O Hospital Universitário (HU) vai permanecer com as cirurgias eletivas suspensas por mais dez dias. O comunicado foi feito pela Prefeitura de Canoas, que administra a casa de saúde através de uma intervenção. De acordo com a Secretaria Extraordinária de Gestão Hospitalar, a medida não se estende aos atendimentos de urgência, consultas e exames.
A Gestão Hospitalar também garante que o serviço de maternidade também vai seguir funcionando normalmente durante a suspensão. Com a determinação, as cirurgias eletivas devem completar 20 dias suspensas, aumentando a fila de espera. A instituição seguirá realizando os procedimentos de urgência e emergência.
O poder Executivo apresentou como justificativa para a paralisação desses serviços, uma dívida que acumulada ultrapassa os R$ 12 milhões. A razão dos dividendos seria a demora na assinatura de um aditivo ao contrato com a Prefeitura, em 2022. De acordo com a Secretaria, a transação deveria ter ocorrido em julho, no entanto só aconteceu no mês de dezembro. Com isso, o município deixou de repassar R$ 18 milhões à casa de saúde.
Intervenção
O HU está sob intervenção desde maio do ano passado, quando por determinação da Justiça, a então gestão foi afastada. Na época, o CEO da Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam), havia explicado que o valor do contrato era insuficiente para manter a operação da casa de saúde.
Desde aquele período, quem administra o hospital é uma comissão interventora da Prefeitura. Em 2023, com a criação da Secretaria de Gestão Hospitalar, o HU segue sendo administrado pelo município, porém por uma única intervenção, que também é a responsável pelo Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG).
Valor atual e falta de insumos
Antes do contrato receber um aditivo em dezembro de 2022, o valor pago mensalmente pela Prefeitura ao Hospital Universitário era de R$ 9,6 milhões. Após a revisão, a administração da instituição passou a receber R$ 14,2 milhões mensalmente.
Segundo o Executivo, em maio o HU já recebeu R$ 5,3 milhões, o que significa 37,3% do valor total. A Prefeitura argumenta que, por conta de um acúmulo de R$ 169 milhões em dívidas no último ano, não é possível regularizar no momento as pendências financeiras com o HU.
O débito ocasionou, portanto, a falta de insumos para que as cirurgias eletivas pudessem ser feitas no HU. Conforme a Secretaria de Gestão Hospitalar, faltam materiais cirúrgicos, contrastes para cateterismo, pomadas, entre outros medicamentos necessários para a realização das cirurgias.
Problemas relatados pelo Simers no HNSG
Com as cirurgias eletivas suspensas no HU, o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) passou a concentrar as especialidades do gênero. No entanto, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), se reuniu nesta terça-feira (9) com médicos que prestam serviço na casa de saúde. Os profissionais indicaram ao sindicato, uma série de problemas, como falta de insumos, leitos de UTI e atrasos na remuneração.
Segundo o Simers, os valores referentes ao mutirão de cirurgias realizado no início do ano, não foram quitados pela Prefeitura. Já em relação aos honorários, o último pagamento aconteceu em fevereiro.
Uma reunião entre o Executivo e a direção do HNSG ocorreu no final da tarde de terça-feira e não havia encerrado até o fechamento desta edição.
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