As chuvas e enchentes de 2023 não afetaram somente as regiões atingidas pelos temporais no ano passado. É o que dizem os comerciantes do Litoral Norte ao fazerem uma avaliação sobre esta temporada de verão. Ao se encaminhar para o final de janeiro, em Tramandaí e Imbé, quiosques, restaurantes e setor de hospedagem comentam que queda no movimento pode estar atrelada aos efeitos que o tempo vêm causando no Rio Grande do Sul, seja através dos eventos climáticos, como também a instabilidade da chuva e do vento, que acabam afastando os veranistas da praia.
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Para os proprietários do quiosque Amo Tramandaí, que fica na beira da praia, Fabiana Santos, 40, e Jeferson Ferreira, 46, o mês de janeiro, comparado com os últimos anos, foi o pior até agora. “O tempo não colabora e o pessoal não está gastando. Não superou nossas expectativas”, comenta Ferreira. Ela também destaca que as enchentes podem ter colaborado. “Quem foi atingido e geralmente vinha para a praia, esse ano não veio”, afirma.
Os comerciantes estimam que neste mês o faturamento tenha sido 50% menor do que no ano passado. “Esperamos que esse ano fevereiro seja melhor. O tempo tem que nos ajudar. Pois se dá um dia bonito, a praia lota de gente. O clima está atrapalhando bastante. Até o milho foi difícil de conseguir, pois o pessoal foi afetado também pela enchente”, diz. Os dois estão no mesmo ponto há três anos.
No restaurante da Maria Inês Silva, 60, perto das 12 horas desta quinta-feira (25) era possível escolher o lugar para sentar. Praticamente todas as mesas estavam vazias. “Tivemos pouco público em janeiro. No ano passado, tivemos bastante gente durante todo o veraneio, e esse o público só vem aos finais de semana”, comenta.
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O atendente do restaurante, Paulo Flores, 60, destaca que o movimento também caiu em 50%, e que tiveram que se adaptar com o novo formato da orla, reformada recentemente. “Tínhamos vagas dos dois lados, isso chamava mais clientes. Estamos tendo que nos adaptar com essa mudança. Esperamos que volte a ser como era no ano passado. Todos os dias com muito público. É o que a gente precisa”, afirma.
Queda também no número de hospedagens
O setor de hotelaria também relata queda no número de hóspedes. Em Imbé, no Hotel Samburá, que fica próximo da praia, a gerente administrativa Tamara Luz, 33, e a recepcionista Carina Blank, 24, percebem que o tempo também tem prejudicado. “Ano passado foi melhor. Para nós, teve muito temporal. Talvez isso tenha prejudicado os hóspedes. Muito vento, chuva, tempo instável. Quem vem para cá quer praia”, dizem.
Para se adaptar à nova realidade, o Hotel precisou reajustar os valores em 40% a menos em relação ao ano passado, além de investir em infraestrutura e divulgação. “Acho que esse ano foi fraco para todo mundo. Tivemos que nos habituar aos hóspedes, devido à crise. Em fevereiro, esperamos lotar a casa, ao menos no carnaval”, estima Carina.
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