ACESSIBILIDADE
Com escola mais acessível, cadeirante consegue estudar no segundo andar
Cadeirante realizou o sonho de conhecer a parte de cima do colégio
Última atualização: 24/01/2024 13:56
A volta às aulas para alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Primavera, na manhã de quinta-feira (16), entrou para a história. A instituição começou o ano letivo com uma plataforma elevatória, depois que uma turma escreveu carta para o prefeito pedindo que a estrutura fosse implantada para que uma das estudantes, que é cadeirante, tivesse acesso à sala do segundo piso do prédio. E o pedido se concretizou.
Na quinta, Letícia Faustino dos Santos, 10 anos, era só sorrisos quando acessava e saía do espaço, com o auxílio da monitora Evelyn Sartori Neis, acenando para alunos, professores e funcionários.
"Eu senti o meu sonho realizado. Eu finalmente subi para o segundo andar da escola. Eu me senti feliz e animada, pois fará bem para muitas pessoas que vão precisar dessa plataforma elevatória. Eu acho que as escolas do nosso Estado e País devem ter acessibilidade. Não só com plataformas e rampas, mas poderiam tirar os degraus, as escadas e muito mais", sugere a menina.
Mãe de Letícia, a consultora de vendas Isabel Faustino Spies, 38, conta que sua filha tem dificuldade motora em decorrência da paralisia cerebral ao nascer prematura (com 29 semanas). "Isso não a impede de ser uma criança extremamente inteligente, ativa, participativa, que ama leitura e devora livros. A acessibilidade é fundamental para não colocar limitação nas crianças", resume a mãe. Ela espera que mais espaços, ruas e calçadas no município tenham acessibilidade para cadeirantes, idosos e até para facilitar o deslocamento de carrinhos de bebê.
O prefeito Jerri Meneghetti destaca o avanço em relação à acessibilidade. "Espero que este gesto nobre, de se preocuparem com colega, de pensar na coletividade, que se leve para o futuro. E para a Letícia, que se sinta acolhida e faça proveito, pois o objetivo é que não tenha diferenciação em relação a outras crianças nos estudos", resume.
Secretária de Educação, Denise Maria Maldaner informa que todos os espaços educativos têm acessibilidade e que há elevador nas escolas Arno Nienow e Jardim da Alegria. Os novos projetos, como o da escola que será construída no bairro União, também são direcionados neste sentido.
Pedido foi feito em carta escrita pela turma
A história da carta em favor de "Lê", como é chamada pela turma, começou em 2021. Foi em 29 de outubro daquele ano, no dia do aniversário de seu colega, Bernardo Backes, hoje com 10 anos, que a turma teve a ideia de fazer o pedido. A turma estava sempre na sala 3, no térreo, mas sonhava em ir para o segundo andar da escola. E ter a "Lê", é claro, junto. "A Lê é maravilhosa e a escola precisava de mais acessibilidade. Um passo a mais já foi dado", elogia a professora da turma, Tassiana de Oliveira da Silva.
Com anotações no quadro da sala, as ideias para a carta se formaram. Ficou sob a responsabilidade do colega Arthur Luis Groth, 10, escrever a próprio punho o pedido ao prefeito. A entrega ocorreu em 2021 a Jerri Meneghetti e, em 2022, as obras foram realizadas. Na quinta, então, foi o dia de inaugurar a estrutura. "Temos muitos estudantes de inclusão, que são muito bem acolhidos. Aqui não se ouve falar em bullying", relata a diretora Estefania Goulart.
Cidades vizinhas também investem
Na vizinha Ivoti, a acessibilidade nas escolas compreende a atenção aos aspectos estruturais dos espaços, como rampas e piso tátil, assim como a acessibilidade pedagógica, adaptando materiais e metodologias. Em Estância Velha, há nove alunos cadeirantes na rede municipal de ensino e todas as 26 escolas no nível térreo têm acessibilidade.
Das seis instituições com dois pisos, duas (Presidente Kennedy e Fernando Ferrari) possuem rampas de acesso ao piso superior com acessibilidade para cadeirantes. As demais adaptam as turmas para o primeiro piso.
Situação pela região
Campo Bom: todas escolas estão com acesso para cadeirantes e as necessidades dos alunos são atendidas conforme a limitação. As escolas do CEI e 25 de Julho têm elevador. Em outras, há recursos como rampas, corrimão, sinalização para baixa visão e piso tátil.
Esteio: banheiros acessíveis, rampas e piso tátil são elementos comuns às escolas. Há elevadores na Santo Inácio e Clodovino.
Novo Hamburgo: todas escolas da rede municipal têm disponível algum tipo de acessibilidade. Não há colégio com elevador e plataforma elevatória.
São Leopoldo: todas as escolas municipais possuem acessibilidade, de acordo com a demanda. Entre as ferramentas estão banheiros adaptados e programas para deficientes visuais, por exemplo.
Sapiranga: cerca de 75% das escolas municipais já apresentam elementos destinados à acessibilidade. Na Floresta e no Centro de Educação Doutor Décio Gomes Pereira há elevadores.
A volta às aulas para alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Primavera, na manhã de quinta-feira (16), entrou para a história. A instituição começou o ano letivo com uma plataforma elevatória, depois que uma turma escreveu carta para o prefeito pedindo que a estrutura fosse implantada para que uma das estudantes, que é cadeirante, tivesse acesso à sala do segundo piso do prédio. E o pedido se concretizou.
