VIRADA NO TEMPO
Chuva dos últimos dias marca trégua na estiagem na região
Situação ainda é crítica apesar do alívio em rios, arroios e nas lavouras
Última atualização: 25/01/2024 10:44
A chuva que caiu ao longo da última semana trouxe certo alívio para quem trabalha na agricultura e para o abastecimento das residências nas cidades. Ainda não é o fim do problema da estiagem, mas é uma trégua.
Em Dois Irmãos e Morro Reuter, o abastecimento chegou a ser comprometido. O nível do Arroio Feitoria, que abastece os dois municípios, chegou a 7 centímetros, na terça (14), antes da chuva. A Corsan enviou caminhões-pipa a algumas comunidades do interior e utilizou máquinas para fazer o aprofundamento do arroio, aumentando a capacidade de armazenamento de água. Na sexta-feira (17) à tarde, o nível estava em 1,86 metro.
“A chuva da semana foi muito boa. Mas claro que não resolveu o problema da estiagem. Nosso rio está com um nível legal e o abastecimento está normal. Por quanto tempo, não sabemos”, afirma o gestor das unidades da Corsan de Dois Irmãos e Morro Reuter, Oneide Castro.
A previsão de chuva para o início desta semana traz esperança. Mas Castro destaca que a situação segue preocupante e reforça a importância de se evitar desperdício.“A situação não permite que a gente relaxe. A comunidade tem que manter o consumo consciente, sem desperdício, porque estamos em pleno verão e não sabemos o que vai ocorrer daqui para a frente.”
Em Morro Reuter, a prefeitura estima que as perdas já chegam a 30% nas lavouras de milho; 20% na produção de hortaliças e 15% na fruticultura.
A chuva que caiu na terça (14) e na quarta-feira (15) chegou a cerca de 70 milímetros. Ajudou para as perdas não se agravarem e principalmente serviu para recuperar parte das reservas de água em cisternas e não agravar a falta de água nas propriedades.
Um breve alívio na lavoura
Na propriedade da família de Dilceu José Flesch, na Picada Francesa, em Igrejinha, a falta de chuva afeta a plantação. Não falta água para consumo, porque há poço artesiano. Na última semana, choveu entre terça (14) e quinta-feira (16), mas caiu apenas uma garoa. As hortaliças reagiram, mas estão bem menores do que o esperado.
“Deu uma esverdeada na coisa, mas tinha que ter continuidade. Mais dias seguidos chovendo. Não molhou na profundidade da terra, molhou só a superfície. A planta dá uma recuperada, mas logo em seguida, ela sofre de novo”, avalia.
Flesch lamenta o terceiro verão seguido de muito calor e pouca chuva. Para ele, o pior momento foi vivido no começo de 2021. “Foi o pior verão que eu vivi. Secou tudo, nesses morros estava tudo torrado. Não sobra nada, porque tudo depende da chuva”, recorda o agricultor de 61 anos.
A previsão de chuva traz uma perspectiva de melhora na lavoura. “A gente não tem nem semeado, porque se perde as sementes e o serviço. Estamos esperando amenizar um pouco o clima”, conclui.
Sinos está com 82 centímetros em São Leopoldo
Em São Leopoldo, de acordo com a Defesa Civil, o nível do Rio dos Sinos na régua da Rua da Praia estava em 82 centímetros na tarde de domingo (19). Apesar de baixo, já que o considerado normal no ponto é de 2 a 2,5 metros, o nível ainda estava mais alto do que o registrado no início da semana passada: apenas 29 centímetros.
O baixo nível do Sinos preocupa. Diretor-geral do Semae, Geison Freitas, lembra que a autarquia vem, sistematicamente, dialogando com a população por meio de campanhas de conscientização sobre a importância do uso racional de água. Mas, se for necessário, haverá fiscalização mais rígida quanto ao desperdício. “Se não houver água no Rio dos Sinos, não tem como entregar água tratada nas torneiras. Estamos em um momento em que não há espaço para o desperdício. O diálogo é sempre o melhor caminho, mas existem meios de notificar os usuários e, se necessário, nós faremos.”
Bacia do Rio dos Sinos terá estudo
Um estudo de alternativas para aumento da segurança hídrica na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, que abrange 32 município e 1,45 milhão de habitantes deve iniciar nas próximas semanas. A Tomada de Preços para o estudo será quinta-feira (23), às 14 horas. O estudo é para “apresentação de propostas técnicas de intervenções estruturais e não estruturais para a regularização de vazões e para o equilíbrio do balanço hídrico”.
Os impactos da estiagem também chegam à feira
Na banca administrada por Dulce Schirmer na Feira da Agricultura e do Artesanato, em Taquara, no último sábado, se destacavam os pães e as cucas. Os produtos caseiros vendem bem, mas Dulce explica que, normalmente, o forte são os produtos da lavoura. Com a falta de chuva, as hortaliças ficaram prejudicadas.
A propriedade possui uma cisterna, que secou com a estiagem. Até o açude ficou praticamente sem água, obrigando Dulce a uma operação de resgate para transferir as carpas para a propriedade de um parente e evitar que os peixes morressem sem oxigênio.
“Meu foco são as verduras, mas o calor castigou e prejudicou muito minha feira. Eu tenho de tudo, repolho, pepino, beterraba, alface, cenoura. A estiagem simplesmente terminou com tudo.”
O aipim, plantado em março do ano passado, algumas espigas de milho, e um pouco de verduras foi o que deu para colher, após a chuva da semana passada.
A chuva que caiu ao longo da última semana trouxe certo alívio para quem trabalha na agricultura e para o abastecimento das residências nas cidades. Ainda não é o fim do problema da estiagem, mas é uma trégua.
