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CATÁSTROFE NO RS

Cobasi e Defensoria Pública se enfrentam em processo milionário pelos animais mortos nas enchentes

Empresa é processada pela Defensoria Pública por ter deixado os 175 animais em duas lojas de Porto Alegre durante as enchentes, mas salvar computadores

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Publicado em: 27/06/2024 às 10h:39 Última atualização: 27/06/2024 às 11h:58
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A Cobasi não apresentou propostas para negociação durante audiência de ação movida pela Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (26). Empresa é processada por ter deixado 175 animais para trás nas lojas de Porto Alegre durante as enchentes, resultando na morte deles. 

Animais morreram afogados durante as enchentes de maio após serem deixados para trás | abc+



Animais morreram afogados durante as enchentes de maio após serem deixados para trás

Foto: Polícia Civil

A defensoria cobra uma indenização de R$ 50 milhões por “danos ambientais, à saúde pública e psicológicos à coletividade”. Durante a audiência para tratar da Ação Civil Pública (ACP), a defesa da empresa afirmou que segue aberta para negociações.

A proposta é irrisória e nem de longe contempla a extensão do dano causado, segundo o defensor público do Núcleo de Defesa Ambiental da Defensoria, responsável pela ação, João Carmona Paz. Para ele, isso demonstra “uma total falta de sensibilidade da empresa” pela tragédia ocorrida.

Em maio, quando as enchentes atingiram grande parte de Porto Alegre, os funcionários da Cobasi retiraram os computadores e eletrônicos para evitar que fossem atingidos, mas deixaram os animais em duas lojas. Os pets morreram afogados.

Em Transação Penal com o Ministério Público, após ter sido indiciada pela Polícia Civil, a empresa afirma que se comprometeu a doar 500 casinhas para cachorros e dar ração para 500 animais por um ano. Mas, na ação civil, espera negociações.

Participaram das propostas representantes da ONG Princípio Animal, que é Amicus curiae do processo, e o Instituto Ame Patas, que ajuizou a ação.

O caso: animais morreram afogados e outros ficaram dias isolados

No início de maio, duas lojas da Cobasi inundaram pelas enchentes catastróficas que atingiram o Rio Grande do Sul. Ao invés de salvar os animais, os funcionários retiraram apenas computadores e outros materiais.

O caso ganhou grande repercussão após uma ONG denunciar, no dia 19 de maio, que muitos animais teriam sido deixados para trás na unidade que ficava no subsolo de um shopping. O estabelecimento foi completamente alagado e todos os animais do local morreram afogados.

Entre os 175, estariam roedores, pássaros e peixes. Ainda, foram coletados 38 corpos de animais que estavam na água, “tomada por esgoto e forte odor”, segundo a polícia.

Em outra loja da Cobasi, voluntários que procuravam animais para resgatar entraram na unidade, localizada na Avenida Brasil, no dia 11 de maio. Eles haviam recebido a denúncia de que haviam pets presos no local desde o início da catástrofre, oito dias antes.

Eles conseguiram entrar e resgatar diversos animais, que foram entregues para as responsáveis pela loja e, posteriormente, levados para outra unidade. Entretanto, outros não tiveram a mesma sorte e não resistiram aos vários dias isolados. Haviam 348 animais no estabelecimento, de acordo com informações da rede.

Vídeos e testemunhas afirmaram que haviam pássaros e peixes já sem vida no local. Quanto aos que foram remanejados pelos responsáveis, não há informações de como estão atualmente.

As gerentes afirmaram aos investigadores que haviam deixado comida e água “em maior quantidade” e que acreditavam que os alagamentos não durariam tanto tempo. Porém, a enchente tornou o acesso à loja impossível e os pets ficaram “diversos dias sem comida, água, luz, em local totalmente insalubre”.

Nos vídeos feitos pelos voluntários que estavam fazendo o resgate, é possível ver peixes já mortos, enquanto outros buscam por oxigênio na superfície do aquário. Além disso, os comedouros das gaiolas estavam vazios.

 

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