Na quinta, Letícia Faustino dos Santos, 10 anos, era só sorrisos quando acessava e saía do espaço, com o auxílio da monitora Evelyn Sartori Neis, acenando para alunos, professores e funcionários.
"Eu senti o meu sonho realizado. Eu finalmente subi para o segundo andar da escola. Eu me senti feliz e animada, pois fará bem para muitas pessoas que vão precisar dessa plataforma elevatória. Eu acho que as escolas do nosso Estado e País devem ter acessibilidade. Não só com plataformas e rampas, mas poderiam tirar os degraus, as escadas e muito mais", sugere a menina.
Mãe de Letícia, a consultora de vendas Isabel Faustino Spies, 38, conta que sua filha tem dificuldade motora em decorrência da paralisia cerebral ao nascer prematura (com 29 semanas). "Isso não a impede de ser uma criança extremamente inteligente, ativa, participativa, que ama leitura e devora livros. A acessibilidade é fundamental para não colocar limitação nas crianças", resume a mãe. Ela espera que mais espaços, ruas e calçadas no município tenham acessibilidade para cadeirantes, idosos e até para facilitar o deslocamento de carrinhos de bebê.
O prefeito Jerri Meneghetti destaca o avanço em relação à acessibilidade. "Espero que este gesto nobre, de se preocuparem com colega, de pensar na coletividade, que se leve para o futuro. E para a Letícia, que se sinta acolhida e faça proveito, pois o objetivo é que não tenha diferenciação em relação a outras crianças nos estudos", resume.
Secretária de Educação, Denise Maria Maldaner informa que todos os espaços educativos têm acessibilidade e que há elevador nas escolas Arno Nienow e Jardim da Alegria. Os novos projetos, como o da escola que será construída no bairro União, também são direcionados neste sentido.
Pedido foi feito em carta escrita pela turma
A história da carta em favor de "Lê", como é chamada pela turma, começou em 2021. Foi em 29 de outubro daquele ano, no dia do aniversário de seu colega, Bernardo Backes, hoje com 10 anos, que a turma teve a ideia de fazer o pedido. A turma estava sempre na sala 3, no térreo, mas sonhava em ir para o segundo andar da escola. E ter a "Lê", é claro, junto. "A Lê é maravilhosa e a escola precisava de mais acessibilidade. Um passo a mais já foi dado", elogia a professora da turma, Tassiana de Oliveira da Silva.
Com anotações no quadro da sala, as ideias para a carta se formaram. Ficou sob a responsabilidade do colega Arthur Luis Groth, 10, escrever a próprio punho o pedido ao prefeito. A entrega ocorreu em 2021 a Jerri Meneghetti e, em 2022, as obras foram realizadas. Na quinta, então, foi o dia de inaugurar a estrutura. "Temos muitos estudantes de inclusão, que são muito bem acolhidos. Aqui não se ouve falar em bullying", relata a diretora Estefania Goulart.
Cidades vizinhas também investem
Na vizinha Ivoti, a acessibilidade nas escolas compreende a atenção aos aspectos estruturais dos espaços, como rampas e piso tátil, assim como a acessibilidade pedagógica, adaptando materiais e metodologias. Em Estância Velha, há nove alunos cadeirantes na rede municipal de ensino e todas as 26 escolas no nível térreo têm acessibilidade.
Das seis instituições com dois pisos, duas (Presidente Kennedy e Fernando Ferrari) possuem rampas de acesso ao piso superior com acessibilidade para cadeirantes. As demais adaptam as turmas para o primeiro piso.
Situação pela região
Campo Bom: todas escolas estão com acesso para cadeirantes e as necessidades dos alunos são atendidas conforme a limitação. As escolas do CEI e 25 de Julho têm elevador. Em outras, há recursos como rampas, corrimão, sinalização para baixa visão e piso tátil.
Esteio: banheiros acessíveis, rampas e piso tátil são elementos comuns às escolas. Há elevadores na Santo Inácio e Clodovino.
Novo Hamburgo: todas escolas da rede municipal têm disponível algum tipo de acessibilidade. Não há colégio com elevador e plataforma elevatória.
São Leopoldo: todas as escolas municipais possuem acessibilidade, de acordo com a demanda. Entre as ferramentas estão banheiros adaptados e programas para deficientes visuais, por exemplo.
Sapiranga: cerca de 75% das escolas municipais já apresentam elementos destinados à acessibilidade. Na Floresta e no Centro de Educação Doutor Décio Gomes Pereira há elevadores.
Na quinta, Letícia Faustino dos Santos, 10 anos, era só sorrisos quando acessava e saía do espaço, com o auxílio da monitora Evelyn Sartori Neis, acenando para alunos, professores e funcionários.
"Eu senti o meu sonho realizado. Eu finalmente subi para o segundo andar da escola. Eu me senti feliz e animada, pois fará bem para muitas pessoas que vão precisar dessa plataforma elevatória. Eu acho que as escolas do nosso Estado e País devem ter acessibilidade. Não só com plataformas e rampas, mas poderiam tirar os degraus, as escadas e muito mais", sugere a menina.