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COBRAS: Saiba as diferenças entre coral-verdadeira e falsa-coral; uma delas está entre as serpentes mais tóxicas do Brasil

Veneno dessa espécie ataca o sistema nervoso e provoca paralisia de músculos importantes, como o coração

Ubiratan Júnior
Publicado em: 15/12/2023 às 16h:05 Última atualização: 12/01/2024 às 11h:07
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O aparecimento de cobras em regiões urbanas tem gerado preocupação na população gaúcha. Segundo os dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), até 4 de dezembro de 2023, o Rio Grande do Sul registrou 520 atendimentos médicos por causa de ataques de serpentes peçonhentas, enquanto no ano de 2022 inteiro foram 497. Um aumento de 4,6%. Além disso, no ano passado duas pessoas morreram e neste ano ainda não houve registro de óbito em decorrência da picada desses animais.

Coral-verdadeira (Micrurus altirostris) | abc+



Coral-verdadeira (Micrurus altirostris)

Foto: CIT/RS/Reprodução

Embora não apareça entre as espécies que mais atacaram pessoas no território gaúcho nos últimos dois anos, a cobra coral é uma habitante conhecida da fauna do RS. Em outubro, uma coral-verdadeira foi capturada no pátio de uma casa no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo. Não houve ataque do animal, que foi resgatado pela Diretoria de Proteção Ambiental. 

A coral é muito conhecida pela sua aparência: a pele é desenhada por listras que intercalam preto, vermelho e branco, sendo que algumas espécies, geralmente da amazônia, possuem listras amareladas. Medem de 70 a 100 centímetros de comprimento. 

O portal do Instituto Butantan explica que essa coloração tem como objetivo alertar aos predadores que ela é bem perigosa. Apesar da característica bem específica, a coral possui dezenas de espécies, mas de forma geral, a população as conhece de duas formas: coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus) e a falsa-coral (Erythrolamprus aesculapii).

Semelhanças e diferenças

Segundo o Butantan, a coral-verdadeira é uma das serpentes mais tóxicas do Brasil. O seu veneno ataca diretamente o sistema nervoso. Os primeiros sintomas após a sua picada são dormência no local, visão turva e dificuldade na fala. Com o tempo, o veneno se espalha pelo organismo e o veneno começa a afetar o restante do sistema nervoso, provocando paralisia de músculos importantes, como coração e diafragma (órgão que auxilia na respiração).

No entanto, esse animal tem um comportamento tímido. Geralmente vive escondido entre vegetação rasteira, buracos no chão e debaixo de pedras. Se alimentam de presas alongadas, como lagartos sem patas, cecílias e até de outras cobras. De acordo com o Butantan, apenas em ocasiões raras a coral-verdadeira ataca.

Já a falsa-coral, não é peçonhenta. Ela possui as características físicas da coral-verdadeira como mecanismo de defesa contra possíveis predadores. O zoólogo e professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade Feevale, Marcelo Pereira de Barros, explica que as duas serpentes também possuem semelhanças nos hábitos, habitats e comportamentos.

“A principal diferença é que a falsa-coral tem o ventre claro, os anéis não completos. Já nas corais-verdadeiras, o anel dá a volta no corpo inteiro”, esclarece.

O que fazer se encontrar uma coral

A recomendação é para que em caso de se deparar com uma cobra coral não tente fazer a distinção de verdadeira ou falsa. A orientação é para que afaste-se do local e for área urbana, chame autoridades para que possam fazer o resgate do animal.

Em caso de ataque, procure um atendimento médico de forma imediata. Para o caso de picada de coral-verdadeira, o tratamento é feito com soro antielapídico fabricado pelo Instituto Butantan. 

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