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APÓS ENCHENTE

BR-116: Com ponte destruída, empresários da Serra se mobilizam para construir estrutura provisória

Construção de ponte temporária entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis será alternativa para veículos leves

Publicado em: 26/08/2024 às 07h:00
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Transitar por algumas rodovias da Serra gaúcha segue sendo um desafio. Um dos casos mais problemáticos é a ponte da BR-116, no quilômetro 174, que liga Nova Petrópolis e Caxias do Sul. Com a estrutura interditada desde o dia 12 de maio devido a danos causados pela enchente e implodida em julho, a falta de alternativas para os motoristas têm acumulado dificuldades na Região das Hortênsias e da Uva e do Vinho.

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Obras da ponte temporária devem finalizar em setembro. | abc+



Obras da ponte temporária devem finalizar em setembro.

Foto: Divulgação

A empresária Betina Kopper, proprietária de uma transportadora de Estância Velha, precisa que sua equipe faça o trajeto até a Serra diariamente. “Está bem complicado, porque, como a BR não está liberada, fica completamente inviável qualquer trânsito e acesso por ali. As alternativas costumam não permitir o acesso de veículos pesados, o que prejudica o trabalho dos caminhoneiros”, conta.

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Uma das principais dificuldades é justamente o aumento considerável do trajeto. Segundo Betina, a atual situação gera mais gastos com combustível e replanejamento de rotas. “Como precisamos fazer o desvio por São Francisco de Paula ou Novo Hamburgo, isso aumentou significativamente a quilometragem e o tempo de deslocamento. Um trajeto que tu fazia em 40 minutos, hoje é de duas horas”, explica.

Na busca por soluções, empresários vinculados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Nova Petrópolis e Gramado iniciaram a construção de uma ponte provisória às margens do Rio Caí. O projeto só saiu do papel após uma campanha de arrecadação com o objetivo de solucionar parte das dificuldades enfrentadas na Serra.

Chamada #ReConstruindo Conexões, a iniciativa tem como meta arrecadar R$ 1,2 milhão. Até agora, o valor já chegou a R$ 700 mil, o que permitiu o começo da obra. “Num primeiro momento, a ponte provisória será para carros leves. É uma ponte baixa, por isso pode, em eventuais chuvas mais fortes, o rio passar por cima. Mas o objetivo é diminuir o trajeto do desvio”, esclarece o presidente da CDL Gramado, Tiago Martins.

Ponte temporária busca solucionar parte dos desafios entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul. | abc+



Ponte temporária busca solucionar parte dos desafios entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul.

Foto: Arquivo pessoal

A estrutura temporária será entre Nova Petrópolis e o distrito de Vila Cristina, no interior de Caxias do Sul. Com a conclusão da obra prevista para setembro, os motoristas terão como realizar o trajeto direto entre as cidades por essa alternativa, que ficará a uns 500 metros de distância da antiga ponte danificada. “O impacto para nós da Serra é grande, inclusive financeiro. As cargas estão sendo fracionadas em caminhões menores, o que multiplica o número de veículos na estrada”, afirma Martins.

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Apesar de resolver parte dos problemas dos veículos mais leves, o que poderá aumentar o turismo na região, Martins avalia que a situação dos caminhoneiros seguirá complicada por mais tempo. “Enquanto a BR-116 não estiver com o trajeto entre Nova Petrópolis e Caxias apto a receber caminhões, não tem muito o que fazer”, pondera. Para Betina, além da ponte, os caminhoneiros ainda precisam enfrentar desafios nas estradas, com buracos e barrancos.“Muitos tentam ir por estradas vicinais, mas a estrutura não comporta veículos pesados.”

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Ponte definitiva será concluída em fevereiro

Em paralelo à construção da ponte temporária, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) trabalha em uma estrutura definitiva entre as cidades. A obra começou em julho e tem previsão de conclusão em fevereiro de 2025. A nova estrutura terá 180 metros de comprimento por 13 de largura, com o objetivo de ser mais alta, larga e comprida que a antiga ponte.

Uma outra ponte provisória chegou a ser iniciada entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. Contudo, com novos episódios de chuva em junho, a água levou parte das cabeceiras da estrutura e o Dnit anunciou no mês seguinte o cancelamento da obra.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no RS (Setcergs) cobra agilidade no processo de reconstrução, visto que a interdição da ponte na Serra gaúcha afeta a logística e economia da região.

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