Cobra de duas cabeças? Entenda que bicho é esse

Foi durante a oficina Educação Ambiental, na tarde do último dia 14, que estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental de Dois Irmãos ficaram frente a frente com a cobra de duas cabeças. O curioso animal foi apresentado pela professora Meriele Reinke, na horta do Projeto Global.

Apesar do nome, não se trata de uma cobra e sim de um réptil do grupo dos anfisbenídeos. Com cauda curta e arredondada, mais ou menos da mesma largura da cabeça, acaba dando a impressão de serem duas cabeças, mas não são.

A anfisbena é um réptil que cava túneis no solo. Possui hábitos subterrâneos e é carnívora, se alimenta de pequenos insetos que penetram em seus túneis, e também, com menos frequência, caça na superfície. Apesar de não ser considerada peçonhenta, algumas espécies podem morder e com força, especialmente se estiver sob ameaça.

A bióloga Sarah Peixe reforça que, apesar do nome, a cobra não tem duas cabeças. "É uma confusão em relação ao formato da cauda. Não se sabe o que é cabeça e o que é cauda. Como os olhos são muito pequenos, é difícil de ver", comenta a bióloga, que destaca ainda que os olhos destes animais são praticamente atrofiados.

No Brasil, estima-se que existam pelo menos 67 espécies destes animais. Conforme Sarah, normalmente são mais amarelados e o ventre possui cor mais clara, mas algumas destas espécies são mais escuras. Em geral, as cobras-de-duas-cabeças podem ter até 60 centímetros de comprimento.

"Será muito dificil se deparar com uma, mas caso você a encontre por aí, evite pegá-la com as mãos ou até mesmo confrontá-la de alguma forma. Mesmo sendo pequena, a cobra-de-duas-cabeças consegue se defender", orienta. Elas podem ser agressivas, mas não são peçonhentas, ou seja, não têm veneno.

Por conta do corpo cheio de escamas, muitas vezes as anfisbenas são confundidas com as cobras-cegas. No entanto, não são o mesmo animal. Apesar de algumas semelhanças, as cobras-cegas são anfíbios.