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RETORNOS PERIGOSOS

RS-239: O que o comando rodoviário propõe para diminuir acidentes na região

Policiais rodoviários sugerem alterações em retornos e enviam propostas para a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR)

Susete Mello
Publicado em: 05/09/2024 às 07h:00
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O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) tem sugestões de melhorias na RS-239, que até agosto registrou 13 acidentes com morte. A proposta para o trecho de Novo Hamburgo é implantar retorno livre em pontos da rodovia estadual, sem necessidade do veículo parar no acesso ou cruzar a pista enquanto outros transitam no sentido oposto.

Filas de veículos se formam no início da manhã e no final da tarde no km 14 da RS-239 | abc+



Filas de veículos se formam no início da manhã e no final da tarde no km 14 da RS-239

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Embora os acidentes fatais tenham acontecido entre os quilômetros 14 e 18 em solo hamburguense, os policiais rodoviários consideram os quilômetros 14 (no entroncamento com a Rua Bento Gonçalves) e o 15 (proximidades do acesso ao Teatro Feevale) como os mais críticos. Por isso, o CRBM encaminhou ofício para a engenharia da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e chegou a tratar o assunto diretamente com a direção da empresa pública responsável pela RS-239.

Soldado Maurício de Lima, da 2ª Companhia 3º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar (BRBM), explica que as sugestões levam em conta uma situação implantada em Taquara, que melhorou a segurança viária da RS-239. Ele explica que havia um retorno junto à ponte do Rio Paranhana, no mesmo padrão do retorno do quilômetro 14 de Novo Hamburgo, onde os veículos precisavam cruzar a pista.

A obra realizada em Taquara consistiu em uma pista exclusiva para retornar, eliminando a necessidade do cruzamento. “Aquele ponto era o que tinha mais acidentes fatais e desde 2018 não houve mais óbitos. Tudo por conta do ajuste de engenharia, que foi a nosso pedido”, complementa.

Das seis mortes que ocorreram na RS-239 em Novo Hamburgo, de janeiro a agosto deste ano, três foram colisões laterais em trechos com acessos por meio de retornos, provocando a morte de condutores de veículos. As demais foram por colisão frontal (um veículo atravessou o canteiro central e atingiu uma motocicleta), outra foi por choque em uma árvore e ainda teve por atropelamento de pedestre.

Segundo o capitão Rodrigo Frazzon da Silveira, comandante da 2ª Companhia do 3º BRBM, a maioria dos acidentes nessa área é porque quem ingressa na rodovia, por meio do retorno, não mensura a velocidade de quem está vindo na pista de rolamento. Por outro lado, quem está na rodovia, fora do retorno, também pode estar com excesso de velocidade.

Propostas da polícia rodoviária

No quilômetro 14 (sentido Campo Bom-Novo Hamburgo): fechar o retorno que dá acesso à Rua Bento Gonçalves e, ao invés de cruzar a pista da 239, os veículos seguiriam mais 500 metros até a Rodonaves. Ali seria necessário um alargamento de pista para uma terceira faixa com o sistema siga livre. Os veículos retornariam nas proximidades da Empresa Rodonaves/Pavicon, ingressando na pista principal no mesmo sentido do fluxo. Após, ingressariam na alça de acesso à Rua Bento Gonçalves. “O retorno mais adiante reduziria o problema da fila de veículos na rodovia, especialmente na hora do rush”, frisa Lima.

No quilômetro 15 (sentido Novo Hamburgo-Campo e vice-versa): a proposta é que a área em frente à Empresa Transduarte, que é bem larga, seja alterada com a construção de uma terceira faixa com o retorno livre para ambos os sentidos. No sentido Novo Hamburgo-Campo Bom, quem sai da Rua Bento Gonçalves e quer ir para o Santuário das Mães ou no sentido de Estância Velha, utilizaria esse retorno livre. Com isso, o atual retorno de quem sai da Bento Gonçalves e atravessa a rodovia para acessar o ‘Santuário’ seria fechado.



 

Já no sentido Campo Bom-Novo Hamburgo, na frente da Transduarte, nas proximidades da Universidade Feevale, o retorno livre facilitaria o acesso ao Teatro Feevale. O veículo passaria o viaduto do bairro São José, em uma terceira faixa até a Transduarte, onde faria o retorno livre.

Filas para acessar retornos na rodovia estadual são frequentes

Guarda de um empreendimento às margens da 239, Samuel de Souza, 24 anos, chegou a filmar a fila de veículos formada nesta semana, por volta das 18 horas, no acesso para a Rua Bento Gonçalves. “É bem ruim fazer a rotatória aqui no início da manhã e no final da tarde”, admite. Na manhã de terça-feira (3), por volta das 8 horas, a reportagem também flagrou fila no mesmo trecho da RS-239.

Outra situação presenciada é que o veículo que trafega pela rua precisa atravessar as duas pistas da rodovia estadual para chegar ao retorno, no sentido Campo Bom-Novo Hamburgo. Situação semelhante é vista no lado contrário. Quem sai do acesso do Santuário das Mães para ingressar na RS-239 também precisa atravessar as duas pistas até chegar ao retorno.

Controlador eletrônico será instalado

A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) informa que ações estão em estudo em Novo Hamburgo e antecipa que uma das medidas definidas é a implantação de um controlador eletrônico de velocidade no quilômetro 14,8 da 239, nas imediações das Ruas Bento Gonçalves e Germano Friedrich. A iniciativa, respaldada por estudos técnicos, busca limitar a velocidade dos veículos e melhorar o acesso à Rua Bento Gonçalves.

Além disso, a partir desse mês, ao longo da rodovia entre Novo Hamburgo e Riozinho, a EGR irá revitalizar as defensas e reforçar a sinalização ao longo de todo o trecho. Será renovada a pintura do pavimento e a implantadas placas para melhorar a trafegabilidade e a segurança dos usuários.

Prefeita cobra intervenções em acesso a rua e passarelas de pedestres

A prefeita de Novo Hamburgo, Fatima Daudt, informa que tem cobrado do governo do Estado e também da empresa EGR intervenções urgentes na rodovia. Ela salienta que não é possível conviver com este número tão grande de acidentes de trânsito. “A rodovia é pedagiada, arrecada muitos recursos. Precisamos de ações urgentes”, reivindica Fatima, que em agosto participou de uma reunião entre a Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag) e o governo do Estado, em Porto Alegre, para cobrar obras na RS-239.

Para a prefeita, um dos trechos que precisam de mudanças urgentes é o acesso à Rua Bento Gonçalves pela Germano Friedrich de quem transita vindo de Campo Bom. “É um dos trechos mais perigosos. Há muita dificuldade na travessia da rodovia, pois é muito difícil ter a noção da velocidade do veículo que está vindo de Estância Velha”, declara. Ela lembra que nas proximidades há a travessia para acessar o Santuário das Mães e os bairros Roselândia e Alpes do Vale.

A necessidade da construção de passarelas no trecho hamburguense da rodovia também é defendida pela prefeita. “Temos muitos moradores que necessitam cruzar a RS-239. Novo Hamburgo é o município de maior população entre as cidades pelas quais a rodovia passa”, frisa.

A prefeita reforça que a administração municipal implementou iluminação em LED em todo o trecho hamburguense da rodovia estadual, do viaduto com a BR-116 até o limite com Campo Bom, incluindo as alças de acesso e vias paralelas à pista principal.

 

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