Estudos realizados recentemente por uma consultoria de inteligência em agronegócios, apontam que o consumo de carnes deve aumentar em 2024 entre os brasileiros. A estimativa é de que cada habitante coma, na média anual, cerca de 103 kg de carnes, entre cortes de gado, frango e porco. O corte suíno deve apresentar a maior alta, com expectativa de consumo de 21 kg por habitante, um aumento de 4% em relação a 2023.
Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Luis Folador, o Estado também terá este aumento, mas talvez com menos impacto do que em outras regiões do país. “O Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, tradicionalmente, são produtores suínos, sendo responsáveis por 65% da produção nacional. Este fato já torna a região sul, além de grande produtora, grande consumidora de carne de porco e, por esse motivo, não sentiremos tanto este crescimento.”
O especialista acredita que o impacto maior na alta do consumo deverá acontecer na região Sudeste do Brasil.
Valdecir projeta que o consumo per capita desta proteína no Estado deva atingir os 30 kg/ano por pessoa e, no restante do Brasil, chegar aos 20,5 kg. Aponta que um dos fatores que reforçam esta tendência é o baixo custo da carne suína em relação à bovina e ao frango. “Nos últimos três anos o preço da carne de porco está baixando, tornando essa proteína uma alternativa diante dos valores mais elevados da carne de gado e, em alguns momentos, do frango.”
Aceitação
Proprietário de restaurante, Márcio Rossoni nota o aumento do consumo da carne suína pelos clientes. Muito mais do que o preço, o empresário acredita que a versatilidade de preparo está contribuindo para a aceitação do produto pelos consumidores. “Antes a carne de porco tinha uma certa rejeição dos clientes mas, ao longo do tempo, isso está mudando. O pessoal está percebendo o sabor, o preparo e a saudabilidade deste produto e está consumindo mais.”
Conta que em seu restaurante está usando significativamente este produto. “E acredito que siga nesta tendência em 2024”, avalia. Acrescenta que existem várias formas de preparo da carne suína e isso possibilita uma série de pratos, agradando diferentes paladares e, consequentemente, o aumento do consumo.
Preço do suíno deve continuar em queda
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Brasil deve fechar o ano de 2023 com uma queda de mais de 10% no valor pago pela carne.
Isto se aplica a todos os tipos de carnes, incluindo os cortes suínos. Nos últimos meses o preço da carne de porco caiu, em média, 4,65%.
Para o proprietário de uma casa de carnes do Centro de Canoas, Ruan Azzulin, o preço baixo é o maior atrativo para os consumidores. Observa que, principalmente no final do mês, quando o poder aquisitivo das pessoas diminui, a procura por cortes de porco aumenta. “A procura aumenta neste período. Tanto, que em alguns momentos, ficamos sem os cortes mais baratos.”
Dentre os mais vendidos está o carré de porco, vendido, em média, a R$ 16,90 o quilo. O corte semelhante da carne bovina é bem mais caro, sendo encontrado com valor em torno de R$ 40,00.
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