Em Dois Irmãos e Morro Reuter, o abastecimento chegou a ser comprometido. O nível do Arroio Feitoria, que abastece os dois municípios, chegou a 7 centímetros, na terça (14), antes da chuva. A Corsan enviou caminhões-pipa a algumas comunidades do interior e utilizou máquinas para fazer o aprofundamento do arroio, aumentando a capacidade de armazenamento de água. Na sexta-feira (17) à tarde, o nível estava em 1,86 metro.
“A chuva da semana foi muito boa. Mas claro que não resolveu o problema da estiagem. Nosso rio está com um nível legal e o abastecimento está normal. Por quanto tempo, não sabemos”, afirma o gestor das unidades da Corsan de Dois Irmãos e Morro Reuter, Oneide Castro.
A previsão de chuva para o início desta semana traz esperança. Mas Castro destaca que a situação segue preocupante e reforça a importância de se evitar desperdício.“A situação não permite que a gente relaxe. A comunidade tem que manter o consumo consciente, sem desperdício, porque estamos em pleno verão e não sabemos o que vai ocorrer daqui para a frente.”
Em Morro Reuter, a prefeitura estima que as perdas já chegam a 30% nas lavouras de milho; 20% na produção de hortaliças e 15% na fruticultura.
A chuva que caiu na terça (14) e na quarta-feira (15) chegou a cerca de 70 milímetros. Ajudou para as perdas não se agravarem e principalmente serviu para recuperar parte das reservas de água em cisternas e não agravar a falta de água nas propriedades.
Um breve alívio na lavoura
Na propriedade da família de Dilceu José Flesch, na Picada Francesa, em Igrejinha, a falta de chuva afeta a plantação. Não falta água para consumo, porque há poço artesiano. Na última semana, choveu entre terça (14) e quinta-feira (16), mas caiu apenas uma garoa. As hortaliças reagiram, mas estão bem menores do que o esperado.
“Deu uma esverdeada na coisa, mas tinha que ter continuidade. Mais dias seguidos chovendo. Não molhou na profundidade da terra, molhou só a superfície. A planta dá uma recuperada, mas logo em seguida, ela sofre de novo”, avalia.
Flesch lamenta o terceiro verão seguido de muito calor e pouca chuva. Para ele, o pior momento foi vivido no começo de 2021. “Foi o pior verão que eu vivi. Secou tudo, nesses morros estava tudo torrado. Não sobra nada, porque tudo depende da chuva”, recorda o agricultor de 61 anos.
A previsão de chuva traz uma perspectiva de melhora na lavoura. “A gente não tem nem semeado, porque se perde as sementes e o serviço. Estamos esperando amenizar um pouco o clima”, conclui.
Sinos está com 82 centímetros em São Leopoldo
Em São Leopoldo, de acordo com a Defesa Civil, o nível do Rio dos Sinos na régua da Rua da Praia estava em 82 centímetros na tarde de domingo (19). Apesar de baixo, já que o considerado normal no ponto é de 2 a 2,5 metros, o nível ainda estava mais alto do que o registrado no início da semana passada: apenas 29 centímetros.
O baixo nível do Sinos preocupa. Diretor-geral do Semae, Geison Freitas, lembra que a autarquia vem, sistematicamente, dialogando com a população por meio de campanhas de conscientização sobre a importância do uso racional de água. Mas, se for necessário, haverá fiscalização mais rígida quanto ao desperdício. “Se não houver água no Rio dos Sinos, não tem como entregar água tratada nas torneiras. Estamos em um momento em que não há espaço para o desperdício. O diálogo é sempre o melhor caminho, mas existem meios de notificar os usuários e, se necessário, nós faremos.”
Bacia do Rio dos Sinos terá estudo
Um estudo de alternativas para aumento da segurança hídrica na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, que abrange 32 município e 1,45 milhão de habitantes deve iniciar nas próximas semanas. A Tomada de Preços para o estudo será quinta-feira (23), às 14 horas. O estudo é para “apresentação de propostas técnicas de intervenções estruturais e não estruturais para a regularização de vazões e para o equilíbrio do balanço hídrico”.
Os impactos da estiagem também chegam à feira
Na banca administrada por Dulce Schirmer na Feira da Agricultura e do Artesanato, em Taquara, no último sábado, se destacavam os pães e as cucas. Os produtos caseiros vendem bem, mas Dulce explica que, normalmente, o forte são os produtos da lavoura. Com a falta de chuva, as hortaliças ficaram prejudicadas.
A propriedade possui uma cisterna, que secou com a estiagem. Até o açude ficou praticamente sem água, obrigando Dulce a uma operação de resgate para transferir as carpas para a propriedade de um parente e evitar que os peixes morressem sem oxigênio.
“Meu foco são as verduras, mas o calor castigou e prejudicou muito minha feira. Eu tenho de tudo, repolho, pepino, beterraba, alface, cenoura. A estiagem simplesmente terminou com tudo.”
O aipim, plantado em março do ano passado, algumas espigas de milho, e um pouco de verduras foi o que deu para colher, após a chuva da semana passada.
Em Dois Irmãos e Morro Reuter, o abastecimento chegou a ser comprometido. O nível do Arroio Feitoria, que abastece os dois municípios, chegou a 7 centímetros, na terça (14), antes da chuva. A Corsan enviou caminhões-pipa a algumas comunidades do interior e utilizou máquinas para fazer o aprofundamento do arroio, aumentando a capacidade de armazenamento de água. Na sexta-feira (17) à tarde, o nível estava em 1,86 metro.
“A chuva da semana foi muito boa. Mas claro que não resolveu o problema da estiagem. Nosso rio está com um nível legal e o abastecimento está normal. Por quanto tempo, não sabemos”, afirma o gestor das unidades da Corsan de Dois Irmãos e Morro Reuter, Oneide Castro.