CHUVA FORTE
CICLONE: Formação do fenômeno traz risco de tempestades para o RS nos próximos dias; confira
Ciclone extratropical intenso já provoca neve
Última atualização: 14/04/2024 16:29
Chuva forte e temporais isolados devem atingir a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a região Sul do Brasil nos próximos dias, especialmente entre segunda (15) e terça-feira (16). O cenário será provocado pela formação de um ciclone extratropical intenso no território argentino no começo desta semana.
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Contudo, segundo a MetSul Meteorologia, em nenhum momento o centro do ciclone estará perto do Sul brasileiro. O sistema deverá se aprofundar na costa da Argentina, ao Sul da província de Buenos Aires e ao longo do litoral do Norte da Patagônia, e vai se deslocar, na sequência, para o Leste, em direção ao mar aberto do Atlântico Sul.
"Dentro de um quadro meteorológico complexo, a instabilidade decorrerá no momento inicial de um centro de baixa pressão atmosférica associado à ciclogênese (formação do ciclone) e no momento posterior à frente fria derivada do ciclone no Leste da Argentina que vai avançar pelo Sul do Brasil", destacam os especialistas da MetSul.
O que vai acontecer?
O site de meteorologia explica que, no começo desta semana, uma área de baixa pressão segregada em médios e altos níveis da atmosfera vai avançar pelo Oceano Pacífico, na costa do Chile, e cruzar a Cordilheira dos Andes. Nesta segunda-feira, ao encontrar o ar quente e úmido tropical sobre o Centro e o Nordeste da Argentina, esse sistema de "baixa fria" trará chuva e temporais nas latitudes médias da América do Sul.
Em seguida, a baixa em altitude vai entrar em fase com centro de baixa pressão em superfície, que, a partir do Oeste gaúcho e do Uruguai, vai migrar em direção ao Sul até alcançar áreas do Norte da Patagônia. Assim, à medida que a baixa pressão se desloca, ela se aprofundará e dará origem a um ciclone extratropical no final da segunda-feira e na terça.
O ciclone vai estar mais maduro entre terça e quarta-feira (17). Nesse período, o sistema estará cerca de dois mil quilômetros ao Sul de Porto Alegre, portanto, distante do Sul do Brasil. Assim, os efeitos, em termos de vento de circulação ciclônica, deverão ser sentidos no litoral da Argentina, mas não são esperados grandes impactos no território brasileiro.
Neve nos Andes
A baixa fria que dará origem ao ciclone já provoca neve na Cordilheira dos Andes. Nas últimas horas, os acumulados foram tão significativos que houve fechamento de algumas das passagens rodoviárias pelos Andes entre o Chile e a Argentina.
Apesar da expressiva queda de neve nos Andes, o fenômeno não deve ser registrado no Sul do Brasil, visto que não é esperado nem mesmo o ingresso de ar gelado em território brasileiro.
Chuva na segunda-feira
Com o aprofundamento e deslocamento da baixa pressão em superfície já nesta segunda-feira, a instabilidade vai aumentar no Centro e no Nordeste da Argentina, no Uruguai e em parte do Rio Grande do Sul. A chuva deve ser localmente forte a intensa e haverá possibilidade de temporais isolados.
No Brasil, a atmosfera vai estar instável no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas haverá momentos isolados de melhoria no tempo. A chuva localmente forte é esperada principalmente entre a tarde e a noite. Grandes volumes são esperados em localidades do Oeste gaúcho da metade Norte gaúcha.
A quantidade de chuva até terça-feira será suficiente, segundo a MetSul, para causar alagamentos e subida de níveis de rios. Em vários pontos do Estado, os acumulados podem chegar de 100 a 200 milímetros.
Frente fria
Uma frente fria associada ao ciclone avançará na terça-feira em direção ao Leste e atingirá o Nordeste da Argentina, o Paraguai, o Uruguai e o Sul do Brasil. Com isso, a instabilidade tende a ser mais intensa na metade Oeste gaúcha, no Nordeste argentino e no território paraguaio, onde a atmosfera estará mais aquecida.
Mas, ainda na terça, um ar mais seco, impulsionado pelo ciclone, ingressa a partir do Oeste e melhora o tempo, fazendo com que o sol retorne em um grande número de cidades do Estado. Com esse ar seco, o tempo será mais ameno, o que fará com que as noites tenham mínimas mais baixas a partir da segunda metade da semana. No entanto, não há previsão para frio intenso.