em Três Coroas, com mais de 147 milímetros da Região das Hortênsias.

“Isso fez com que o nível do Paranhana e afluentes aumentasse de forma rápida. Outro motivo foi o assoreamento do rio e afluentes em maio, quando da última enxurrada. Já tínhamos alertas antecipados de chuva forte para cinco dias e recebemos essa carga toda no domingo”, diz.

Em Taquara, o secretário Matheus Modler, do Meio Ambiente, Defesa Civil e Causa Animal, frisa que a elevação rápida do rio é parte da configuração geográfica e hidrológica do Paranhana. “É um rio de corredeira, com inclinação muito grande, e isso desce com força”, explica.

Modler informou que na terça-feira estava verificando a desobstrução e desassoreamento de alguns dos arroios de Santa Maria. “A execução deve iniciar nos próximos dias”. Os resíduos maiores são encaminhados para a vala emergencial, e os menores são alocados na margem.

Pedido de ajuda aos governos

O prefeito Fábio Persch, de Bom Princípio, também entende que esse trabalho precisa ser gerenciado pelo Estado ou Governo Federal, e defende que a Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) intermedie essa solução.

“Tratam-se de obras grandes, demoradas e onerosas que precisam também do aval dos órgãos ambientais, assim, o trabalho deve ser realizado em parceria entre os poderes, em especial, o envolvimento do Estado e da União”, pontua.

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade